Por: PATRÍCIA ZIMMERMANN da Folha Online, em Brasília
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse hoje que sua missão no governo está cumprida, e que por isso pediu demissão ontem à noite ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Desgastado depois de administrar uma forte crise na agricultura, que se intensificou principalmente nos dois últimos anos, sem apoio da área econômica do governo, Rodrigues sinalizou que os instrumentos necessários para ajudar o setor não estavam mais ao seu alcance. "Considero minha missão cumprida no Ministério da Agricultura", disse em entrevista coletiva na tarde de hoje.
Eduardo Knapp/FI
Roberto Rodrigues pede demissão do governo"Há uma crise profundíssima, e o governo tem seus instrumentos. Mas muitos temas transcendem a agricultura", disse o ministro, ao comentar que existem questões que dependem de "medidas macroeconômicas". Como essas discussões, segundo ele, estariam num nível técnico, sua participação não seria mais necessária.Ele negou que o seu pedido de demissão esteja relacionado a problemas de saúde em sua família, conforme chegou a informar mais cedo o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e explicou que a doença de sua mulher, mencionada na imprensa hoje, já existia quando ele assumiu o ministério, no início do governo Lula, em 2003.Apesar de ter negado também haver influência política ou eleitoral na sua decisão, o ministro deixou claro que qualquer medida estruturante para dar fôlego à agricultura, como a possível redução de carga tributária para insumos, entre outras, não passaria pela sua pasta, mas dependeria da área econômica do governo.Questionado sobre os boatos de que teria pedido demissão outras vezes, em momentos de crise, Rodrigues admitiu que ofereceu o cargo ao presidente Lula para deixá-lo à vontade em quatro ocasiões quando era necessário um rearranjo político no governo, mas negou que tenha pedido demissão. Segundo ele, a conversa definitiva com o presidente ontem foi de "altíssimo nível e de amizade", e que Lula entendeu a procedência de seus argumentos, e não pediu para que ele ficasse.Mesmo tendo antecipado em seis meses a sua saída do governo, já anunciada para dezembro (ele vinha dizendo que não permaneceria em um eventual segundo mandato de Lula), o ministro da Agricultura disse que deixa o cargo sem tristeza ou decepção, mas com o sentimento de "dever cumprido".Ele preferiu não comentar ou indicar quem assumirá o ministério, o que seria atribuição do presidente, e disse que não está definido ainda quando ele deixará o cargo de fato, o que deve ser acertado com Lula na sexta-feira.O sucessor natural de Rodrigues para comandar o Ministério da Agricultura nos últimos seis meses de governo seria o atual secretário-executivo do Ministério, Luiz Carlos Guedes. Entretanto, existem rumores em Brasília de que o cargo poderia ser negociado com o PMDB.Perguntado diretamente sobre o assunto, Rodrigues disse que se o partido tivesse pedido o cargo, o presidente teria lhe avisado, porque a sua relação com Lula seria transparente.Segundo Rodrigues, a mudança no ministério não deverá alterar a política do governo para o setor rural, seja o novo ministro um técnico ou um político.Lição"Todo agricultor sabe que não deve plantar um produto quando os preços dele estão muito acima da média histórica, porque a tendência natural é a de que eles caiam na direção da média histórica. E eu aprendi uma lição adicional: nunca seja ministro da Agricultura quando se entra no máximo da produção agrícola", disse Rodrigues, ao comentar que lamentava que esse período de crise tenha ocorrido justamente na sua gestão. "Mas faz parte da história e dos ciclos", completou.Sobre possíveis reparos na política macroeconômica, ele disse que existem questões relacionadas ao câmbio, à taxa de juros, e que também há problemas de logística, que estão fora do alcance do Ministério da Agricultura.Rodrigues comentou, entretanto, que "gostaria que os juros fossem mais baixos e que o dólar fosse um pouquinho mais valorizado".
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