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quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Lula avaliará Dilma em seu reduto, o Nordeste

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveita a viagem que fará hoje ao semiárido como laboratório para avaliar, no seu tradicional reduto eleitoral, a performance da sua candidata ao Planalto em 2010, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Com a "mãe" do PAC a tiracolo, ele sobrevoa um trecho das obras da ferrovia Transnordestina, incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em Salgueiro, no sertão pernambucano.
Lula e Dilma sobrevoam as obras da BR-101, também incluídas no PAC, no Recife. Depois, o presidente visita o projeto de criação de peixes no porto da capital e estará em Ceará Mirim, no Rio Grande do Norte, onde lança uma linha de microcrédito do Banco do Brasil. Dilma não o acompanha na viagem ao Rio Grande do Norte.
É lá, lembram pessoas próximas dele, que está um exemplo da força das "novas matriarcas", mulheres de temperamento forte, sem tato político e que ganharam fama de administradoras rigorosas - não necessariamente de grandes famílias. Popular no interior potiguar e inexpressiva no Congresso, a senadora Rosalba Ciarlini é a aposta do rival DEM para o governo do Estado. Péssima de discurso, Rosalba fez fama no comando da Prefeitura de Mossoró.
Numa época em que motocicletas substituíram os jegues, as casas de internet se proliferaram nas cidades com problemas de abastecimento de água e as antenas parabólicas foram incorporadas à paisagem da caatinga, candidatas com algumas características das históricas mulheres nordestinas fazem a diferença, avaliam assessores do Palácio do Planalto.
Dilma Rousseff tem o perfil das mulheres determinadas que fascinam o presidente, lembram pessoas próximas dele. Assessores do governo, avaliam que o comportamento "firme" de Dilma não será recebido como prepotência ou distância pelo eleitorado do semiárido, mas como o de uma "mãe" exigente e austera. A ministra é considerada dura no trato com seus auxiliares.
O ministro de Relações Institucionais, José Múcio, um dos assessores do presidente que mais conhecem o eleitorado nordestino, diz que, apesar da falta de experiência nas urnas, Dilma vai surpreender na região. Ele avalia que os novos tempos no semiárido acabaram com a história de que os "machões" só votam em homens. "Ela é o rosto do trabalho; o nordestino é apaixonado por pessoas assim", afirma. "Ela não rodeia, é direta, é um nome novo e não copia ninguém", completa. "Em 2002, o presidente também era uma figura nova na política."
Diferenças
"A matriarca do Nordeste é a suplente do homem que viaja; ela tem grande capacidade de gerir os negócios sem o apoio masculino", diz a ensaísta e escritora Heloisa Buarque de Hollanda, que publicou o estudo "Matriarcas do Ceará - D. Fideralina de Lavras", um pequeno clássico das relações humanas no Nordeste, em parceria com Raquel de Queiroz.
Heloisa pondera que é preciso entender que entre Dilma, uma "poderosa", e as mais lendárias matriarcas nordestinas existe uma diferença de tempo, de um ou dois séculos. A diferença de tempo cria situações diferentes. "As matriarcas faziam parte de uma lógica patriarcal, não mudavam a relação homem e mulher, e eram voltadas para a família e para o seu pequeno mundo", explica. "A mulher moderna é voltada para o mundo, vai à luta", completa. Heloisa observa, porém, que as matriarcas têm muitas características que são encontradas no perfil das mulheres modernas, tanto que essa nova mulher se torna imbatível na gerência de bancos, observa. "É uma questão de tomada de poder, ela toma a palavra, isso é uma tradição brasileira."
Onde Dilma nasceu, Minas Gerais, o sertão está quase todo urbanizado. Foi lá que reinou nos tempos do Brasil colônia a matriarca Joaquina do Pompéu, mulher que aumentou o espólio da família e controlou com mão de ferro criados e parentes.
As matriarcas do antigo sertão mineiro e do velho e novo sertão nordestino são descritas nos romances e filmes sofisticados e na literatura de cordel como mulheres de temperamento forte, administradoras enérgicas, com capacidade para gerir e influenciar grupos. Muitas delas enfrentaram a tortura e a prisão. Criaram sozinhas os filhos e se tornaram poderosas sem ajuda de marido. Mas não são consideradas grandes estrategistas políticas.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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