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sábado, maio 01, 2010

EM POLÍTICA TEM (NÃO TEM) LADO

Paulo Afonso hoje é uma cidade em ebulição com a realização do MOTO ENERGIA, edição 2010, um evento que se sedimentou e traduz reflexo positivo para a cidade e os participantes e nem por isso devemos esquecer-nos dos velhos temas tão banais.

Jaques Wagner, governador do Estado, nas últimas eleições municipais, nos comícios que participou anunciava que “em política tem lado” e em Jeremoabo o seu lado era Deri, do Posto Paloma, que concorria às eleições com Tista de Deda e como a política é dinâmica e os interesses eleitoreiros se sobrepõem aos éticos, em Jeremoabo, na busca pelos votos ele mudou de lado ao receber apoio público de Tista, atual Prefeito, que era da linha de frente do carlismo e é integrante do DEM que por sua vez é coligado do PSDB nas eleições presidenciais.

Nas últimas eleições municipais de Jeremoabo o eleitorado restou dividido porque a diferença dos votos entre Tista e Deri não foi o resultado esperado pelo primeiro e se Spencer, ex-prefeito que se retirou da vida política entendesse de voltar e optasse por qualquer das candidaturas de Paulo Souto ou Gedel, Jaques Wagner veria o que é bom para a tosse. Enfim, isso fica para quem faz política partidária.

O exemplo de Jeremoabo é o exemplo do “samba do crioulo doido” da política no Brasil onde não se tem lado e os partidos políticos não passam de instrumentos de validade de eleições, sem qualquer compromisso com a Nação.

Aliás, sobre os partidos políticos no Brasil, no artigo INFIDELIDADE PARTIDÁRIA E MANDATO PARLAMENTAR eu tive a oportunidade de transcrever Carlos Dalmiro que por sua vez transcrevia João Francisco Lisboa (1821-1863) que tratava dos partidos no Brasil Império e antes como agora, nada mudou:

"Os nossos partidos são intolerantes e insaciáveis; qualquer vitória não lhes basta, e ainda a completa aniquilação dos partidos contrários os deixaria talvez pouco satisfeitos e mal seguro de si. Daí vêm essas intermináveis precauções que estão sempre a tomar, essas três e quatro camadas de suplentes, essas leis pessoais, essas infindáveis opressões e injustiças, a administração pública enfim desviada dos seus fins naturais e legítimos, e convertida em máquina de guerra com que uma parte da sociedade combate incessantemente a outra. Mas tudo isso o que denota, senão a extrema fraqueza, e o extremo terror? Se os nossos partidos fossem mais fortes, mais cheios de fé, menos divididos e multiplicados, não teriam tamanho medo uns aos outros poderiam andar de ombro a ombro, e em muito amigável companhia, procurando cada um alargar a sua influência, melhorar a sua posição e fazer valer os seus direitos, sem negar os alheios. Nisto é que consiste a vida política; tudo o mais é antes a ausência dela, ou, para melhor dizer, a morte. E se não, vede como esses partidos, por mais que multipliquem as precauções e as injustiças, por mais que triunfem e dominem absolutamente, se acham exaustos e moribundos ao cabo de três ou quatro vitórias sucessivas, e se esvaem ao menor sopro, como essas múmias do Egito, que numa aparente integridade têm triunfado através dos séculos, e se desfazem em vil poeira ao simples toque do viajante curioso que ousa devassar a solidão das pirâmides.

A fraqueza é o seu grande mal, e nesta parte as presentes considerações alcançam porventura além dos limites da província. Nenhum deles tem sólido apoio na opinião pública, nem prende as suas raízes nas grandes massas da população. E como poderia isso ser, se a população, já de fatigada e desenganada, se tornou indiferente; e nem sequer existe isso a que se chama opinião pública? Daí vem que quando à sabedoria imperial apraz mudar de política, e a sabedoria ministerial busca operar a mudança, ao seu aceno, e no meio de vãs e importantes algazarras, se esvai o fantasma de partido anteriormente dominante; procurando conforme as suas tendências, confuso e envergonhado, rebuçar sua extrema fraqueza, ou nos mentidos protestos de uma resignação e amor à ordem que não é senão a importância, ou nas convulsões ainda mais importantes, porém mais fatais, da desordem e da anarquia.”

Parece que a lição verdadeira de Jaques Wagner é que “em política não se tem lado” e isso ficou bem explicitado na posição dele em Jeremoabo e com a situação do PP. O PP que é da base aliada de Lula e de Jaques Wagner e dispõe de Ministérios e Secretarias, de pronto, se colocou como aliado da candidatura Dilma, e agora, pelo que parece, depois dos números divulgados pelo Datafolha se impressionou e tende a correr para os braços de Serra, com os diretórios do Rio de Janeiro e da Bahia defendendo a candidatura Dilma. Se Dornelles for convidado para vice de serra o PP vai de abraços abertos, esquecendo-se, por certo, que campanha eleitoral, real, somente acontece a partir de 15 de agosto, com o horário eleitoral no rádio e na televisão. Lembrar-se que em junho temos a Copa do Mundo de Futebol e até lá é só alegria.

Fato hilariante é do PS, de Roberto Freire, que era o antigo Partido Comunista Brasileiro – PCB - que era revisionista e atrelado a Moscou que declinou de seu passado e de sua história e agora é aliado do DEM-PSDB na disputa presidencial. Entenda essa!

Na Bahia é coisa tá feia e é todo mundo correndo atrás dos partidos nanicos. Enquanto Jaques Wagner faz aliança com deus e o diabo visando liquidar a fatura no primeiro turno, os seus oponentes buscam chegar no 2º Turno. O problema é um Gedel Vieira no 2º Turno contando com o apoio de Paulo Souto e com as próprias divisões fomentadas por Wagner no interior. Gedel Vieira ontem abocanhou o apoio de vários partidos nanicos o PR, PRTB, PSC, PTB, PPS, PRP, PMN, PTdoB e PSDC. É nanico pra todo lado.

Para mim política tem lado.

A escolha de um candidato não deve ser a projeção da possibilidade dele ganhar. Voce escolhe e mesmo tendo consciência de que ele vai perder deve continuar para difundir idéias e defender bandeiras. No plano nacional minha opção é por Dilma ganhando ou perdendo. Na Bahia? Ora, na Bahia ganhando ou perdendo vou optar e agora tenho medo da candidatura de Wagner por que na prática ele diz que “em política não tem lado” e eu tenho receio de quem muda ao sabor dos ventos. Jeremoabo foi um exemplo. Vou pensar. Eu prefiro quem mostre a cara da maneira que ela é.

REVISÃO DA LEI DE ANISTIA. O STF decidiu pela não revisão da lei de anistia. A Lei da Anistia foi resultado de um amplo movimento nacional. Diferentemente do Presidente da OAB Nacional não sou favorável a revisão da lei, embora defenda que as vísceras da tortura e os torturadores sejam expostos.

SAMBA DO CRIOULO DOIDO. Para que não se imagine que eu esteja a discriminar os crioulos eu explico: “Samba do crioulo doido é uma uma paródia composta pelo escritor e jornalista Sérgio Porto, sob pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, em 1968, para o Teatro de Revista, em que ironizava a obrigatoriedade imposta às escolas de samba de retratarem nos seus sambas de enredo somente fatos históricos.[1] A expressão do título é usada, no Brasil, para se referir a coisas sem sentido, a textos mirabolantes e sem nexo”.

PROJETO DO FICHA SUJA. O PMDB e o PT que faziam resistência a apreciação do projeto mudaram pelo sabor das eleições. Creio que na próxima semana o Projeto será votado pela Câmara Federal. Prefiro tratar da agilização dos processos contra o ficha suja do que transgir com o princípio constitucional da presunção da inocência.

1º DE MAIO. No dia do trabalho o Brasil bate recorde de geração de empregos formais. É o menor índice de desemprego a partir de quando se passou a medir o índice.

FRASE DA SEMANA: "Ninguém concebe que se desanistie amanhã o indivíduo anistiado ontem. Não há poder, que possa reconsiderar a anistia, desde que o poder competente uma vez a fez lei." Rui Barbosa.

Paulo Afonso, 01 de maio de 2010.

Fernando Montalvão.

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