Tribuna da Bahia
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Hoje, o cardeal arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella Agnelo lança a Campanha da Fraternidade 2009. Este ano a Igreja vai aproveitar o período da quaresma, que se inicia na quarta de cinzas, para refletir o tema: Fraternidade e Segurança Pública e o lema: A Paz é fruto de justiça. A celebração de abertura da campanha será na Catedral Basílica, no Terreiro de Jesus, às 19 horas. A quaresma é um momento de conversão e por isso a Igreja propõe sempre neste período a Campanha da Fraternidade, para que uma nova realidade mais humana possa nascer no ceio da sociedade. “Com este tema de 2009, a campanha nos convida a refletir, não sobre o policiamento público, mas o combate da violência no conjunto de ações de políticas públicas e ações pessoais”, explica o Pe. José Carlos Santos, vice-presidente de Ação Social Arquidiocese. Já que o convite da campanha também passa pela conversão pessoal o padre José Carlos dá dicas de como as pessoas podem favorecer esta transformação: “Primeiro é preciso criar uma cultura de paz em si mesmo.
Depois buscar a oração, participar de encontros, seminários, reflexões, manifestações e cobrar ações junto aos poderes públicos que favoreçam a mudança,” conclui o sacerdote. Com o tema de 2009, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – pretende debater a segurança pública e fomentar a criação de um cultura de paz na sociedade brasileira.
“A paz buscada é positiva, orientada por valores humanos como a solidariedade, a fraternidade, o respeito ao outro e a mediação pacífica dos conflitos, e não a paz negativa, orientada pelo uso da força das armas, a intolerância com os diferentes e tendo como foco os bens materiais”, explica o texto introdutório do livro-base da campanha.
Há 45 anos, a Igreja no Brasil realiza nacionalmente a Campanha da Fraternidade, sempre com o objetivo de despertar o espírito comunitário nas pessoas. Os temas destacados ao longo destes anos inicialmente destacaram a vida interna da Igreja, mas a consciência cada vez maior das injustiças e exclusões sociais e a crescente miséria no país levaram à escolha de temas ligados a realidade socioeconômica e política brasileira. Desde 1971, há uma participação mais ampla das comunidades, paróquias e dioceses, que enviam suas sugestões de temas aos regionais da CNBB e assim todo o país pode contribuir com idéias de tema para a CF.
O lançamento da campanha sempre acontece na quaresma época em que a Igreja se prepara para reviver a paixão e morte de Jesus Cristo. Este é um tempo de introspecção e mudança de vida e comportamento para os católicos. Assim, a Igreja quer que as pessoas conheçam uma realidade neste momento de reflexão e possam rever a forma de lidar com o assunto criando uma sociedade mais justa e humana.
A Missa de Cinzas abre a Quaresma, lembrando ao homem, que ele foi feito do pó da terra, e que em pó ele vai se tornar, quando morrer. Daí a oração do padre ao impor as cinzas na testa dos fiéis: “Lembra-te, homem, que és pó, e em pó te ás de volver”. As cinzas, símbolo de penitência, são feitas pela queima das palmas bentas do ano anterior. Esse espírito de reflexão da Quarta-feira de Cinzas se mantém durante toda a Quaresma, que é um tempo litúrgico de preparação para a Páscoa. São 40 dias em que a Igreja não canta músicas de glória e os tecidos usados nas missas são da cor roxa, que significa luto e penitência. Esse tempo se sustenta na oração, no jejum e na caridade. A duração da Quaresma está baseada no significado do número quarenta na bíblia. O quatro simboliza o universo material, seguido de zeros significa o tempo de nossa vida na terra, seguido de provações e dificuldades. Este número aparece em diferentes passagens bíblicas como os quarenta dias do dilúvio, os quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, os quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública.
Política e irreverência invadem as ruas
Mais uma vez o tradicional bloco Mudança do Garcia fez a diferença na avenida. Mesmo com a polêmica proibição de não poder usar carro de som ou mini-trio, o bloco usou toda a sua criatividade para fazer critica política e irreverência. A crise econômica mundial, a transposição do Rio São Francisco, o PDDU, a defesa dos salários e os direitos às igualdades foram os temas mais estampados. No meio político, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o governador Jaques Wagner (PT), o prefeito João Henrique (PMDB) e o ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) foram os mais visados.
O bloco passou no Campo às 16 horas da última segunda-feira com uma verdadeira parafernália. Na avenida, além de pequenas charangas, carroças de burro com caixas de som, cavaleiros, baianas, bandeiras do Bahia, faixas e cartazes, havia também homens travestidos de mulher, políticos, sindicalistas e gente do povo.
O bloco representa, principalmente, a voz de grupos excluídos, que encontram na festa uma oportunidade para fazer protestos e sátira politica. “Eu sempre participei. É uma festa onde há uma explosão da representação politica e cultural, que se diferencia das outras”, avaliou o deputado José Neto (PT).
O prefeito João Henrique foi um dos mais visados, mas isso já era esperado devido às desavenças entre PMDB, o seu partido, e o PT, que tem forte influência dentro do bloco. As críticas sobre o IPTU, o PDDU e a Guarda Municipal foram as mais acentuadas. Um cartaz com os dizeres “Geddel + Carneiro é igual a Bode” mostrou que as críticas tinham por trás as digitais do PT, que ainda não digeriu a união que derrotou o partido nas eleições de Salvador.
Mas o governador Jaques Wagner também foi alvo do bloco, notadamente do Sindivigilantes, filiado ao Comlutas, com influência do PSTU. “Governo Wagner: traição em precarização” e “Governador Wagner: Trabalhar e não receber é trabalho escravo”. No plano federal, a Mudança do Garcia cobrou ações do governo Lula, como: “Nenhuma demissão” e “Estabilidade no emprego”. A crise econômica mundial também veio para as ruas de Salvador com faixas que chamaram a atenção. “Obama é negro, mas a casa continua branca” ou “Bolsa de pobre não cai, já vive no chão”. (Por Evandro Matos)
Polêmica antecedeu o desfile
A briga entre o PT e o PMDB, que se acirrou no segundo turno das eleições para a prefeitura de Salvador, também se refletiu no Carnaval. Os integrantes da Mudança do Garcia, bloco formado por sindicalistas e partidos políticos, principalmente o PT e PCdoB, além de integrantes de movimentos sociais, ficaram às turras com a administração do prefeito João Henrique (PMDB) porque foram proibidos de usar carros de som, mini-trios ou trios elétricos durante o seu desfile.A polêmica é fruto da extensão da disputa no segundo turno das eleições do ano passado que se deu entre João Henrique (PMDB) e Walter Pinheiro, o candidato do PT. A Mudança do Garcia se caracteriza principalmente pela sátira política e é acusada de invadir o circuito oficial do Carnaval no Campo Grande e atrasar o desfile dos blocos cadastrados pela prefeitura. Este ano isso se confirmou e foi preciso a policia pedir para o bloco apressar a desocupação da avenida. “Quando o PT estava na administração, isso ocorreu sem briga, com o maior bom humor e foi ótimo”, destacou o deputado federal Luiz Alberto (PT), que desde o final da década de 1960 desfila no bloco.
“O que estão fazendo é uma censura política”, completou o deputado. (Por Evandro Matos)
Acordo garantiria ida de Souto para o PSDB
Diferentemente da direção nacional do Democratas, a seção estadual do partido já avalia com tranquilidade e até um “sentimento de acordo” a possibilidade de ingresso do ex-governador Paulo Souto no PSDB, conforme revelou reservadamente um deputado da legenda ao site Política Livre e acordo com o parlamentar democrata, na Bahia a questão da eventual saída de Souto do partido é vista à luz de uma estratégia para a conquista do governo do Estado em 2010, da qual a direção nacional está naturalmente distante, o que justificaria sua eventual reação contrária. “No Democratas da Bahia, no entanto, podemos dizer que não há desacordo (em relação à filiação de Paulo Souto ao PSDB). Até seu filho (o deputado federal Fábio Souto) já disse que ficaria no DEM, se o ex-governador deixar a legenda”, argumenta o mesmo deputado. Ele lembra que, se o ex-governador quiser “sair forte em 2010", terá que agregar vários partidos e recorda, inclusive, que nos tempos do PFL era comum a legenda possuir quadros seus em agremiações na época aliadas como o PR e o PP.
A indicação de Fábio Souto para a presidência da Comissão de Agricultura não teria tido nada a ver com uma tática da direção nacional do DEM para tentar manter seu pai no partido, conforme noticiou a imprensa, mas com um projeto alimentado pelo parlamentar desde o ano passado, fortalecido com a eleição de ACM Neto para Corregedor da Câmara.
Fonte: Tribuna da Bahia
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