Fernanda Chagas
A executiva estadual do PT, em almoço ontem, que contou com o reforço de prefeitos baianos e deputados estaduais e federais do partido, decidiu antecipar a resolução do impasse em torno de quem irá ocupar a vaga ao Senado na chapa majoritária encabeçada pelo governador Jaques Wagner. Como já era de se esperar, o deputado federal Walter Pinheiro teve o nome referendado, através de manifesto assinado por 15 dos 20 petistas com poder de decisão na sigla. Reforçando a tese, exaustivamente defendida pelo próprio governador, Nelson Pelegrino anunciou de forma oficial a retirada do seu nome do embate.
De acordo com o presidente estadual da legenda, Jonas Paulo, cuja assinatura encabeça a lista, não há dúvida que o parlamentar reúne vários pré-requisitos para postular o cargo. “Avaliamos que ele reúne condições necessárias para ser eleito senador, contribuindo decisivamente para a eleição de Dilma (Rousseff), reeleição de Wagner e a eleição de Lídice (da Mata), primeira senadora pela Bahia”, destacou.
Walmir prega diálogo
O deputado estadual Walmir Assunção assegurou que as tendências que apoiam o candidato vão tentar ainda um diálogo com seu adversário na disputa, o ex-governador Waldir Pires, no sentido de convencê-lo a desistir de concorrer, mas, caso não haja consenso, “não vai ter jeito, haverá bate-chapa”.
Para Assunção, o almoço de ontem apenas confirmou o que, em sua avaliação, todos já sabem no PT. “A maioria das forças está com Pinheiro – a DS, a AE, metade da CNB, a Reencantar, a 2 de Julho, todo mundo está de um lado só e são estas forças que controlam os (370) delegados que escolherão o candidato do PT a senador. Não haveria necessidade deste confronto”, completou.
Pelegrino, por sua vez, afirmou que sua desistência tratou-se da busca de um consenso dentro do partido. “Respeito muito Waldir, ele é um monstro sagrado da política baiana, mas ele é um nome já formado. Já foi governador e tudo. Acredito que agora é a hora de nós formarmos novas lideranças. É a hora de Pinheiro”, explicou.