Por: Vera Rosa
O atual objetivo do grupo é criar um conjunto de mil empresas agroindustriais, que seriam montadas de forma coletiva por todo o País.
Filho de usineiro, líder foi da guerrilha antes de ser do PT Bruno Maranhão, da extrema esquerda petista, ajudou a traçar diretrizes do programa de Lula à reeleição, embora presidente o considere radical Vera Rosa O homem que comandou a invasão dos sem-terra ao Congresso não apenas integra a Executiva Nacional do PT como participou de um dos grupos que prepararam as diretrizes do programa de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a campanha à reeleição. Secretário de Movimentos Populares do PT e líder do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), Bruno Maranhão faz parte da extrema-esquerda petista e tem experiência em invadir prédios públicos: em abril do ano passado, chefiou a ocupação do Ministério da Fazenda. Filho de uma família de usineiros pernambucanos, Maranhão estudou engenharia, mas não exerceu a profissão: ainda estudante, alinhou-se à resistência armada contra a ditadura, nos anos 60. Passou pelo PCB e pelo Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). Guerrilheiro, participou de ações armadas e, com o AI-5, caiu na clandestinidade, sendo obrigado a morar nos chamados "aparelhos", em vários Estados. Acabou exilado no Chile e, após a derrubada de Salvador Allende, foi para a França. Maranhão só retornou ao País em 1979, com a anistia, e ajudou a fundar o PT, um ano depois. De 1983 a 1985, ele presidiu o diretório do partido em Pernambuco. Crítico do MST, por achar que o movimento dirigido por João Pedro Stédile não dá ênfase aos ideais socialistas e defende um modelo de reforma agrária burguês e ultrapassado, Maranhão tenta organizar os sem-terra desde o início dos anos 90. Foi um dos idealizadores do congresso que deu origem ao MLST, em 1997. O atual objetivo do grupo é criar um conjunto de mil empresas agroindustriais, que seriam montadas de forma coletiva por todo o País. Em 2002, em entrevista ao Estado, Maranhão disse ser favorável à autodefesa armada dos líderes de organizações de esquerda. Afirmou que, dependendo da região, ia armado às invasões de terras. "Seria hipocrisia não dizer isso", completou. Ontem, diante das críticas à ação no Congresso, retrucou: "Não somos o Primeiro Comando da Capital. Não estamos na era da barbárie. Nosso movimento é e sempre foi pacífico." Em julho de 2004, Lula chegou a vestir o boné do MLST depois de se reunir com Maranhão, no Palácio do Planalto. Na ocasião, o presidente também autografou os bonés de 14 coordenadores da sigla dissidente do MST. Apesar do gesto calculado para aplacar a ciumeira - já que um ano antes ele havia se deixado fotografar com o boné do próprio MST -, Lula sempre considerou Maranhão "muito radical". Mesmo assim, não se opôs à decisão da cúpula do PT de chamá-lo para o grupo de trabalho que preparou o texto preliminar sobre "conjuntura e política de alianças" para o seu programa de governo. EXPULSÃO Depois do quebra-quebra na Câmara, petistas pediram que Maranhão fosse expulso do partido. No Planalto, a preocupação era com o uso das imagens de vandalismo na campanha de Lula. "Será devastador", resumiu um auxiliar do presidente. O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo, foi um dos que defenderam a expulsão de Maranhão. "Os responsáveis por esse vandalismo, sejam eles quem forem, têm de ser presos e punidos com o máximo rigor", observou. Alegando não querer fazer prejulgamentos, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse que requisitará à Câmara as informações necessárias para saber se filiados do partido, e não apenas Maranhão, incitaram a violência. "O PT não vai tolerar vandalismo. Para quem promoveu a violência, não resta outra alternativa a não ser a expulsão". COLABOROU ROLDÃO ARRUDA
© Copyleft http://www.midiaindependente.org:É livre a reprodução para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.
Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados
quinta-feira, junho 08, 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Em destaque
Pequim lembra Trump de que muitas armas americanas dependem da China
Publicado em 16 de abril de 2025 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Modernos caças americanos usam peças made in China ...

Mais visitadas
-
Quando se pensa que já se viu de tudo na cena política baiana, surge um episódio que desafia qualquer lógica de decência e civilidade. Dura...
-
O Cordel do Padre que Errou o Milagre Nas bandas lá de Jeremoabo, Na eleição que o povo esperava, O prefeito em desespero tremia, Pois T...
-
Eis a resposta fornecida pelo SUS. Partos podem ser realizados em qualquer hospital ou maternidade do SUS Conheça as diferentes possibi...
-
Autor: José Montalvão Tista de Deda é o nome, o prefeito do lugar, Com coragem e justiça, veio o povo amparar. Jeremoabo hoje vibra, com ...
-
A cidade de Jeremoabo está prestes a viver um dos momentos mais aguardados do ano: a Alvorada do São João 2025. Reconhecida como a "M...
-
A Cavalgada de São Jorge – Jeremoabo em Festa Na terra de Jeremoabo, No sertão tão altaneiro, Surge a festa consagrada Do guerreiro cavale...
-
🌷 Mesmo com atraso, celebro tua vida, Zenaide! 🌷 Madrinha querida de João Calixto, mulher de luz e alma bonita. O tempo pode ter avan...
-
Quem é o responsável pelo caos na Educação de Jeremoabo? A população de Jeremoabo, especialmente pais e alunos, vive um verdadeiro estado d...
-
DESPACHO Ante ao pleito do Id 127853815, mantenho a decisão. Além de já ter sido oficiado o CREMEB (Id 127849235), já estão superados o...
-
. Cidadão que não luta por seus direitos não é digno deles: chega de cobrança abusiva da EMBASA! Há tempos, a população de Jeremoabo vem sof...
Nenhum comentário:
Postar um comentário