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sexta-feira, dezembro 28, 2018

Dívida interna do país sobe 1,69% em novembro e chega a R$ 3,8 trilhões


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Ilustração reproduzida do Arquivo Google
Pedro do Coutto
Este foi o resultado em novembro da dívida interna brasileira, elevando-a para 3,82 trilhões de reais, sobre os quais incide os juros anuais de 6,5%, taxa Selic. A evolução da dívida interna federal parece não despertar a atenção da equipe liderada por Paulo Guedes, no início da economia do governo Bolsonaro. O contraste é que o déficit da Previdência Social, ao contrário, mobiliza a nova equipe que assume agora em janeiro no comando do país. Entretanto o problema da dívida pública federal é muito maior.
Os dados são do banco Central e a matéria sobre esse panorama visto da ponte foi publicada na edição de ontem da Folha de São Paulo. A revelação é bastante lógica na medida em que compara o percentual de crescimento com o total. Muito importante esta forma de divulgação porque todo problema numérico projeta-se num cenário de percentagem incidindo sobre o número absoluto.
PERCENTAGENS – causa preocupação o fato de a equipe econômica no atual e a do próximo governo ao se referirem as percentagens omitem sobre qual montante ela se projetam.
É o caso do déficit do INSS. Afirma-se que ele está sendo guardado para a passagem de poder, publicando-se apenas o confronto entre sua arrecadação e sua despesa. Daí surge um déficit aparente em torno de 200 milhões de reais. Porém o Orçamento da União sancionado pelo presidente Michel Temer apresenta em números absolutos algo em torno de 3,5 trilhões, por coincidência quase o mesmo estoque da dívida interna brasileira. Se comparado o déficit com o total da chamada Lei de Meios, vamos verificar que ele representa algo em torno de 5% dos recursos financeiros que circulam no Brasil. Por que não realizam cotejo entre o número absoluto e o percentual que navega em seu curso. Se fizerem isso, a população brasileira passará a ter uma visão muito mais completa do que a realidade previdenciária.
MAIS VENDAS? – Vejam os leitores outro exemplo. O Globo publicou ontem que as vendas este ano no comércio cresceram 5,5% em relação às vendas realizadas no ano passado. Mas é preciso completar o raciocínio, partindo-se da indagação se o aumento de 5,5% foi em cima das vendas físicas ou então se o aumento decorre de preços mais elevados do que os cobrados em 2017.
Acrescente-se mais uma coisa: a população de um ano para outro cresce um ponto percentual. E a inflação do exercício de 18 bate quase no teto de 4%. O desemprego se manteve na escala de 12%.
Fica claro um aspecto: as vendas não podem aumentar se o desemprego não baixar. E o PIB só avança quando fica acima do crescimento populacional, aumentando a renda per capita.

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