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quarta-feira, maio 03, 2023

PF prende tenente-coronel Mauro Cid e faz buscas na casa do ex-presidente Bolsonaro


Diamantes: coronel Cid deixa 'impressão digital' de Bolsonaro em pedido de  voo para buscar as joias - Estadão

Mauro Cid comandaria um caixa paralelo de Bolsonaro

Deu em O Globo

Alvo de um mandado de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, o Mauro Cid ou “coronel Cid”, foi preso em Brasília. Cid tem um histórico de relacionamento com o ex-presidente que vem de família.

Ajudante de ordens de Bolsonaro durante o último governo, Mauro Cid é filho do general Mauro Cesar Lourena Cid, que foi colega do ex-chefe do Executivo no curso de formação de oficiais do Exército. Desde esse período, Bolsonaro mantém uma amizade com Lourena Cid. Ele foi foi preso, na manhã desta quarta-feira, durante uma operação da Polícia Federal. A corporação investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

CAIXA PARALELO – Mauro Cid ascendeu na carreira no governo passado. Ele era major e foi promovido a tenente-coronel. Seu nome ganhou notoriedade nesta sexta-feira, após reportagem de Rodrigo Rangel, do portal Metrópoles, apontar que investigações da PF, sob o comando do Supremo Tribunal Federal (STF), apuram se o ajudante de ordens do ex-presidente operava uma espécie de “caixa paralelo”. O ex-presidente Bolsonaro nega as informações.

Cid é formado na turma de 2000 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Apesar da proximidade do pai com Bolsonaro, colegas de turma afirmam que Lourena Cid não influenciou na escolha para ser um braço direito de Bolsonaro. Primeiro colocado na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, Cid era instrutor da Aman e se preparava para assumir um posto nos Estados Unidos quando foi designado para servir à Presidência. A amigos, Cid descartou ingressar na política e afirmava que mirava os passos do pai rumo ao generalato. Tudo mudou com a eleição de Bolsonaro, em 2018.

AS JOIAS DA ARÁBIA – Ajudante de ordem de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, fez duas tentativas de liberar as joias de R$16,5 milhões recebidas pelo ex-presidente do governo da Arábia Saudita e que foram confiscadas pela Receita Federal.

Em uma primeira investida, no dia 29 de dezembro, o tenente-coronel enviou o primeiro-sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva, um funcionário da Presidência ao aeroporto de Guarulhos para negociar a liberação das peças.

O emissário tinha, inclusive, um ofício assinado pelo tenente-coronel Mauro Cid, solicitando a liberação e chega ao falar com ele por telefone, ao ter o pedido recusado. Foi nesse momento que os militares foram informados da necessidade de uma solicitação da Secretaria Especial de Administração da Presidência da República.

SEGUNDA TENTATIVA – De acordo com uma reportagem do UOL, que teve acesso ao depoimento de Clóvis Félix Curado Júnior, as ligações aconteceram no dia 30 de dezembro, dois dias antes de Bolsonaro deixar a Presidência da República. O servidor contou ter sido informado por Mauro Cid que para liberar as joias seria necessário um pedido da Secretaria Especial de Administração da Presidência. O tenente-coronel, então, pediu que a requisição fosse feita.

Os AJOs — como os ajudantes de ordens são conhecidos nos círculos de poder — atuam como secretários particulares do presidente em tempo integral. Discretos, eles são o último anteparo do comandante do Executivo. Por vezes, carregam seus celulares, recepcionam as visitas, anotam demandas e, mais importante, veem e ouvem quase tudo o que se passa com o titular da cadeira mais poderosa do país.

Durante a gestão bolsonarista, Mauro Cid assumiu o papel de conselheiro-geral do chefe, e chegou a causar ciumeira no Palácio do Planalto. Suas interferências alcançavam temas relacionados a saúde, economia, meio ambiente, questões jurídicas e sobre o que mais Bolsonaro tivesse dúvidas.

INFORMAÇÕES FALSAS – Em dezembro do ano passado, a Polícia Federal (PF) concluiu que Mauro Cid, junto a Bolsonaro, cometeu crime por divulgar informações falsas sobre Covid-19. A acusação é de que Bolsonaro cometeu o delito de incitação a crime sanitário por estimular as pessoas a não usarem máscaras.

Segundo a reportagem do Metrópoles, as investigações sob o comando do ministro Alexandre de Moraes descobriram que o “coronel Cid” pagava contas do clã presidencial em dinheiro vivo. Os investigadores apuram agora se Cid operava uma espécie de “caixa paralelo” por meio de saques de recursos dos cartões corporativos, o que é negado por Bolsonaro.

Ainda segundo a reportagem, a investigação aponta que o Mauro Cid atuava como elo entre Bolsonaro e apoiadores radicais, que organizavam a militância bolsonarista nas redes.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A prisão de Mauro Cid é uma vergonha para o Exército, que vem sofrendo o grave problema da partidarização política. Vamos aguardar mais informações, porque Bolsonaro também é investigados nos mesmos inquéritos de Mauro Cid(C.N.)


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