Brasília
A Operação João de Barro é ação de maior vulto da Polícia Federal este ano por envolver grandes somas de recursos do governo federal em obras do PAC – R$ 3 bilhões para construção de casas populares, escolas, praças públicas e estações de tratamento de esgoto – e alcançar 119 Prefeituras do país. Destas, 114 ficam em Minas, onde as investigações tiveram início há dois anos – embora os primeiros indícios tenham surgido em 2002. Até o início da noite de ontem 28 pessoas haviam sido presas e quase uma centena de pedidos de prisão envolvendo prefeitos estavam parados no Tribunal Regional Federal da 3ª Região à espera de resposta do judiciário. A operação pode resultar na cassação dos mandados dos deputados João Magalhães e Ademir Camilo e de prefeitos de vários partidos, entre eles um do PT, o de Palmas, Raul Filho.
As operações da Polícia Federal desencadeadas em 2008 ainda não produziram o impacto das ações de anos anteriores – Hurricane, Navalha e Xeque-Mate – que estremeceram os três poderes da República, mas marca nova ofensiva contra a corrupção, em que transparece a preocupação com as garantias individuais.
– Não há mais exposição do preso, que provocava uma punição antecipada – disse ontem o ministro da Justiça, Tarso Genro, em entrevista coletiva dada uma hora antes da Polícia Federal apresentar o resultado da operação.
Manual de regras
Genro fez questão de colocar ao seu lado o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, o diretor-executivo, Romero de Menezes e o superintendente de Minas, David Salem. Queria demonstrar que a polícia está executando um manual de regras que preserva os direitos dos presos e, ao mesmo tempo, que não há direcionamento político nas operações. Ao contrário de outras ocasiões, ele avisou com antecedência o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, que os gabinetes parlamentares seriam alvos de buscas. Mas frisou que o Congresso não é foco de uma nova ofensiva da Polícia Federal.
– As buscas e mandados não se destinam a facções políticas – disse o ministro ao ressaltar que as investigações tiveram a participação de outros órgãos de controle da corrupção.
Segundo ele, o resultado da operação recomenda que o governo deve agir com mais cuidado e cautela na liberação de recursos para obras do PAC, sem interromper o programa.
– É preciso travar uma luta sem trégua, longa e permanente contra a corrupção – disse.
Ele explicou que a Operação João de Barro se soma a outras dezenas de ações da Polícia Federal para combater o crime organizado, o tráfico de drogas, a corrupção e delitos ambientais na região da Amazônia Legal. Segundo o ministro, o aparato repressivo do governo está cada vez mais instrumentalizado – seja através de equipamentos tecnologicamente avançados como o grampo telefônico ou pelo reforço do efetivo policial – para enfrentar o crime.
Várias frentes
Entre mais de 50 operações desencadeadas este ano, a Polícia Federal já atacou em várias frentes. Na sexta-feira passada, a Operação Higia desbaratou um grupo que desviava recursos da área de saúde no Rio Grande do Norte, prendendo 13 pessoas, entre elas o assessor parlamentar Lauro Maia, filho da governadora Wilma Faria. Há duas semanas, no Rio de Janeiro, a Operação Segurança Pública S/A terminou com a prisão do deputado Álvaro Lins (PMDB) e a descoberta de um esquema de arrecadação de propinas na Secretaria de Meio Ambiente através das delegacias de polícia. Na Operação De Volta Pra Passárgada, os federais prenderam pela segunda vez o prefeito de Juiz de Fora, Carlos Alberto Bejani (PTB) que, da cadeia, se viu obrigado a renunciar. A mais longa e duradoura operação da PF, a Arco de Fogo, destinada a interromper o desmatamento, está há três meses em vigor, e deve durar um ano.
Fonte: JB Online
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