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quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Bloco da polícia é eleito o melhor da avenida

Por Mariacelia Vieira e Silvana Blesa


A sincronia entre a proposta da Segurança Pública e o amadurecimento da população permitiu Salvador exportar a alegria de comemorar um Carnaval sem homicídios no circuito da festa. Para o delegado-chefe Joselito Bispo, o “pacto pela paz” solicitado pela Polícia Civil foi bem entendido pelo folião, e a preparação e treinamentos dos policiais colaboraram para que todos extravasassem a alegria, que era de direito, e assim, permanecessem até o último dia. “Homicídio zero no circuito da folia”.
As campanhas pela paz e o uso de recursos tecnológicos, para conter aquele que extrapolasse o nível de tolerância foram marcos decisivos nesta comemoração, segundo Bispo. A interação de policiais civis com os colegas militares pelas ruas dos vários circuitos do Carnaval, num perfeito policiamento ostensivo, deu certo. “Quatorze mandados judiciais foram cumpridos. Os policiais fizeram o reconhecimento das pessoas no circuito, enquanto trabalhavam junto com o folião”, como adiantou o delegado chefe.
Para falar do bem-sucedido Carnaval, o Secretário da Segurança Pública, César Nunes, reuniu a imprensa no Hotel da Bahia, ontem pela manhã. Assegurou que reinou harmonia, paz e alegria. “Estamos comemorando. Uma festa onde concentrou cerca de 1 milhão de pessoas, não tivemos nenhum assassinato e nem ocorrências de gravidade. Podemos dizer que atingimos nosso objetivo, com um Carnaval alegre e de paz”, comemorou o secretário Nunes.


Carnaval 2009 teve redução de 7,8% em ocorrências


Desde as 19 horas da última quinta-feira, quando deu início a festa de Momo, até a manhã de ontem, final do Carnaval, foram registrados 1.379 ocorrências, com uma redução segundo Nunes de 7,8% em relação ao ano passado, que registrou 1.495 delitos. Nunes avaliou que 12% foram registros de lesões corporais, 6,4% de furto e 35% de roubo.
No último dia oficial de folia, a polícia contabilizou o maior número de ocorrência. Num espaço de 24 horas, 441 registros foram notificados. Destas, 290 aconteceram no circuito Osmar (Centro), 140 no Dodô (Orla) e 11 no Batatinha (Centro Histórico de Salvador). Entre as principais ocorrências nos três palcos da festa, 98 registros de furtos; 19 situações resultaram em lesão corporal; sete roubos; e seis ocorrências por porte e uso de drogas. Uma pessoa foi presa no circuito da orla por tráfico de drogas e outra por exploração sexual.
Durante os seis dias de festa, 1.463 pessoas foram conduzidas para averiguações nos postos especializados para o atendimento nos circuitos. Sendo que 71 ficaram detidas e foram encaminhadas para o Complexo Policial dos Barris, e estão à disposição da Justiça. Segundo o delegado chefe, Joselito Bispo, 14 dessas pessoas eram procuradas pela justiça. “Dentre os presos, 12 foram autuados por tráfico de drogas, 89 foram conduzidas por uso de substancia entorpecente”, reforçou Bispo.
Para o coronel da Polícia Militar, Nilton Régis Mascarenhas, a tranqüilidade da festa é resultado de todo o investimento tecnológico e a disposição dos agentes durante atuação nos circuitos. "O aprimoramento tecnológico fez com que os agentes trabalhassem perto do folião que foi para o Carnaval com intuito de causar transtorno”, disse Mascarenhas salientando que as 200 pistolas elétricas não-letais taser M-26 distribuídas aos agentes, não tiveram necessidades de serem usadas no Carnaval.


Regime de plantão de carnaval termina hoje nas delegacias


Delegacias vazias e policiais trabalhando ainda em regime de Carnaval foi o que se verificou ontem durante todo o dia em Salvador. Alguns advogados que insistiram em procurar as unidades policiais para contato com clientes tiveram que adiar a visita. Os agentes alegavam excesso de presos e agitação dos mesmos, para justificar o não atendimento à solicitação, como foi o caso na 1ª DP, nos Barris. A informação divulgada na tarde de ontem era de que a partir desta manhã os trabalhos estariam normalizados.
Na Delegacia de Homicídios uma listagem de seis mortes violentas foi apresentada pelos plantonistas. A maioria dos casos era de pessoas que não portavam documentação. Apenas Jackson Borges Cruz, morto na Rua Xisto Bahia, Travessa Cosme, no bairro da Federação, com tiros na cabeça e tórax: e, Ubiraci Vieira Carvalho, executado quando transitava pela Rua da Vitória, no Alto da Teresinha, estavam, reconhecidos oficialmente.
Na Rua Ipitanga, no Centro Industrial de Aratu, um homem negro, que usava camisa azul e bermuda branca foi morto com vários tiros. No bairro de São Cristóvão um corpo do sexo masculino estava jogado na Rua Esperança, Estrada Velha do aeroporto. No km 2 da Via Parafuso, na Avenida Periférica I, próximo ao sítio União, outro rapaz foi encontrado morto.
Seu corpo estava em estado avançado de gigantismo.

Fonte: Tribuna da Bahia

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