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segunda-feira, novembro 03, 2008

Criminosos lucram com dinheiro da saúde

Da Redação
A saúde é um dos setores do poder público mais vulneráveis e sujeito a desfalques por conta da ação de criminosos. Os R$ 100 milhões desviados nos últimos dois anos pelos investigados da Operação Parasitas representam uma pequena fração do rombo total do setor nos últimos anos. Levantamento feito pela reportagem nas operações da Polícia Federal desde 2004 mostra que 11 quadrilhas foram desmascaradas no período roubando dinheiro público destinado à saúde, num total de R$ 688 milhões já apurados até hoje.
Três fatores fazem da saúde o foco principal das quadrilhas de empresários, políticos e oportunistas: o grande volume de recursos destinados para o setor; a falta total de controle interno e a imensa lista de materiais e produtos comprados.
Descontrole
"É uma área onde se gasta muito comprando produtos e serviços e onde se torna muito vantajosa a fraude em licitação e a prática de cartel. Para o crime organizado, a saúde dá um retorno imediato e de montantes inigualáveis na área pública", afirmou o procurador da República Marlon Weichert. "A área de saúde não tem controle", sentencia.
Um dos responsáveis pelo início das investigações da Operação Vampiro - que há cinco anos desbaratava esquema de fraudes na compra de medicamentos, principalmente hemoderivados, do Ministério da Saúde - não tem dúvida em afirmar: "Interessa a todos os Poderes Executivos o descontrole na fiscalização". Segundo ele, a falta de fiscalização "não é característica do atual governo". "Isso acontece desde 1998, quando se criou o Sistema Único de Saúde, ou desde a Lei 8080, de 1990, que previa o serviço de auditoria. Porque é cômodo, todos querem aproveitar dos recursos da saúde para fazer política ou outro tipo de enriquecimento ilícito".
Desde que o caso dos Vampiros foi descoberto em 2004, escândalos envolvendo desvios de recursos na área de saúde cresceram. Só em 2008, outros cinco casos de fraudes no setor foram desbaratados pela PF, como na Operação Telhado de Vidro, onde se estima desfalque de R$ 240 milhões. Foram 14 presos - seis deles servidores públicos - acusados de fraudar licitações na Prefeitura de Campos dos Goytacazes (RJ).
Sanguessuga
Em 2006, a Operação Sanguessuga desmontou quadrilha baseada em Cuiabá, que desde 2001 superfaturava o preço de ambulâncias vendidas ao poder público em 7 Estados. O prejuízo foi de R$ 110 milhões. O esquema, comandado pela família Vedoin, era o exemplo de como agem as quadrilhas: fraudando licitações, por meio de propinas para servidores, infiltrando-se no Congresso, montando empresas fantasmas e sonegando impostos.
Livro e demissão
Diretor executivo do Hospital das Clínicas, em São Paulo, entre 2002 e 2006, o médico Waldemir Rezende tentou reduzir os casos de superfaturamento e desvios de materiais. "Quanto mais gente fiscalizando os procedimentos, mais chances de flagrar um procedimento viciado", diz o médico. Quatro anos depois, ele tem um livro publicado, "Estação Clínicas", e uma demissão, após ser acusado de fazer um livro-denúncia.
Fonte: A Crítica (AM)

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