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quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Sarney consolida Dilma, mas abre cisão no PT

Por: Pedro do Coutto

As vitórias de José Sarney e Michel Temer para as mesas do Congresso, se de um lado consolidaram de modo absoluto a candidatura da ministra Dilma Roussef na sucessão de 2010, mantendo firme a aliança PMDB-PT em torno do governo Lula, de outro contribuíram, especialmente para a eleição de Sarney, para tornar evidente uma cisão no Partido dos Trabalhadores.
Inegavelmente este, no fundo, foi o sentido que inspirou a presença de Tião Viana na disputa pelo comando do Senado. E não apenas isso. A senadora Ideli Salvati, ex-líder do PT, que se empenhou por Tião, acusou correligionários de terem traído compromissos que assumiram em favor desta candidatura.
A insatisfação com Sarney, assim, foi tornada pública. Sentindo a dissidência que começou a aparecer, o PSDB decidiu apoiar o parlamentar do Acre contra o do Amapá, ex-presidente da República. Na esperança de vencer a disputa na chamada câmara alta? Não.
Os senadores tucanos, Arthur Virgílio à frente, sabiam que não poderiam vencer. Até mesmo talvez nem quisessem a vitória, pois esta poderia desestabilizar politicamente o presidente Lula. Não poderia ser este o interesse da oposição. O interesse da oposição era o de encurtar a margem de derrota no Senado visando com isso alimentar a divisão que emergiu das cinzas parlamentares de segunda-feira. Conseguiu.
Como a candidatura de José Serra dá sinais de se encontrar plenamente projetada para o embate do próximo ano, a começar pelo que revelam as pesquisas do Datafolha e do Ibope, o PSDB tenta, desde já, reduzir o poder de fogo do Partido dos Trabalhadores. Manobra, aliás, inteligente. Em relação à qual Tião Viana não pode alegar desconhecimento.
O senador Tião cumpriu com perfeição o desempenho a que se propôs. Não que tenha traído a legenda ou o governo de Lula. Mas sim porque deixou claro a existência de pelo menos uma dose de insatisfação quanto à escolha da chefe da Casa Civil para disputar as eleições presidenciais que vão se realizar daqui a somente vinte meses.
Vinte meses passam depressa. Daí, de outro lado, a urgência do Senado e da Câmara votarem a reforma política, sempre adiada, mas que no momento torna inadiável uma definição nela contida: a reeleição acaba ou permanece? Este é um ponto vital. E não pode a decisão passar deste ano. Se o fim da reeleição, como se espera, ficar para 2010, só poderá vigorar a partir de 2014.
E não é este o interesse do presidente Lula e do próprio PT. O objetivo natural do presidente é que o segundo mandato acabe logo, mesmo ao preço do período presidencial voltar a ser de cinco anos, como foi o de JK antes da crise que começou com a renúncia de Jânio Quadros e atingiu o cume com o movimento militar que derrubou o presidente João Goulart. Mas isso pertence à História, encontra-se na galeria do passado.
O futuro próximo exige uma definição rápida. Sela ela qual for. O fim da reeleição, pelo que se percebe na atmosfera, interessa a todos, envolvendo tanto a opinião pública quanto os partidos. A candidatura Dilma Roussef certamente vai mobilizar o PT, até porque o partido não possui outro caminho, a menos que rompesse com Lula.
Não vai romper, claro. Porém vai desenvolver esforços e articulações para que Dilma Roussef desça um pouco do Planalto e se aproxime mais da planície. Ou seja: vá mais ao encontro do PT. Política é assim.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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