Delegado pretende esclarecer a participação de cada um dos suspeitos no episódio do Morro da Providência
O delegado da 4ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro (Central do Brasil), Rodrigo Dominguez, disse que pode pedir a quebra do sigilo telefônico dos 11 militares suspeitos de envolvimento na morte de três jovens do Morro da Providência, pois suspeita do envolvimento deles com os traficantes. "Vejo indícios fortes de envolvimento dos militares com o tráfico. Eles entraram e saíram do morro com facilidade, sem conflito. Quero saber se houve contato prévio", disse Dominguez.
O delegado disse ainda que pretende esclarecer a participação de cada um deles no episódio e que considerou estranho o fato de o caminhão do Exército ter entrado e saído do Morro da Mineira com facilidade, sem que tenha havido nenhum confronto.
Os 11 militares acusados estão presos no 1º Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, Zona Norte. Dominguez interroga hoje duas testemunhas: um adolescente que chegava ao Morro da Providência junto com os amigos e conseguiu fugir ao ser abordado pelos militares e outra pessoa que ele não quis identificar. O delegado informou apenas que não é morador nem da Providência nem do Morro da Mineira.
O assassinato
No último sábado, após voltarem de um baile funk, os três jovens teriam sido abordados por uma patrulha do Exército na entrada da favela, desacatando os militares. De acordo com testemunhas e depoimentos dos envolvidos, os jovens foram encaminhados ao quartel do Exército de Santo Cristo, onde foram liberados sem punição.
Entretanto, inconformados, integrantes da patrulha levaram os rapazes ao Morro da Mineira, no Catumbi, na Zona Norte da cidade, entregando-os a um grupo de bandidos rivais, como forma de "castigo". No dia seguinte, os corpos das vítimas foram encontrados em um lixão em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, com várias marcas de tiros. O Comando Militar do Leste determinou a instauração de um inquérito policial militar para avaliar a conduta dos soldados e dos oficiais.
Militares começam a depor
O delegado Ricardo Dominguez começou a ouvir na tarde de ontem nove dos 11 militares acusados de terem entregue os jovens para traficantes do Morro da Mineira. Dominguez pretende estabelecer a participação de cada um no episódio.
O advogado Rafael Viana, que defende três dos acusados, disse que o delegado já havia decidido indiciar os 11 militares sob a acusação de seqüestro. "Em conversa extraoficial, o delegado confirmou que vai estabelecer a participação de cada um, e que três ou quatro seriam indiciados também sob a acusação de homicídio triplamente qualificado", disse.
Viana defende os sargentos Bruno Eduardo de Fátima e Renato de Oliveira Alves e o soldado Sidney de Oliveira Barros. Segundo ele, os três contaram que chegaram ao quartel do Santo Cristo, na manhã do último sábado, e foram convocados para fazer a guarda de um caminhão do Exército.
No veículo, estavam os três moradores da Providência, detidos por desacato. "O Bruno, que é de Juiz de Fora, ouviu que os rapazes seriam deixados no Sambódromo para que voltassem a pé, como um corretivo. Mas ele percebeu que o caminho tomado foi outro. Ao chegar, percebeu que estava no pé do Morro da Mineira".
Ainda segundo o advogado, os militares contaram que desceram do caminhão quando o veículo já estava cercado por traficantes. "Cada um tomou posição para se defender. Um deles ficou atrás de um poste. O Bruno disse que nunca viu tanto civil armado.
"Segundo a versão dos três militares, eles teriam ficado na base do Morro da Mineira, enquanto o tenente Vinicius Ghidetti e o sargento Leandro Maia Bueno negociaram a entrega dos jovens aos traficantes.
O advogado do tenente Ghidetti, João Carlos Rocha, disse que seu cliente havia levado os rapazes ao morro para um corretivo, "mas não imaginava os desdobramentos". O advogado de Bueno não foi localizado.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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