Brasil perde do Paraguai e cai para quarto lugar nas Eliminatórias da Copa
ASSUNÇÃO - No segundo vexame seguido, o Brasil foi derrotado, ontem, pelo Paraguai por 2 a 0, no estádio Defensores del Chaco, em Assunção, caiu para quarto lugar nas Eliminatórias do Mundial de 2010 - com oito pontos, cinco atrás dos líderes paraguaios - e expôs aquilo que muita gente já sabe: o time do técnico Dunga não tem padrão tático, nem jogada ensaiada, muito menos força para reagir. É uma equipe sem graça, com um futebol limitado e jogadores que atuam burocraticamente.
Dunga levou a campo três volantes e o Brasil pareceu com medo do Paraguai durante todo o primeiro tempo. Talvez a derrota recente, e inédita, para a Venezuela (também por 2 a 0) tenha deixado o treinador meio confuso, sem saber ao certo o que fazer para honrar a tradição do futebol brasileiro.
E que o Brasil não reclame da falta de sorte. O Paraguai ainda finalizou duas bolas na trave (com o gordinho atacante Cabañas) e jogou quase todo o segundo tempo com um a menos - o meia Verón foi expulso corretamente aos 2 minutos da etapa final.
A seleção de Dunga abusou dos erros individuais e coletivos. Nada criou. O técnico ainda optou por deixar fora do banco de reservas a maior promessa de talento do futebol nacional: o jovem atacante Alexandre Pato, que joga atualmente no Milan. Robinho e Anderson foram os únicos que tentaram alguma coisa.
O atacante se apresentava, pedia a bola e procurava as tabelas. Depois, foi tomado por uma apatia incrível e se nivelou aos demais. Anderson chutou duas vezes a gol, obrigando o goleiro Villar a boas defesas. No mais, toda vez que a seleção tinha a posse de bola, buscava o mais fácil: levantá-la sobre a área.
O lateral-esquerdo Gilberto insistia nos cruzamentos, não acertava nenhum deles. Do lado direito, Maicon teve uma média mais eficiente - acertava um em cada quatro lances. E Maicon gostou do que viu. "Tivemos uma boa atuação", disse o lateral-direito.
Veloz nos contra-ataques e jogando com vontade, o Paraguai poderia ter aplicado uma goleada. O time abriu o placar, aos 25 minutos do primeiro tempo, após cobrança de escanteio em que toda a zaga do Brasil falhou e Roque Santa Cruz completou sem marcação na pequena área.
O segundo gol, aos três da segunda etapa, veio logo após a expulsão de Verón. Numa saída rápida, Roque Santa Cruz avançou livre e chutou cruzado. Júlio César deu rebote e Cabañas aproveitou.
No final, a torcida brasileira no Defensores del Chaco gritava "fora Dunga!". Exagero ou não, o técnico vai ter uma chance de ouro, na quarta-feira, para acalmar os críticos. Ou então enfurecê-los de vez. O Brasil joga contra a Argentina, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Ontem, em Buenos Aires, os argentinos empataram em 1 a 1 com o Equador. Urrutia abriu o placar para os equatorianos, aos 24 minutos do 2º tempo e Palacio empatou já nos descontos, aos 48 minutos.
Paraguai 2 x 0 Brasil
Paraguai: Villar; Da Silva, Caniza, Cáceres e Verón; Barreto, Enrique Vera e Santana; Nelson Haedo (Victor Cáceres), Roque Santa Cruz (Cardozo) e Cabañas (Torres).
Técnico: Gerardo Martino.
Brasil: Júlio César; Maicon, Lúcio, Juan e Gilberto; Gilberto Silva, Mineiro (Adriano), Josué (Anderson) e Diego (Júlio Baptista); Robinho e Luís Fabiano.
Técnico: Dunga.
Gols: Roque Santa Cruz, aos 25 minutos do primeiro tempo; Cabañas, aos três minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Cáceres (Paraguai); Juan (Brasil).
Cartão vermelho: Verón (Paraguai).
Árbitro: Jorge Larrionda (Fifa-Uruguai).
Renda e público: Não disponíveis.
Local: Estádio Defensores del Chaco, em Assunção (Paraguai).
Fonte: Tribuna da Imprensa
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