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quarta-feira, dezembro 26, 2018

Ex-governador Gérson Camata assassinado por ex-assessor que o denunciara


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Camata, em outubro, em sua última visita ao Congresso
Deu em O Globo
O ex-governador Gerson Camata (PMDB-ES) foi assassinado por volta das 17 horas desta quarta-feira, numa calçada em frente a um bar, na rua Joaquim Lírio, na Praia do Canto, um dos bairros de classe média de Vitória. Segundo uma testemunha disse ao Globo,  ele foi morto com um tiro no peito, próximo à axila esquerda.
O assassino seria um homem magro, baixo e de cabelos brancos. Depois de atirar contra o ex-governador, o assassino atravessou a rua calmamente, levantou a camisa, colocou a pistola na cintura e fugiu do local.
DIZ A TESTEMUNHA — “Eu estava numa padaria com minha mulher do outro lado da rua. Iríamos tomar um café. De repente, ouvimos um estampido. Em seguida, vi o ex-senador, com a boca sangrando e os braços encolhidos. Ele caiu na calçada “— disse a testemunha, que concordou em fazer o relato do caso com a condição de que não tivesse o nome publicado.
Algumas pessoas se aglomeraram perto do corpo. Uma delas apalpou o pescoço o pescoço, o pulso e disse para outras que Camata ainda estava respirando. Ele teria morrido logo depois da chegada da ambulância.
O assassino é o ex-assessor Marcos Vinicius Moreira Andrade, que foi preso e confessou o crime. Ele se aproximou do ex-governador, que estava em frente ao bar Motor Rockers, e perguntou sobre o pagamento de uma dívida. Camata teria respondido:
— Isso aí é com a Justiça e com meu advogado.
O homem então se afastou um pouco, sacou a arma e disparou.
PRÓXIMO AO LOCAL – Momentos depois do assassinato, a polícia prendeu Marcos Vinicius Moreira Andrade. O ex-assessor estava há menos de um quilômetro de distância do local do crime. Ele teria sido detido quando retornava para casa. Após ser preso, ele confessou o crime. Disse que matou o ex-governador porque foi processado por injúria, o que levou ao bloqueio de R$ 60 mil dele.
Ex-assessor de Camata, com quem trabalhou por 19 anos, Andrade denunciou o ex-governador em 2009, ao Globo,  por suposto recebimento de propina de empreiteiras, entre elas a Odebrecht, e apropriação de dinheiro de funcionários do gabinete dele, no período em que era senador. Camata então o processou por injúria e exigiu indenização por danos morais.
Camata foi eleito governador em 1982. Também foi senador por três mandatos (1987-2011), duas vezes deputado federal (1975-1983) , deputado estadual (1971-1975) e vereador de Vitória (1967-1971).

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