Por: Carl0s Chagas
BRASÍLIA - Mesmo em meio à crise econômica, o Natal foi antecipado. Do presidente Lula aos ministros Mantega e Meirelles, dos comentaristas especializados aos âncoras desinformados da televisão, dos gestores da Bovespa aos dirigentes de associações patronais de classe, todo mundo festeja a fusão do Itaú com o Unibanco. Fala-se na antecipação do Natal porque até um Papai Noel apareceu nas telinhas, na figura do presidente de um dos dois bancos. Estivesse vestido de vermelho e não de terno escuro e tornar-se-ia o ídolo da criançada.
De repente, é o Brasil outra vez dando lições para o mundo. Formaram um dos vinte maiores bancos do planeta, mesmo que seja o vigésimo. Deram demonstração de pujança internacional. Injetaram ânimo ao mercado. Vão estimular o crédito, garantir a indústria e impulsionar a agricultura. Tudo bem, não há que discutir essas e mil outras expressões de euforia natalina.
No entanto... No entanto, ninguém falou do maior problema encoberto nessa fusão: vai haver desemprego em massa, na classe dos bancários. Ou alguém acredita que unificados os serviços permanecerão trabalhando os 69 mil funcionários do Itaú e os 35 mil do Unibanco?
Faz algum tempo que o assalariado brasileiro tornou-se peça descartável e supérflua. Ninguém pode ser contra a automação e os avanços da tecnologia e da cibernética, mas o que dizer, por exemplo, da categoria antes poderosa e até exorbitante dos estivadores? Saíram pelo ralo com a modernização dos portos e do transporte marítimo. Como começaram a sair os bancários, desde a instalação de máquinas de fornecer dinheiro e sucedâneos.
Seria bobagem remar contra a maré, como malandragem também é incutir nos jovens a concepção da livre e nem sempre ética concorrência entre eles. Trata-se de expediente dos poderosos para manter o controle sobre os fracos. Será que os dois presidentes de sobrenomes nobres e famosos concorreram para chegar aonde chegaram? Ou valeram-se do casamento de seus pais e avós para herdarem instituições para a formação das quais não contribuíram?
As demissões não demoram, apesar de promessas encobertas, sempre seguidas do terrível "por enquanto não pensamos nisso". Por enquanto pode durar um mês ou um ano, mas vai passar. Quem pensa nos bancários, como seres humanos? Talvez nem eles, a partir de agora empenhados na cruel tentativa de manter seus empregos, mesmo à custa dos colegas das mesas e balcões ao lado.
O triste nessa história é que do governo não se ouviu uma só palavra em defesa dos bancários. Nem de Lula nem de seus ministros, integrantes de um partido que já foi do trabalhador.
Infelizmente, está cert
Polêmicas, o ministro-presidente do Supremo Tribunal Federal tem levantado aos montes. Gilmar Mendes virou sinônimo de confusão, toda vez que abre a boca. Não há que concordar com suas opiniões, senão reconhecer seu direito democrático de opinar.
Esta semana, porém, e infelizmente, Gilmar Mendes acertou. Pode dar cólicas concordar com ele na questão da Lei da Anistia ou de suas limitações, mas é certo que se os crimes de tortura forem imprescritíveis, os de terrorismo também serão.
Se devem ser levantados, julgados e punidos os abomináveis excessos praticados à sombra do poder público durante os anos de chumbo, como aceitar estarem perdoados e esquecidos os atos de terror de quantos assassinaram, seqüestraram e explodiram bombas sobre inocentes?
Há que separar umas coisas e reunir outras. Devem ser enaltecidos os jovens que apedrejavam e até queimavam viaturas policiais, que protestavam nas ruas contra a ditadura, tramavam a queda do regime e intranqüilizavam os detentores do poder. Especialmente os que foram presos, torturados e até sacrificados.
Agora, como igualar a eles quantos balearam friamente seguranças de autoridades e próprias autoridades, ou mataram à traição guardas de bancos, sentinelas de quartéis e outros militares, sem falar nos freqüentadores de aeroportos?
Levar os torturadores ao banco dos réus pode ser de justiça, mas deixar livres até ministros e candidatos a prefeito comprovadamente envolvidos em atos de terror não constituirá injustiça? Por tudo isso, melhor seria respirando fundo e tapando o nariz, considerar que a anistia apagou tudo. Senão, por mais hediondo que pareça, volta tudo...
Perdeu a vaga
Ainda sobre o assunto, vale registrar o puxão de orelhas dado pelo presidente Lula no advogado geral da União, José Antônio Tofolli, convocando-o ao seu gabinete e determinando-lhe mudar o parecer em que defendia um ex-oficial acusado de torturador. Em primeiro lugar porque a AGU nada tinha que se meter numa questão posta na esfera do Supremo Tribunal Federal. Depois, por haver criado uma confrontação no próprio governo. O ministro Tarso Genro, da Justiça, não gostou nem um pouco da intervenção do dr. Tofolli, chegando a declarar que a posição do advogado não era a posição do governo.
A tentação seria de indagar "que governo é esse?", porque a Advocacia Geral da União efetivamente faz parte da administração federal.
Há tempos admitia-se, em Brasília, que a próxima vaga aberta no Supremo Tribunal Federal seria destinada ao advogado geral da União. Não é mais.
Algum motivo eles têm
Mil razões levam à demora nas apurações eleitorais, nos Estados Unidos. Começa que as eleições, lá, ficam a cargo dos estados, não do poder central. Não há Justiça Eleitoral Federal nem uniformidade de procedimentos. Cada unidade da federação estabelece suas regras, desde a votação em imensas cédulas, onde se vota para tudo, até o uso de máquinas mecânicas ancestrais. Vota-se pelo correio e até antecipadamente, em alguns estados. Inexiste agilidade, as filas estendem-se por quilômetros, nas diversas comarcas.
Uma pergunta, então, sai daqui para lá, sob o risco de a resposta voltar e nos intranqüilizar: por que não adotam, em todo o território americano, essas simples maquininhas utilizadas no Brasil inteiro, responsáveis pela eliminação das filas e pela apuração e proclamação dos resultados em poucas horas?
Não tem limites a diferença tecnológica entre eles e nós: há quantos anos foram à Lua e voltaram? Por que, então, esse inexplicável culto ao atraso?
Agora, a resposta, capaz de nos dar arrepios: votam assim porque desconfiam que num universo em permanente evolução cibernética, povoado de hackers, é possível fraudar eleições realizadas através de computadores. Mesmo com o método tradicional, do voto de papel e contagem manual, ainda encontram dificuldades. E nós, heim?
Fonte: Tribuna da Imprensa
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