Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

terça-feira, maio 09, 2023

Perda dos salários diante da inflação faz disparar a inadimplência no país

Publicado em 9 de maio de 2023 por Tribuna da Internet

Charge do Zé Dassilva (nsctotal.com.br)

Pedro do Coutto

Excelente reportagem de Márcia De Chiara, Estado de S. Paulo desta segunda-feira, revela que os índices de inadimplência no país dispararam em virtude do aumento de preços e do congelamento de salários; 43% dos brasileiros e brasileiras encontram-se com pagamentos em atrasos numa escala impressionante, nunca antes atingida. A situação se agravou a partir de 2021, no governo Bolsonaro, e hoje atinge 70 milhões de pessoas com uma inadimplência média de R$ 1731.

Basta multiplicar o número de inadimplentes pela média dos pagamentos em atraso para se verificar que as dívidas ultrapassam R$ 100 milhões. São 43% dos brasileiros e brasileiras que devem e estão com seus pagamentos paralisados há mais de três meses. É o resultado da divergência fundamental entre a renda do trabalho e os verdadeiros índices da inflação brasileira. A inadimplência estende-se por diferentes setores, mas sobretudo, é claro, consequência dos cartões de crédito e cheques especiais oferecidos ao mercado.

JUROS ALTOS – A população se endivida e depois em face dos juros muito altos não tem como pagar. Os juros são altos a partir da taxa Selic, por exemplo, de 13,75% a cada 12 meses. Mas não são esses os juros mais altos do país. Os empréstimos bancários cobram 2,5% ao mês, incluindo os montantes temos uma cifra anual de 40%, pois se trata de juros sobre os juros.

Os salários estacionados, os juros nesse patamar e os preços também muito altos impedem o poder de consumo da população. Com isso, são comprometidas a produção de bens e a comercialização de modo geral, incluindo os supermercados. O IBGE calcula os índices da inflação com base nos preços mínimos, mas essa é uma fantasia.

Porque para praticar os preços mínimos, os consumidores e as consumidoras têm que se deslocar a, pelo menos, três ou quatro supermercados por dia. Os preços variam, faz parte da estratégia de venda. Aprendi isso em 1961, cobrindo para o Correio da Manhã, como repórter, a CPI da Alimentação requerida pelo senador Caiado de Castro.

PREÇOS MÉDIOS –  Defendo sempre para o cálculo inflacionário que sejam adotados os preços médios e não os preços mínimos. Quando o café está com um preço menor num supermercado, o leite está com preço maior. Vale o exemplo. Mas o fato é que a matéria acentua o ponto nevrálgico da questão que está na perda do poder de compra e no endividamento.

Márcia De Chiara destaca também que o total em dinheiro do endividamento brasileiro acumulado, não só esse ano, mas em exercícios anteriores, alcança R$ 334,5 bilhões. As dívidas acumuladas através do tempo, apresentam um valor médio de R$ 4700. Sob o ângulo global é um desastre, pois tal importância está sem movimentação no país, já que as dívidas não se movimentam.

REGULAMENTAÇÃO –  Angela Pinho e Renata Galf publicaram reportagem na edição de ontem da Folha de S. Paulo, afirmando que o projeto de lei do deputado Orlando Silva sobre as plataformas sociais da internet e das fake news somente prevê regulamentação desse espaço por um órgão ainda não definido. Na minha opinião trata-se de um arquivo da indefinição. Não há problema quanto a isso.

Basta aplicar em relação às plataformas a Lei de Imprensa que prevê o direito de resposta no mesmo espaço e com o mesmo destaque, e a aplicação do Código Civil, do Código Penal, das infrações legais previstas como o incitamento à violência. Não há problema nesse campo.

DESINFORMAÇÃO – Quanto às fake news, não se trata do mesmo problema do incitamento à violência. Trata-se de um malefício que tem que ser combatido. Se alguém espalha consequências danosas da vacina, está desinformando, praticando uma violação ética, moral e legal. Está influindo, a exemplo do que praticou o ex-presidente Bolsonaro, contra a saúde popular. Antes de qualquer processo à base da lei, deve ser movimentando o direito de resposta nas próprias plataformas.

É verdade que o dano causado antes da resposta pode se tornar muito grande, até que a resposta esclareça os fatos. Mas é o único caminho que antevejo para enfrentar o problema em escalas gradativas, até o ponto  em que as fake news percam a sua credibilidade, como já tem ocorrido.

AUDIÊNCIA – A reportagem é de Nicolas Iory, O Globo de ontem, que afirma que a audiência das mensagens bolsonaristas nas redes sociais após os últimos fatos vem caindo acentuadamente. O sistema bolsonarista possuía diariamente 9,7 milhões de visualizações. Atualmente, a estatística caiu para 6,5 milhões.

O impulso bolsonarista nas redes sociais da internet, portanto, apresenta uma queda a qual, a meu ver, explica-se pelos acontecimentos recentes, destacando-se a invasão e depredação de Brasília, o problema das joias sauditas e da fraude no cartão de vacinação. Há também o grave problema envolvendo o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Em destaque

“Querem jogar no colo da direita, mas atentado não afeta anistia”, diz relator

Publicado em 16 de novembro de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Valadares afirma que a anistia vai prosseguir no...

Mais visitadas