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segunda-feira, maio 22, 2023

Ao não se encontrar com Zelensky, Lula pode estar cometendo o maior erro de sua vida


Cenário internacional reprova massivamente a invasão da Ucrânia

Pedro do Coutto

Ao evitar o encontro com Zelensky ou tentar adiá-lo para depois da reunião de Hiroshima, o presidente Lula da Silva terá cometido um grande erro político, o maior de sua vida, pois terá colidido não só com a disposição geral do G-7, mas também com o contexto internacional que reprova massivamente a invasão da Rússia na Ucrânia.

Na Folha de S. Paulo deste domingo, reportagem de Nelson de Sá focaliza a atmosfera reinante em Hiroshima e acentua uma tentativa infeliz de Lula na predisposição de evitar diálogos com o presidente Zelensky. Ressalta Nelson de Sá que o presidente brasileiro está disposto a discutir a invasão de Putin com dirigentes de diversos outros países, excetuando o da Ucrânia, maior vítima da ruptura de direitos humanos e violação dos direitos internacionais praticada  por Moscou.

REFLEXOS – Tenho a impressão de que somente o assessor especial Celso Amorim, ex-chanceler do Brasil, poderá conduzir Lula a um patamar de coerência e de fidelidade aos princípios da liberdade, da democracia e da autodeterminação dos países. Se não mudar de rumo, Lula da Silva sofrerá as consequências com a perda de sua autoridade no contexto internacional, inclusive para, como deseja, formar um clube pela paz.

Lula poderá perder também prestígio junto aos presidentes Joe Biden e Emmanuel Macron, e ao secretário Geral da ONU, António Guterres, já que a Organização das Nações Unidas condenou por larga margem de votos a ofensiva russa contra Kiev. Lula, talvez pela idade, tem em Celso Amorim o apoio político diplomático para reexaminar o seu posicionamento.

PRECIPITAÇÃO – O Globo deste domingo, citando o Estado de S. Paulo de sábado, publica matéria revelando que o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates,  logo depois do veto do Ibama à exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, voltou-se rapidamente para a margem equatorial da Guiana e do Suriname. A Petrobras, que já havia colocado sondas na foz do Amazonas antes de saber o resultado da consulta ao Ibama, mudou com grande velocidade a localização de seu projeto de exploração de petróleo.

Claro que há grandes interesses na questão. Mas isso não deve servir de argumento para impulsionar a rapidez da Petrobras em entrar em ação, sobretudo antes da posição a ser tomada pelo presidente Lula. O deslocamento das sondas de uma margem amazônica para outra não altera os reflexos de uma exploração petrolífera no aquecimento global, na poluição do meio ambiente e no desmatamento na região que não se restringe somente ao Brasil, mas envolve outros países, a exemplo da Guiana, do Suriname e da própria Colômbia.

A repercussão internacional continuará sendo muito grande e negativa para o Brasil, já que a Petrobras – é preciso não esquecer – é uma empresa brasileira. Portanto, está sujeita à política traçada pelo Palácio do Planalto. Jean Paul Prates parece ter ficado tenso com o veto do Ibama e procura assim encontrar um novo caminho para explorar petróleo na região, como se os outros países não fossem considerados internacionalmente enquanto integrantes da mesma região. As precipitações de Jean Paul Prates, a meu ver, abalam a sua posição administrativa à frente da Petrobras.

ELETROBRAS – Excelente reportagem de Joana Cunhas, Folha de S. Paulo de ontem, focaliza manifestações de empresários contra planos de Lula de alterar programas implantados por seus antecessores, especialmente Jair Bolsonaro e Michel Temer.

Temer estabeleceu a independência e autonomia do Banco Central. Bolsonaro, o escândalo da privatização da Eletrobras. Vamos examinar essa última. Não tem o menor cabimento que a União Federal detenha 42% das ações da Eletrobras e na assembleia geral de acionista só tenha direito a 10% dos votos. Além disso, se o governo federal quiser adquirir ações da própria Eletrobras terá que pagar três vezes mais do que o mercado na Bovespa nesse dia. Uma desigualdade gerada pelo governo contra si próprio.

O objetivo é privatizar não a empresa, mas o seu comando pela pulverização das ações no mercado. A privatização assim ficou praticamente de graça para os grupos empresariais e pelo artifício criado para assumir o controle administrativo da empresa. Logo, o que se discute quanto a Eletrobras é a legitimidade de tais dispositivos e que no fundo são inconstitucionais. Não é possível um governo legislar contra os seus próprios interesses.  

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