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segunda-feira, junho 05, 2006

Tucano é barrado em forró

Por: Tribuna da Imprensa

RECIFE - Forró. Esse era o ritmo oficial do evento, mas bem que os versos cantados pelo músico Eduardo Dusek, na música "Barrados no Baile" - de autoria de Eduardo Dusek e Luiz Carlos Góes - serviriam como uma luva para ilustrar a saia-justa vivida pelo presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, na madrugada de ontem, durante a visita à festa que marca a abertura dos festejos de São João no município de Petrolina, no sertão pernambucano.
Sem a identificação necessária para o ingresso a uma área vip (uma marca luminosa carimbada na pele) e não sendo reconhecido pelos seguranças, Alckmin foi obrigado a aguardar, por cerca de cinco minutos, do lado de fora do cordão de isolamento, tempo suficiente para que seu anfitrião, o ex-prefeito da cidade, Guilherme Coelho (PFL), acionasse a coordenação do evento, garantindo a liberação da entrada do tucano.
Bem humorado, o pré-candidato minimizou o episódio e esquivou-se de comentários. "Que festa bonita", respondeu ele ao ser indagado sobre o assunto. Durante os cerca de 45 minutos em que esteve no Iate Clube de Petrolina, onde ocorreu o evento, Alckmin circulou entre os convidados, distribuiu abraços, apertos de mãos e posou, dezena de vezes, para fotos.
Ao ser convidado para "cair no forró", por um dos músicos da banda Pega Leve, o tucano desconversou: "não sou exatamente um pé-de-valsa. Sou do tempo do dois para cá e um para lá", afirmou entre risos. Pouco antes de ir ao Iate Clube, Alckmin jantou acompanhado por integrantes das cúpulas estaduais do PFL e PSDB. O encontro aconteceu no Bodódromo - uma espécie de centro gastronômico dedicado a restaurantes especializados no preparo de carne de bode.
Apesar do grande número de freqüentadores, poucos reconheceram o pré-candidato e apenas meia dúzia se aproximou para trocar algumas palavras. A desempregada Inalda Souza, 34, aproveitou um descuido da comitiva tucana e ao chegar próximo de Alckmin pediu esmola. Depois de abrir a carteira e verificar que não tinha dinheiro trocado, o ex-governador paulista pediu R$ 2,00 a um assessor e entregou à mulher, que estava com a filha, de 1 ano e três meses no colo.
Disposto a deixar de lado a imagem de "fidalgo", o tucano tratou de elogiar a culinária local e garantiu. "A comida nordestina é muito gostosa. Já conheço boa parte dos pratos porque sempre que posso dou um pulo lá no Centro de Tradições Nordestinas. Tenho sorte porque minha constituição não é de engordar", comentou Alckmin ao apontar como seus pratos típicos preferidos a galinha à cabidela (galinha ao molho pardo), tapioca e os doces de umbu e gergelim. "O que estou menos acostumado é a buchada. Mas não quer dizer que não gosto", completou.
No final de mais uma aventura gastronômica, Alckmin aproveitou o clima de Copa do Mundo e mandou um recado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "O time dele já está em campo há quatro anos. Está na hora de ir para o banco de reserva e dar lugar para uma outra equipe que quer mostrar trabalho", sentenciou

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