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sexta-feira, junho 04, 2021

Ricardo Salles atribui ao general Eduardo Ramos a iniciativa de fazer reunião com madeireiros

Publicado em 4 de junho de 2021 por Tribuna da Internet

Charge do Duke ( O Tempo)

Márcio Falcão e Fernanda Vivas
TV Globo — Brasília

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou à Procuradoria Geral da República (PGR) que o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, foi quem lhe pediu uma reunião do governo para discutir a situação dos madeireiros após a operação que resultou na maior apreensão da história.

Em nota, a Casa Civil informou que cabia a Ramos, quando estava na Secretaria de Governo, articular com os diversos representantes do Poder Executivo as audiências solicitadas por integrantes de outros poderes e de “instituições externas ao governo”.

PARLAMENTARES – “Nesse caso específico [mencionado por Salles], na condição de ministro da Segov, Luiz Eduardo Ramos recebeu pedido de parlamentares de Roraima para expor ao ministério do Meio Ambiente as demandas do estado relacionadas àquela pasta”, acrescentou a Casa Civil.

Ricardo Salles é alvo de um inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da PGR. O Ministério Público quer apurar se o ministro dificultou as investigações sobre a apreensão de madeira, como afirmou a Polícia Federal em notícia-crime. O ministro nega a suspeita.

As explicações de Salles foram enviadas à PGR antes de o órgão ter pedido ao STF a abertura do inquérito. A manifestação foi feita após um pedido de esclarecimentos, quando o caso ainda era objeto de apuração preliminar. O documento enviado por Salles foi anexado ao procedimento que tramita no STF.

“RESPOSTA POLÍTICA” – No documento enviado à PGR, Salles afirmou que o governo buscou uma resposta política para a demanda dos madeireiros. Disse que as reuniões sobre os problemas dos produtores começaram em março, quando foi procurado por senadores, acompanhados de empresários catarinenses que mantêm atividade produtiva no Pará.

Eles reclamavam, segundo Salles, que a produção estava retida havia mais de 100 dias e apontavam lentidão da Polícia Federal.

“O Ministério do Meio Ambiente também foi procurado pelo senador Telmário Mota, acompanhado do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Tercio Tokano, ambos encaminhados pela assessoria da Casa Civil, dando conta de que produtores rurais do estado de Roraima também estavam sendo impedidos de efetuar o transporte de produtores resultantes de manejo florestal”, afirmou.

IDA A RORAIMA – O ministro relatou então que, nesse encontro, foi avaliada a hipótese de ida de representantes dos ministérios da Justiça e do Meio Ambiente a Roraima para tomar conhecimento mais aprofundado dos fatos, o que não ocorreu por motivo de logística e agenda.

Salles afirmou ainda que recebeu uma solicitação pessoal de Eduardo Ramos para nova reunião.

“Dias depois, o Ministério do Meio Ambiente recebe nova solicitação, dessa vez feita pessoalmente pelo então ministro-chefe da Secretaria de Governo, hoje ministro-chefe da Casa Civil, general de Exército Luiz Eduardo Ramos, no sentido de que se fizesse uma reunião conjunta entre aquele ministério com o Ministério da Justiça, Ministério do Meio Ambiente, Procuradoria do Estado de Roraima, senadores da República, deputados federais e demais órgãos”, acrescentou.

A REUNIÃO – Esse encontro ocorreu no dia 25 de março, na sede do Ministério do Meio Ambiente, e foi realizado, segundo o ministro, a pedido da Secretaria de Governo. Ricardo Salles diz que a audiência teve ainda representantes do Ministério da Justiça e delegados da PF.

“Importante destacar que na referida reunião estavam presentes não apenas o número dois da hierarquia do Ministério da Justiça – seu secretário-executivo, Tercio Tokan, portanto superior hierárquico de toda a PF -, como também dois delegados chefes da própria PF, das áreas ambiental e fazendária, dentre os quais o que acompanhou as duas viagens ao Pará, dr Rubens Lopes da Silva”, escreveu o ministro do Meio Ambiente.

A reunião, segundo Salles, definiu que uma delegação “composta por parte dos membros iria à Amazônia conhecer de perto a realidade dos fatos então narrados com vistas a responder politicamente ao reclamado do setor produtivo, que deixou claro sentir-se perseguido e desconsiderado, pela forma como acreditam vinham sendo tratados pelo delegado Saraiva”.

QUEM É SARAIVA? – Mencionado na defesa de Salles, esse “delegado Saraiva” é Alexandre Saraiva, delegado da PF e ex-superintendente da corporação no Amazonas, que apresentou ao Supremo a representação contra Salles e pediu a investigação do ministro.

Para Salles, o delegado agiu de forma “ilegal, midiática e desrespeitosa” criando uma “tese fantasiosa e absurda” de que houve uma conexão de integrantes do governo e madeireiros para prejudicar a fiscalização.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Repete-se a velha jogada. Assim como Lula, líder do maior esquema de corrupção da História, virou “mocinho”, enquanto o juiz que o condenou virava “bandido”, agora querem fazer o mesmo no caso dos madeireiros, jogando a culpa para o delegado que fez a maior apreensão de contrabando de madeira da História. Desse jeito, o ministro Salles acaba ganhando o Oscar de Coadjuvante. (C.N.)

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