Publicado em 4 de maio de 2023 por Tribuna da Internet
César Tralli
TV Globo
Uma servidora de Duque de Caxias afirmou à Polícia Federal (PF) que foi coagida a fornecer a própria senha para que o banco de dados da vacinação no município fosse adulterado. A TV Globo apurou que, a partir desse depoimento, a investigação sobre o suposto esquema de fraude no registro vacinal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) terá uma frente nova e mais aprofundada sobre Duque de Caxias.
Nesta quinta-feira (4), os malotes com as apreensões feitas no Rio chegam a Brasília. Os investigadores agora vão analisar todo o material coletado nos endereços dos alvos, inclusive os celulares apreendidos com o ex-presidente, com o tenente-coronel Mauro Cid e outros.
DADOS FALSOS – Segundo a PF, servidores da Prefeitura de Caxias inseriram no Sistema Único de Saúde (SUS) os dados falsos de vacinação de Bolsonaro, de sua filha Laura, de dois assessores e do deputado Gutemberg Reis (MDB).
A vacinação contra a Covid na cidade da Baixada Fluminense foi marcada por filas quilométricas, aglomeração nos postos e desorganização. A Justiça chegou a bloquear R$ 2,5 milhões do então prefeito, Washington Reis, por suspeitas de irregularidades na campanha.
Nesta quarta, após a operação ser deflagrada e Jair Bolsonaro ter sua casa alvo de mandado de busca e apreensão, o ex-presidente reafirmou que ele e a filha não se vacinaram contra a Covid. Ele também negou ter havido adulteração de sua parte nos cartões de vacina. No sistema da Rede Nacional de Dados em Saúde, no entanto, constam duas doses da Pfizer para cada um.
REGISTRO EM CAXIAS – Jair Bolsonaro teria tomado a 1ª dose da vacina no dia 13 de agosto de 2022, no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias; e teria tomado a 2ª dose no mesmo lugar, no dia 14 de outubro de 2022.
A filha do ex-presidente, Laura, teria recebido a primeira dose no dia 24 de julho de 2022, também no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias. Já a segunda dose de Laura teria sido administrada no mesmo dia que a primeira dose de Bolsonaro, no dia 13 de agosto de 2022, no mesmo local.
Os dados, segundo os investigadores, foram inseridos no ConecteSUS apenas em 21 de dezembro, pelo ex-secretário de Saúde na época e atual secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha.
SECRETÁRIO PRESO – Informações do Ministério revelaram que só em 2022 Brecha fez mais de 60 inserções de dados de vacinação contra a Covid no sistema. Ele foi um dos seis presos na Operação Venire, nesta quarta (3).
A exclusão dos dados, uma semana depois, no dia 27 de dezembro, também envolve uma pessoa ligada à administração municipal. Foi feita pela chefe da Central de Vacinas de Caxias, Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, sob alegação de “erro”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Caramba! Uma tremenda confusão, envolvendo muitas pessoas que nada ganharam com isso e agora devem perder seus empregos e sua dignidade. E tudo isso apenas para agradar a um presidente da República que não confia na ciência e não acredita em vacinas. É constrangedor, não há dúvida. (C.N.)