Fico observando o egoismo e a covardia de alguns pais de alunos ao reclamar pela paralisação dos professores que ao exercerem seu direito de cidadania, lutam pelo que é seu .
Quando os bancários fecham os bancos, ninguém vai para a frente do banco protestar, quando os rodoviários paralisam não vejo ninguém protestar, quando os médicos suspendem atendimentos e cirurgias ficam todos caladinhos, agora quando o massacrado e humilhado do professor luta por um motivo justo, querem condena-lo.
Esses egoístas, deveriam reclamar, protestar contra o prefeito, e não contra quem está com seus direitos sendo usurpados.
Não interessa que a paralisação seja de um, dez, vinte ou cem professores, quanto mais professores ausentes, é um sinal da enormidade, da disparidade da discriminação,.
Se o professor que tem como unica fonte de renda o salário do seu trabalho suado e sacrificado, se não receber esse salário, irá faltar a comida, o remédio, a dignidade porque injustamente seu nome irá para o SPC, além de todas as humilhações a que ficarão submetidos.
Pimenta nos olhos dos outros é refresco.
Quando assisto uns professores lutando e outros omissos lembro logo do " Fim do intermezzo de Bertold Brecht)"
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.