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sábado, junho 29, 2024

Juiz manda prender deputado federal Zé Trovão, que nega dívida de pensão alimentícia

 Foto: Divulgação/Arquivo

Deputado federal Zé Trovão (PL-SC)29 de junho de 2024 | 11:48

Juiz manda prender deputado federal Zé Trovão, que nega dívida de pensão alimentícia

BRASIL

O juiz da 1ª Vara da Família de Joinville (SC), Gustavo Schwingel, decretou a prisão do deputado federal Marcos Antonio Pereira Gomes, conhecido por Zé Trovão (PL-SC), por uma dívida de pensão alimentícia. A decisão foi proferida no começo da tarde deste sexta-feira, 28. Em publicação nas redes sociais, o parlamentar disse que o desconto é feito todo mês de seu holerite no valor de R$ 5,6 mil e que o montante cobrado judicialmente está relacionado a um erro de cálculo.

O pagamento do valor integral é o único modo do requerido não ser preso, conforme citou o juiz no documento emitido nesta sexta. De acordo com o magistrado, a defesa do deputado questionou o pedido de prisão diante da imunidade parlamentar. No entanto, Schwingel afirmou que o benefício vale para questões criminais e não cíveis.

Trovão disse que, além do valor pago mensalmente descontado da folha de pagamento, arca também com R$ 4 mil de condomínio e aluguel. “Valor que pago a mais tirando o que desconta direito do meu salário, porque minha ex-mulher mora em apartamento de alto padrão custeado pelo pai de seu filho”, disse o parlamentar.

O deputado disse ainda que o erro não é dele. Isso porque, o valor descontado sai direto da folha de pagamento e, qualquer aumento na pensão, deve ser repassado pelo Poder Judiciário para Câmara dos Deputados.

Heitor Mazzoco, Estadão ConteúdoPoliticaLivre

Petistas presos no mensalão e na Lava-Jato já estão de volta à cena política

Publicado em 29 de junho de 2024 por Tribuna da Internet

O ex-ministro José Dirceu (à esquerda), o ex-deputado João Paulo Cunha e os ex-tesoureiros do PT João Vaccari Neto e Delúbio Soares: petistas se movimentam nos bastidores

Depois da prisão, eles já estão prontos a aprontar novamente

Sérgio Roxo
O Globo

No momento em que o governo enfrenta dificuldades na articulação política, petistas que tiveram destaque em gestões passadas do partido e saíram de cena após condenações no mensalão e na Lava-Jato voltaram a atuar nos bastidores. Sem ocupar cargos, o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha e os tesoureiros do PT Delúbio Soares e João Vaccari Neto têm, aos poucos, retornado aos círculos de poder em Brasília, com graus variados de exposição.

Do quarteto, o que chama mais atenção em suas movimentações é Dirceu, que, após a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) extinguir em maio uma condenação sua por corrupção passiva na Lava-Jato, passou a cogitar a hipótese de se candidatar a deputado federal em 2026. Em abril, voltou pela primeira vez ao Congresso, em uma solenidade sobre democracia, dezenove anos após ter seu mandato cassado.

PRESENÇA CONSTANTE -Enquanto não define se disputará novamente uma eleição, o ex-todo poderoso chefe da Casa Civil do primeiro governo de Lula retoma contatos e tem sido presença constante em eventos em Brasília, onde mantém um escritório.

Em março, Dirceu promoveu uma festa de aniversário concorrida para comemorar seus 78 anos. Na ocasião, reuniu ministros, como Fernando Haddad (Fazenda), o vice-presidente Geraldo Alckmin e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Também foram os principais postulantes ao posto de Lira: os líderes do União Brasil, Elmar Nascimento, do PSD, Antonio Brito (BA), do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), e o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP). A celebração foi na casa do advogado Marcos Meira, do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Lago Sul, área nobre de Brasília.

Na quarta-feira, Dirceu foi ao aniversário do filho, o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) em um restaurante de Brasília. A celebração teve a presença de Alckmin e dos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), José Múcio Monteiro (Defesa) e Juscelino Filho (Comunicações). No dia seguinte, esteve no casamento de dois integrantes do Prerrogativas, grupo de advogados simpáticos a Lula.

LONGE DE LULA – Apesar de não frequentar o Planalto e de não ter conversas diretas com o presidente, o ex-ministro da Casa Civil mantém contato assíduo com dois ministros palacianos: Padilha e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral). No dia 10 de junho, o ex-ministro esteve em uma reunião de ex-presidentes do PT em que Lula fez uma rápida participação virtual.

Dirceu costuma compartilhar análises políticas em suas conversas. Para recuperar a elegibilidade, precisa derrubar outra condenação da Lava-Jato, que tem um recurso para ser analisado no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Procurado, o ex-chefe da Casa Civil não quis comentar a sua atuação política neste momento. Sobre a candidatura, o petista diz que tomará a decisão no ano que vem, após conversar com Lula e com a direção do PT.

Com planos diferentes dos de Dirceu, João Paulo Cunha tem sido mais discreto e busca ficar longe dos holofotes. Apesar de também conversar com frequência com integrantes do governo, o foco do ex-presidente da Câmara é o escritório de advocacia que possui em sociedade com Ophir Cavalcante, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Enquanto cumpria sua pena por corrupção passiva e peculato no mensalão, Cunha concluiu o curso de Direito.

No ano passado, ele passou a atuar em favor da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. O ex-presidente da Câmara disse que não pensa em voltar a disputar cargos e que não comentaria os contratos que possui como advogado. “Minhas atividades são privadas, não são públicas. Estou trabalhando” — afirmou.

ATUAÇÃO DISCRETA – João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, também mantém atuação discreta nos bastidores. Recentemente, de acordo com integrantes do governo, Vaccari foi um dos articuladores da troca no comando do Conselho Nacional do Sesi, com a saída de Vagner Freitas e a entrada de Fausto Augusto Júnior. Segundo o colunista Lauro Jardim, do Globo, todas as nomeações importantes para a Petrobras têm passado pelo seu crivo.

Em janeiro, o ministro do Supremo Edson Fachin anulou uma condenação a 24 anos de prisão imposta ao ex-tesoureiro do PT por recebimento de propina de uma empresa que tinha contrato com a Petrobras. Fachin determinou que o caso seja analisado na Justiça Eleitoral do Distrito Federal, porque Vaccari foi acusado de arrecadar recursos para o partido.

De acordo com o seu advogado, Ricardo Velloso, o ex-tesoureiro ainda tem duas condenações que aguardam apreciação de recursos no Tribunal Regional Federal da 4ª Região e no STJ. Vaccari ainda tem processos pendentes na Justiça Eleitoral. A sua defesa entende que todos estão prescritos. Procurado, Vaccari não quis se manifestar.

DELÚBIO DE VOLTA – Outro ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, se dedica a reuniões no interior do Brasil. No começo de junho, esteve em um encontro na cidade de Teófilo Otoni, em Minas, com funcionários dos Correios filiados ao PT. No mesmo mês, esteve na cidade de Paulista, em Pernambuco.

Nesses encontros, são distribuídas edições de uma revista sobre os processos que o ex-tesoureiro enfrentou no mensalão e na Lava-Jato. A publicação tem como título “Delúbio Soares, o réu sem crime”.

Procurado para comentar a sua atuação política, o ex-tesoureiro do PT também não quis comentar.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Sobre a intenção de Dirceu se candidatar, é sempre bom lembrar a advertência de Vicente Limongi Netto: “Dirceu deve lembrar que não achamos nosso título de eleitor na latrina”. (C.N.)


Milei sobre Lula: “Por que não posso chamá-lo de corrupto? Não foi preso?”

Publicado em 29 de junho de 2024 por Tribuna da Internet

Lula diz que presidente argentino Milei deve pedir desculpas ao Brasil | Metrópoles

Milei diz que não mentiu e não pedirá desculpas a Lula

Luciana Taddeo
CNN

O presidente da Argentina, Javier Milei, questionou nesta sexta-feira (28), a necessidade de pedir desculpas para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ter chamado, durante a campanha, o brasileiro de “corrupto” e “comunista”.

“Qual é o problema que o chamei de corrupto? Por acaso ele não foi preso por isso? E o que eu disse… comunista? Por acaso [Lula] não é comunista? Desde quando tem que pedir perdão por dizer a verdade? Ou estamos tão doentes de correção política que não se pode dizer nada para a esquerda ainda quando for verdade?”, indagou Milei, quando perguntado se pediria desculpas a Lula, em entrevista ao canal La Nación.

DISCUSSÃO PEQUENA – Milei disse que a condição de que ele se desculpe com o presidente brasileiro é “uma discussão tão pequena, parece discussão de pré-adolescentes”. E afirmou que as coisas que disse “são verdade”.

“É preciso se colocar acima dessas insignificâncias porque são mais importantes os interesses dos argentinos e dos brasileiros do que o ego inflado de algum esquerdinha [‘zurdito’, em espanhol]”, expressou.

Nesta semana, em entrevista ao UOL, Lula disse que não conversou com o argentino porque ele falou “muita bobagem” e que por isso esperava desculpas de Milei para ele [Lula] e para o Brasil.

COMPARAÇÃO – Milei comparou as críticas a Lula com as trocadas com o presidente colombiano Gustavo Petro e o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, que acabou retirando definitivamente sua embaixadora de Buenos Aires.

Quando o jornalista disse que as motivações não eram as mesmas, já que antes do insulto de Milei à esposa do espanhol, um ministro de Sanchez já tinha insinuado que o presidente argentino usou drogas durante a campanha, Milei rebateu dizendo que Lula “fez coisas parecidas (…) se metendo ativamente na nossa campanha eleitoral”.

“Você acha que a campanha negativa que o [ex-candidato Sergio] Massa fez contra mim impulsionada pelo Brasil não foi agressiva?

MENTIRA E VERDADE – “Vão me pedir desculpas pela quantidade de mentiras que disseram durante toda a campanha? Os que mentiram exigem que o outro peça perdão porque disse a verdade?”, expressou.

Milei se referia aos marqueteiros do Partido dos Trabalhadores contratados pela campanha de Massa. Ele chegou a acusar os brasileiros de colocarem pessoas para tossir na plateia do debate para desconcentrá-lo.

Esta é a primeira vez que Milei responde ao pedido de Lula de que ele se desculpe por suas falas. Antes, quando questionado sobre o assunto, o porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, havia dito que o argentino não fez nada do que deveria se arrepender.

ANIMOSIDADE – Milei e Lula nunca tiveram reunião bilateral desde a posse de Milei, em dezembro. Na ocasião, Lula mandou seu ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para representá-lo.

Na cerimônia, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), convidado de Milei, sentou-se em um lugar de destaque, ao lado de outros presidentes presentes.

Em abril, Milei enviou uma carta informal por meio sua chanceler Diana Mondino, que se encontrou com Vieira em Brasília, na qual propunha um encontro bilateral devido à importância das relações econômicas entre os países.

SEM CONVERSA –A CNN apurou que Lula nunca respondeu à carta e, por isso, a Argentina não solicitou reunião bilateral com o brasileiro na Cúpula do Mercosul, que acontecerá no dia 8 de julho, em Assunção. Esta será a primeira vez que ambos se encontrarão para discutir questões do bloco comercial.

Os dois presidentes chegaram a se cruzar na cúpula do G7, na Itália, mas somente se cumprimentaram e não houve nenhuma conversa bilateral, segundo a presidência argentina.

A CNN pediu um posicionamento ao Palácio do Planalto sobre as declarações de Milei e aguarda resposta.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – No próximo dia 8, comprem pipocas para assistir ao primeiro assalto da luta entre Milei e Lula, no ringue do Mercosul. vai ser divertido à beça. (C.N.)

Fachin cobra compostura ao Judiciário em meio à geleia-geral do “Gilmarpalooza”

Publicado em 29 de junho de 2024 por Tribuna da Internet

Fachin abre mão de ação da Vaza-Jato que apavora políticos e manda caso  para Toffoli

Fachin quebra o silêncio: “Erros não podem ser chancelados”

Constança Rezende e João Gabriel de Lima
Folha

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin defendeu nesta sexta-feira (28) comedimento e compostura ao Judiciário, em fala lida como um recado aos ministros que participam nesta semana do Fórum Jurídico de Lisboa, organizado pelo colega de Supremo Gilmar Mendes.

Durante palestra na Primeira Turma do Supremo nesta sexta-feira em Brasília, Fachin, que declinou de convite para ir ao fórum, disse que “comedimento e compostura são deveres éticos, cujo descumprimento solapa a legitimidade do exercício da função judicante”.

ABISMO INSTITUCIONAL – Ele acrescentou que “abdicar dos limites é um convite para pular no abismo institucional” e que estava cético em relação à capacidade dos tribunais processarem suas diferenças.

“Creio não estar sozinho aqui: em momento de mudanças sociais intensas, cabe à política o protagonismo, ao Judiciário e às cortes constitucionais, mais especificamente, a virtude da parcimônia: evitar chancelar os erros e deixar sedimentar os acertos, sempre zelando pela proteção dos direitos humanos e fundamentais”, disse.

No mesmo evento, Oscar Vilhena Vieira, professor da FGV Direito SP e colunista da Folha, disse que a postura de muitos ministros do STF gera uma preocupação em relação ao papel que devem desempenhar.

EROSÃO DE AUTORIDADE – O jurista afirmou que a participação de magistrados no debate público, e muitas vezes não público, pode gerar um problema de “erosão da autoridade” que torna o tribunal vulnerável a ameaças de controle externo, como ocorreu no governo Jair Bolsonaro (PL).

O evento organizado por Gilmar Mendes em Portugal está em sua 12ª edição e foi apelidado no mundo jurídico e político de “Gilmarpalooza”, em referência à profusão de convidados e aos eventos paralelos em Lisboa, como jantares e festas.

O fórum, que junta integrantes do Judiciário e de governos, políticos e empresários, consolidou-se no calendário político das autoridades brasileiras. Ao mesmo tempo, recebe críticas pela falta de transparência e pela possibilidade de conflito de interesses.

PATROCINADORES – A Folha procurou os gabinetes dos seis ministros do STF que constam na programação do evento (Gilmar, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Flávio Dino, Cristiano Zanin), mas apenas Barroso informou quem está bancando a viagem –em seu caso, a FGV.

O STF disse que não há desembolso da corte para essas viagens. Os magistrados da corte presentes em Lisboa não comentaram as declarações de Fachin, mas buscaram em falas públicas defender a atuação da corte e de seus ministros.

O Fórum Jurídico de Lisboa ocorre em um momento em que também nos Estados Unidos e na Europa levantam-se críticas sobre a conduta de ministros e a relação com empresários. Nos EUA, o debate deu origem a um código de conduta anunciado no ano passado.

MORAES RELUTA – No evento em Lisboa, questionado pela Folha nesta sexta-feira se o Brasil não deveria fazer um código de conduta, o ministro Alexandre de Moraes disse que não.

“Não, acho que não há a mínima necessidade, porque os ministros do Supremo já se pautam pela conduta ética que a Constituição determina”, disse.

Em fala no evento de Lisboa, o ministro Moraes  voltou a defender a regulação das redes sociais e disse que o Poder Judiciário é o maior inimigo dos de extremistas digitais.

AUTORITARISMOS – A afirmação foi feita no momento em que o ministro traçou um paralelo entre os autoritarismos do passado e do presente.

“Mussolini e Hitler chegaram ao poder pelas regras do jogo, o que ensinou uma lição aos democratas. Depois da guerra criou-se um obstáculo aos autoritários: a Jurisdição Constitucional”, afirmou.

“Por isso o Judiciário é o grande inimigo daquilo que chamo de ‘novos populistas extremistas digitais’, como pudemos ver nos casos recentes da Hungria e da Polônia”, disse Moraes, que também citou os ataques que os magistrados recebem no contexto da estratégia autoritária.

COOPTAÇÃO – “No caso do Judiciário, primeiro eles tentam a cooptação. Depois, usam a velha estratégia de aumentar o tamanho das cortes, ou tirar de cena os juízes que não foram nomeados por eles, encurtando o tempo da aposentadoria compulsória. Por último, como fizeram no Brasil, atacam os juízes e suas famílias”, declarou.

“O poder Judiciário brasileiro, no entanto, é independente e corajoso em sua tarefa de defender a democracia.”

Outra defesa do STF foi feita pelo ministro Flávio Dino, em uma das mesas do fórum, dois dias após o presidente Lula (PT) afirmar que o tribunal “não tem que se meter em tudo”, ao ser questionado sobre a decisão do Supremo de descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal.

DISSE LULA – O presidente afirmou que a corte deveria atuar nas questões mais ligadas à Constituição. “Não pode ficar qualquer coisa e ficar discutindo porque aí começa a criar uma rivalidade que não é boa nem para a democracia e nem para a Suprema Corte e nem para o Congresso Nacional.”

Sem citar nominalmente o presidente da República, Dino disse no Fórum que a autocontenção do Supremo não é necessariamente algo “do bem” e lembrou de quando o STF negou um habeas corpus à militante Olga Benario, mulher do líder comunista Luiz Carlos Prestes. Ela acabou deportada e morta na Alemanha nazista.

“É por isso que o Supremo se mete em muita coisa. Na verdade, não se mete. O Supremo é metido em muita coisa”, afirmou Dino. Foi aplaudido pelos representantes das diversas siglas que estavam na plateia.

UNIÃO TOTAL – “Quando um ministro se pronuncia em público, ele expressa o pensamento geral da corte, não apenas sua opinião individual”, disse o ministro. Essa harmonia, segundo Dino, contrasta com a cacofonia da polarização.

“Muitos nos perguntam porque fazemos esse fórum em Lisboa, e não no Brasil. Uma resposta é que talvez no ambiente polarizado do Brasil seja impossível”, declarou.

“Eu gosto dessa pluralidade, querem que se volte ao tempo em que os magistrados se isolavam”. Num momento em que falava sobre o papel do STF na preservação da democracia, Dino pediu uma salva de palmas para Moraes, que acabava de entrar no recinto.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 São frases bonitas, porém destituídas de conteúdo. Palavras ao vento, como diz a Bíblia. Quando um ministro se pronuncia em público, é óbvio que ele expressa apenas sua opinião individual. O pensamento geral da corte somente é emitido no julgamento, e muitas vezes o resultado sai de 6 a 5, mostrando que não existe pensamento conjunto no Supremo, ao contrário do que diz o neoministro Flávio Dino. (C.N.)


Le Pen só conseguiu romper o “cordão sanitário” porque desistiu do extremismo

 

Marine Le Pen garante estar pronta para governar França - SIC Notícias

Ao desistir do extermismo, Marine ganhou força política

Demétrio Magnoli
Folha

“Os herdeiros políticos de Vichy chegam ao governo francês” —eis uma manchete sensacionalista possível para, caso se confirmem as pesquisas, sintetizar o resultado das eleições parlamentares antecipadas que começam neste domingo (30/6). Nas sondagens, a Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, tem 36% das intenções de voto, contra 28% para a Nova Frente Popular, de esquerda, e apenas 22% para os centristas liderados por Macron. Contudo, seja qual for o veredito das urnas, a manchete precisa é outra: a que intitula esta coluna.

FRENTE NACIONAL – Partidos não mudam seu nome por acaso. A RN nasceu em 1972, como Frente Nacional (FN), sob o comando do pai de Marine, Jean-Marie. O líder admirava o general Pétain, que governou, como colaboracionista, a parte da França não ocupada pela Alemanha nazista.

Marine assumiu o controle do partido em 2011 e expeliu seu pai em 2015, reagindo a elogios a Pétain e à classificação das câmaras de gás como um “detalhe” histórico. A troca de nome veio em 2018.

O jornalismo continua a qualificar a RN como “extrema direita” ou “ultradireita”. É um erro analítico grave, que decorre de preguiça intelectual ou vontade de externar um repúdio moral (ou da mistura de ambos), tornando inexplicável sua ascensão eleitoral.

DIREITA NACIONALISTA – Extremistas buscam destruir as instituições políticas. Le Pen ocupa o primeiro lugar nas intenções de voto justamente porque desistiu do extremismo, refundando a RN como partido da direita nacionalista.

Quase tudo mudou no programa partidário. Desapareceu a hostilidade à União Europeia. Le Pen tomou alguma distância de Putin, tentando revisar suas declarações de 2017, quando afirmou que compartilhava dos “mesmos valores” do autocrata russo. Mesmo a xenofobia e a islamofobia, marcas principais do partido, foram amainadas: no lugar da deportação em massa de imigrantes árabes e africanos, a RN passou a pregar limites estritos para o ingresso de migrantes.

Mas, sobretudo, a RN posicionou-se como “direita patriótica”, ocupando o espaço antes dominado pelos gaullistas, que representavam o conservadorismo tradicional francês. A estratégia de reposicionamento provocou cisões e expurgos, consolidando-se num texto de Le Pen publicado em 2020 e consagrado a homenagear De Gaulle.

FRANÇA ETERNA – No ano seguinte, a líder da direita nacionalista aproveitou o aniversário da morte do general para depositar flores aos pés da Cruz de Lorraine, na praia da Normandia onde De Gaulle pisou o solo francês em junho de 1944.

Fora Vichy, viva a “França eterna” do líder da resistência. O giro radical deu frutos, abrindo a via para uma incursão decisiva no eleitorado gaullista. O partido gaullista (Os Republicanos) desabou de 22% dos votos nas eleições parlamentares de 2017 para 7% em 2022, enquanto a RN saltava de 13% para 19%. Há pouco, o presidente dos Republicanos anunciou uma aliança com a RN, rompendo a política do “cordão sanitário”, pela qual a direita tradicional prometia isolar Le Pen.

A declaração deflagrou uma crise interna, mas foi seguida por expressiva minoria dos candidatos gaullistas.

PROGRAMA SIMILAR – Na economia, a RN ostenta programa similar ao da esquerda reunida na Frente Popular: quebrar a banca. São árvores de Natal que empilham redução de taxas sobre energia, aumentos de salários e redução de idade de aposentadoria, elevando o déficit público para perto de 7% do PIB. Algo como uma Gleisi no posto de Haddad.

Na política externa, um triunfo da RN seria celebrado por Trump e por Putin. Não que Le Pen ofereça apoio à Rússia na sua aventura ucraniana. É que, de certo modo, repetindo De Gaulle em contexto diferente, ela enxerga a Rússia como contrapeso à influência dos EUA na Europa.

Anos atrás, proclamou que o triângulo formado por Trump, Putin e ela mesma inauguraria uma “nova ordem mundial”. Bolsonaro deve gostar de tudo isso. Lula, só da parte de Putin.

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