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quinta-feira, junho 08, 2006

PAGAREI OS ESTRAGOS DA CÂMARA, MAS...

Por: Fabio de Oliveira Ribeiro

Deputados ensenam, mas não enganam mais.
Acabei de ler na página de abertura do website da Câmara dos Deputados que a invasão de ontem foi planejada. A enfase dada ao "planejamento" da invasão demonstra que, com perdão da palavra, os senhores Deputados são uns boçais. Por acaso os mensaleiros do "valerioduto" e os integrantes da "máfia dos sanguessugas" não PLANEJARAM DEMORADA E CUMPRIDAMENTE os roubos cometidos contra o patrimônio público? Por acaso a maioria do Congresso não PLANEJOU SECRETAMENTE a absolvição de muitos vagabundos e ladrões envolvidos nos golpes de mão cometidos contra o erário público e contra a democracia? O que os senhores Deputados pretendem enfatizando o planejamento do incidente de ontem? Desviar a atenção dos próprios crimes para os abusos cometidos pelos cidadãos que pagam seus salários? Os senhores Deputados acham que somos idiotas. Mas não somos não, sabemos que o montante total dos saques indevidos feitos por Deputados mensaleiros e mafiosos são infinitamente maiores do que as despesas com as depredações acarretadas ontem por brasileiros que foram chamados de "horda de bárbaros" por um deputadinho arrorante e cretino. Sou cidadão brasileiro e com meus impostos ajudarei a pagar de bom grado os estragos de ontem, mas somente ficarei satisfeito quando os suas excrescências parlamentares devolverem tudo que tungaram dos cofres públicos. VOTAREI NULO este ano, para lavar a alma dos escrementos jogados nela pelos parlamentares da direita escrota e de esquerda desonesta. Fábio de Oliveira Ribeiro
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Deu no jornal

Por: Vera Rosa

O atual objetivo do grupo é criar um conjunto de mil empresas agroindustriais, que seriam montadas de forma coletiva por todo o País.
Filho de usineiro, líder foi da guerrilha antes de ser do PT Bruno Maranhão, da extrema esquerda petista, ajudou a traçar diretrizes do programa de Lula à reeleição, embora presidente o considere radical Vera Rosa O homem que comandou a invasão dos sem-terra ao Congresso não apenas integra a Executiva Nacional do PT como participou de um dos grupos que prepararam as diretrizes do programa de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a campanha à reeleição. Secretário de Movimentos Populares do PT e líder do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), Bruno Maranhão faz parte da extrema-esquerda petista e tem experiência em invadir prédios públicos: em abril do ano passado, chefiou a ocupação do Ministério da Fazenda. Filho de uma família de usineiros pernambucanos, Maranhão estudou engenharia, mas não exerceu a profissão: ainda estudante, alinhou-se à resistência armada contra a ditadura, nos anos 60. Passou pelo PCB e pelo Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). Guerrilheiro, participou de ações armadas e, com o AI-5, caiu na clandestinidade, sendo obrigado a morar nos chamados "aparelhos", em vários Estados. Acabou exilado no Chile e, após a derrubada de Salvador Allende, foi para a França. Maranhão só retornou ao País em 1979, com a anistia, e ajudou a fundar o PT, um ano depois. De 1983 a 1985, ele presidiu o diretório do partido em Pernambuco. Crítico do MST, por achar que o movimento dirigido por João Pedro Stédile não dá ênfase aos ideais socialistas e defende um modelo de reforma agrária burguês e ultrapassado, Maranhão tenta organizar os sem-terra desde o início dos anos 90. Foi um dos idealizadores do congresso que deu origem ao MLST, em 1997. O atual objetivo do grupo é criar um conjunto de mil empresas agroindustriais, que seriam montadas de forma coletiva por todo o País. Em 2002, em entrevista ao Estado, Maranhão disse ser favorável à autodefesa armada dos líderes de organizações de esquerda. Afirmou que, dependendo da região, ia armado às invasões de terras. "Seria hipocrisia não dizer isso", completou. Ontem, diante das críticas à ação no Congresso, retrucou: "Não somos o Primeiro Comando da Capital. Não estamos na era da barbárie. Nosso movimento é e sempre foi pacífico." Em julho de 2004, Lula chegou a vestir o boné do MLST depois de se reunir com Maranhão, no Palácio do Planalto. Na ocasião, o presidente também autografou os bonés de 14 coordenadores da sigla dissidente do MST. Apesar do gesto calculado para aplacar a ciumeira - já que um ano antes ele havia se deixado fotografar com o boné do próprio MST -, Lula sempre considerou Maranhão "muito radical". Mesmo assim, não se opôs à decisão da cúpula do PT de chamá-lo para o grupo de trabalho que preparou o texto preliminar sobre "conjuntura e política de alianças" para o seu programa de governo. EXPULSÃO Depois do quebra-quebra na Câmara, petistas pediram que Maranhão fosse expulso do partido. No Planalto, a preocupação era com o uso das imagens de vandalismo na campanha de Lula. "Será devastador", resumiu um auxiliar do presidente. O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo, foi um dos que defenderam a expulsão de Maranhão. "Os responsáveis por esse vandalismo, sejam eles quem forem, têm de ser presos e punidos com o máximo rigor", observou. Alegando não querer fazer prejulgamentos, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse que requisitará à Câmara as informações necessárias para saber se filiados do partido, e não apenas Maranhão, incitaram a violência. "O PT não vai tolerar vandalismo. Para quem promoveu a violência, não resta outra alternativa a não ser a expulsão". COLABOROU ROLDÃO ARRUDA

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Notícia Urgente Sobre a Gripe Aviária

Por: Marcos Loures

Sobre um foco de epidemia de gripe aviária descoberto e debelado
Notícia Urgente que vem de Brasília, dá a dimensão da epidemia que ameaçava atacar o Brasil, mas foi estancada pela descoberta de um antídoto eficaz: Segundo nosso correspondente em Brasília, o foco de gripe aviária detectado em Brasília foi debelado. Restando apenas alguns poucos contaminados que estão sendo isolados e, desta forma, cada vez mais enfraquecido. A gripe aviária, ao contrário do que se pensa, teve seu primeiro foco epidêmico localizado no Brasil, na década de 90, com uma forma mais branda, mas altamente lesiva. Essa epidemia deu-se com a contaminação de uma ave da fauna nativa brasileira, o Ramphastos toco, ave da ordem dos Piciformes e da família dos Ramphastidae. Ele é um animal onívoro, alimenta-se de insetos, lagartos, ovos, filhotes de outros pássaros e, principalmente, frutas. Seu hábito alimentar é diurno. E, com esse hábito deletério para a natureza, de se alimentar de seres indefesos, como os filhotes de outros, criou um ambiente propício para a destruição da fauna, tanto selvagem quanto civilizada, destruindo o futuro de muitos. A contaminação, através das fezes da subespécie latrus, a mais freqüentemente encontrada dentre as outras subespécies, as quais iremos abordar em seguida, nos leva a uma dimensão do potencial destrutivo desse animal. Durante oito anos, esta ave, pode-se dizer tranqüilamente, de rapina, levou à miséria grande parte da fauna brasileira, inclusive com a destruição dos ninhos onde se encontravam a maior parte da população. Porém, há mais ou menos três anos e meio, com a reprodução dos representantes da classe Cephalopoda, subclasse Coleoidea, ordem Teuthida, que inclui duas subordens, Myopsina e Oegopsina, os pássaros contaminados passaram a perder a capacidade de destruir os ninhos alheios. No ano passado, houve um recrudescimento da virose, contaminando outra subespécie, a vulgaris, de características mais agressivas, chegando a agredir outros espécimes dentro do próprio ninho. Mas a associação dos Cephalopoda da ordem Octopoda, parentes muito proximos dos Teuthida supra citados, a epidemia se tornou, para alívio de todos, improvável. O fato de ter-se debelado essa ameaça ao país e à humanidade deve ser comemorado por todos; embora a contaminação pelas fezes dos animais possa ter deixado alguns, com uma forma crônica da doença. Forma essa que precisa de tratamento contínuo, para que as recaídas não ocorram.


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quarta-feira, junho 07, 2006

ACM afirma que Lula incentiva baderna contra o Congresso

Por: Correio da Bahia


Senador declara que, com sua falta de autoridade, presidente da República estimula desordeiros e anarquistas

Senador ficou indignado com as agressões ao Congresso lideradas por dirigente do PT
BRASÍLIA - O senador Antonio Carlos Magalhães afirmou ontem, no plenário do Senado, que a baderna e a depredação da Câmara dos Deputados, liderada pelo secretário nacional de movimentos sociais do Partido dos Trabalhadores (PT), à frente de mais de mil militantes do Movimento pela Libertação dos Trabalhadores Sem-Terra (MLST), é de responsabilidade direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ACM, Lula incentiva a ação de desordeiros e anarquistas.
"Senhor presidente, jamais faltaria a esta tribuna em momento tão grave da vida do Congresso Nacional. Venho aqui dizer aos senhores senadores que isto é o início da campanha do presidente da República, isso é a participação direta do presidente da República, que incentiva os anarquistas que aí estão, que tiraram retrato, inclusive, com o senador Sibá (Machado, líder do PT), como aparece aí, na foto. São esses desordeiros - não quero saber o número -, mas não podemos ficar parados", advertiu o líder baiano.
"A mesa do Congresso, principalmente o seu presidente, tem o dever, como eu tive - e reagi -, quando isso aconteceu no passado. Não podemos viver a anarquia; é melhor que o Congresso feche. Se os movimentos eram contra os parlamentares que foram injustamente absolvidos - deviam ser condenados pelo `valerioduto´ -, eles deviam invadir o Palácio do Planalto, onde está o maior ladrão do Brasil, que é o presidente da República", enfatizou.
Segundo o senador, lá no Palácio do Planalto, os dirigentes do PT e militantes do MLST "não vão porque o presidente da República é cúmplice desse movimento. Dizer outra coisa é fugir da verdade. E eu pergunto: as Forças Armadas do Brasil, onde é que estão agora? Elas são obrigadas a velar pela Constituição e não deixar a anarquia que aí está. Foi uma circular do presidente Castelo Branco, em março de 1964, mostrando que o presidente da República não poderia dominar o povo brasileiro sem respeitar a Constituição, que deu margem ao movimento de 64", observou.
"Quero dizer, neste instante em que o presidente do Congresso (senador Renan Calheiros) está entrando (no plenário), que ele também tem responsabilidade. Eu assumi essa Presidência (do Senado e do Congresso) e, no momento em que estava na Presidência da Casa, houve um movimento como esse e eu mandeu que houvesse reação. E a reação se fez sentir e o movimento parou. Hoje, o presidente da Câmara não estava lá. O eminente presidente do Congresso, a quem tanto respeito e estimo, também não estava aqui. Isso não está certo".
O senador continuou expressando a sua indignação com a desordem promovida por um dirigente do PT e integrantes do MLST na Câmara: "nos momentos de dificuldades, os chefes não podem se ausentar e as Forças Armadas não podem ficar caladas. Esses comandantes estão aí a obedecer a quem? A um subversivo?", indagou ele, acrescentanto:
"Quero dizer, neste instante, aos comandantes militares - não ao ministro da Defesa (Waldir Pires), porque ele não defende coisa nenhuma, porque nunca soube defender. Está lá porque este governo é um governo insensato de colocar uma figura como ele no Ministério da Defesa -, reajam enquantgo é tempo, antes que o Brasil caia na desgraça de uma ditadura sindical presidida pelo homem mais corrupto que chegou ao governo da República".
Antonio Carlos Magalhães voltou a enfatizar que o Congresso Nacional não pode ficar indeciso diante da agressão cometida contra a instituição por um dirigente do PT, que liderou os militantes do MLST. "Nós não podemos ficar inertes. Nós temos que reagir. Se esta Casa, e a outra, principalmente, que foi alvo, não tiverem uma reação à altura, pela covardia do presidente (da Câmara) Aldo Rebelo, nós, aqui do Senado, senhor presidente, não podemos ficar parados diante disso. Vossa excelência tem o dever de chamar a atenção do senhor presidente da República de que o Congresso Nacional não pode ficar à mercê dos desordeiros e anarquistas que estão aí, vestidos de MST ou de qualquer outra coisa".
Ao finalizar, ele afirmou: "Estou cumprindo o meu dever. Venho à tribuna com as forças que ainda tenho para lutar, para defender a Bahia e o Brasil, para dizer a este governo corrupto que o lugar de ladrão não é, infelizmente, apenas na Câmara. É também no Palácio do Planalto, inclusive na família do presidente. Temos que realizar os processos necessários, sem medo de errar, e cumprir o nosso dever em relação à Casa do povo brasileiro e da Federação, que é o Senado da República".

A turma dos “500 anos”

Por: Liliana Pinheiro (Primeira Leitura)


Minha maior decepção nesse processo eleitoral decorre menos da qualidade dos políticos, que evidentemente merecem críticas, e mais da adesão de parte expressiva da sociedade à despolitização que o PT pregou desde que se tornou governo. Adesão tão maciça que dá para afirmar que o petismo não está sozinho nessa empreitada.
Caixa dois já é considerado mal menor, como revelam as pesquisas eleitorais nacionais. Há gente demais passando recibo à leitura do presidente da República, segundo a qual todo mundo tem sua reserva de “recursos não contabilizados”.
A corrupção tem “500 anos”, repete parte expressiva do eleitorado. Decorre do atraso social e econômico de “500 anos”, da irresponsabilidade da elite de “500 anos”. Daí para aceitar a suposta tragédia secular como desculpa para exercer a também suposta complacência brasileira na hora de votar, de não menos de “500 anos”, é um passo pequeno.
A turma dos “500 anos” que serão seguidos por mais “500 anos” evidentemente estava dormindo quando o povo desse mesmo Brasil derrubou uma ditadura, reinventou o voto direto, impichou um presidente, aprovou uma Constituição, acabou com a inflação, adotou a responsabilidade fiscal, fez valer seus contratos... Isso para ficar apenas nas últimas três décadas. Já fizemos tudo isso e mais.
Decepção não tenho mais com o PT, com Lula e com seus manos da periferia do juízo. Que sigam seu destino. Tenho, isso sim, com a população que toma as urnas por lata de lixo obedecendo aos mantras que lhes assopra nos ouvidos uma gente politicamente canalha. E vejam que essa percepção de que estamos diante de um movimento muito bem orquestrado de desmoralização da democracia, tornada depósito da impunidade, pode não ser só minha.
O petismo parece confiar na competência desses bordões ao promover seus suspeitos e investigados à condição de candidatos prestigiados. Gozação do PT? Não, senhores. É puro cálculo político. Nunca o ambiente esteve tão propício para a lavagem de reputações imundas nas águas do povo rendido à lógica dos “500 anos”, pintados como natureza política morta.
Outros partidos também ensaiam lançar nomes enrolados em processos na disputa a uma vaga na Câmara. Outro dia mesmo os jornais eletrônicos noticiaram movimentos para fazer de Paulo Maluf deputado por São Paulo. Por que não? Se haverá Palocci, Genoino, Luizinho e tantos mais no páreo, não há por que não socializar esse happening do quinto centenário de uma escola derrotista que floresceu assim que o antes inquieto e barulhento “líder de massas” deu licença para que todo cidadão colocasse o burro na sombra e a própria moralidade para hibernar.
Mundo interessante esse da desobrigação pessoal e coletiva. Que se fechem os consultórios especializados em aparar os dramas das pessoas que acabaram emocionalmente seqüeladas pelos rigores dos códigos de condutas. A teoria dos “500 anos” liberou geral.
Claro que, com isso, entram em cena os novos seqüelados: os espancados pelo movimento dos sem-terra nesta terça, por exemplo. Os sem-terra foram liderados pelo PT de Lula na invasão à Câmara. A ordem partidária para enxovalhar a Casa que representa o povo organizado está inequivocamente ligada ao presidente, dado que a principal liderança presa é nada menos que o secretário de Movimentos Sociais do PT. Vão dizer que não está, não. Que o meu raciocínio sobre o dado inequívoco é um equívoco.
Tudo bem, nem percam tempo em me processar. Equivoquei-me. Inequivoquei-me, se preferirem. Esqueci-me de que, como manda a neoteoria política, Lula não é o PT, e que o PT não é Lula; que Lula nem é Lula, e o PT nem é o PT. A política até inventou um jargão para isso: o verbo descolar, que, aliás, eu também uso para expressar o que não pode ser expresso em palavras normais. Quem se descola pode ser e não ser, estar ou não estar, ou as quatro alternativas simultaneamente. Há quem se descole do governo que fez. Há quem se descole da biografia e mesmo da própria cara.
Dizem os neoteóricos desse Brasil falsificado que isso de “descolar” também tem “500 anos”. É uma forma de nos mandar para casa enquanto eles garantem mais “500 anos” para Lula.
[http://www.primeiraleitura.com.br/html/institucional/faleconosco/liliana_pinheiro.php]

Bruno Maranhão e o “ultraje simbólico”

Por: Rui Nogueira


Brigar com os fatos e tentar uma explicação irrealista para as evidências gritantes, daquelas que bradam aos céus, são duas das piores performances que a sociedade pode esperar de um político – figurino que assenta de maneira igualmente extravagante em um jornalista. O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) desempenhou esse papel e tangenciou as raias do patético, na tarde desta terça-feira, em dois discursos no plenário da Câmara, bem no calor da selvageria promovida pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) sob a liderança do esperto vovô revolucionário, o pernambucano Bruno Costa de Albuquerque Maranhão, 66 anos.
Diante dos cacos morais e materiais da Câmara, Miro Teixeira foi ao microfone do plenário pedir aos poderes que mantivessem uma estranha “calma”, coisa que o momento exigiria. Na opinião do pedetista fluminense, manifestada depois ao Primeira Leitura, aquela baderna monumental perpetrada por umas três centenas de manifestantes travestidos de povo “não pode ser levada a sério, não pode ser tomada como ameaça ao que quer seja da ordem institucional”. Tal qual as crianças que acreditam em Papei Noel, o deputado Miro também acha que “pessoas sérias organizadas para fazer uma reivindicação justa foram atraiçoadas por uns bandidos extremados que queriam fazer provocação”. Os infiltrados roubaram a alma pura das reivindicações!
“Propaganda gratuita”O conjunto do raciocínio (!) do deputado Miro Teixeira deságua em um diversionismo grotesco, que atenta contra a democracia. A quebradeira do MLST é o de menos; o de mais é a condescendência devotada a movimentos desse tipo pelo governo Lula e por parlamentares como o pedetista fluminense. Trata-se de leniência pura. A democracia, que dispensa vivandeiras, empurra as sociedades para a encruzilhada das crises políticas quando é liderada por oportunistas e mal defendida por ingênuos.
Miro também disse ao site que boa parte do vandalismo do MLST adveio do fato de os manifestantes saberem que estavam sendo filmados. “Eles sabiam que teriam propaganda gratuita”, explicou o deputado, revelando quanto de má consciência trespassa a idéia de que menos mídia poderia ter contribuído para espetacularizar menos a manifestação, tornando-a, até, quem sabe, menos violenta. Censurando o espetáculo esquerdista dos sem-razão, acha o deputado, o ímpeto revolucionário do MLST arrefeceria!
Eu me pergunto, então, o que já não teria acontecido com este país se a mídia não tivesse dado ampla divulgação crítica a essas ações criminosas? Quantas consciências não continuariam dormitando placidamente na crença de que os movimentos apenas põem em prática cristãs e cândidas ações pela justa distribuição da terra e de combate à pobreza?
“Ultraje simbólico”O histórico do MLST desmente Miro Teixeira e permite dizer que das duas uma: ou o deputado é um ingênuo e acredita mesmo na boa-fé das reivindicações ou o deputado conhece a natureza desse tipo de movimento, mas está tentando disfarçar um ato de contemporização que atenta contra a democracia. Movimento com o senhor Bruno Maranhão no meio é farsa violenta disfarçada de reivindicação justa.
O engenheiro mecânico Bruno Maranhão, formado pela Universidade Federal de Pernambuco, é um dos filhos do usineiro Gustavo Costa de Albuquerque Maranhão, proprietário da usina Estreliana, em Ribeirão (PE), e da destilaria Laísa, no município de Escada (PE). As informações são do Sindicato dos Cultivadores de Cana-de-Açúcar do Estado de Pernambuco e foram distribuídas nesta terça por vários parlamentares. O líder do MLST é uma especialista em ações espetaculares de “ultrajes simbólicos”.
Foi assim em abril do ano passado, quando outras cinco centenas de sem-terra, que não querem terra nenhuma, invadiram o prédio do Ministério da Fazenda, em Brasília. Aos gritos de “arroz, feijão, Palocci é um ladrão”, o MLST acampou no saguão do ministério e, a partir dali, foi subindo e invadindo andar por andar. No 4º andar, os funcionários da Fazenda chegaram a montar uma barricada para evitar a passagem para o 5º andar, onde fica o gabinete ministerial – Palocci estava em São Paulo. Ao fim de quase sete horas de ocupação do prédio, que foi transformado em pocilga, o MLST deixou a Fazenda e, pela boca do líder e porta-voz Bruno Maranhão, botou os pingos nos is: tratava-se de um “ato de repúdio à equipe econômica”, de protesto contra o “ministro que corta o orçamento da reforma agrária”, mas de apoio ao presidente Lula.
Seguindo a lógica dos “ultrajes simbólicos”, Bruno Maranhão explicitou melhor o ideário por trás da ação levada a cabo no Ministério da Fazenda e disse que se tratava de uma operação ao estilo do Movimento Zapatista: “Somos os zapatistas do Brasil, fizemos uma ação inédita para chamar a atenção para uma causa legítima”. Até nisso a história em movimento pelas mãos e o miolo mole de Bruno Maranhão se repete como farsa, pois não havia ali nem nada de inédito nem causa alguma a defender. Os sem-terra, mas do MST e da Contag, já haviam feito, em outubro de 1997, a mais espetacular de todas as invasões. A vítima foi o então ministro do Planejamento, Antônio Kandir, que teve o gabinete ocupado e depredado e a mesa de trabalho ocupada por um peru atarantado, que não parava de olhar para a foto da família do ministro.
Audiência com LulaMenos de dois meses e meio depois da invasão do prédio da Fazenda, o MLST foi recebido por Lula, que não deixou de botar o boné do movimento e ainda permitiu fotos para a propaganda dos sem-terra dissidentes do MST. Ministros e assessores de Lula cuidaram de fazer o discurso-justificativa: o governo do PT não criminaliza os movimentos sociais, trata igualmente todos.
O MLST é um dos 70 movimentos que o Ministério do Desenvolvimento Agrário trata como interlocutores das reivindicações em favor da reforma agrária. Criado em agosto de 1997, durante um encontro em Luiziânia, município a 40 km de Brasília, o MLST teve desde o início Bruno Maranhão, então dirigente do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), como o mentor ideológico número um. Um ideário que se resume em resume a dois slogans: “Ocupar e resistir” e “Romper cercas e construir a liberdade”.
Oficialmente, Maranhão é membro da Executiva Nacional do PT desde outubro do ano passado, abrigado na tendência Democracia Socialista, a mesma do ex-ministro do Desenvolvimento Agrário Miguel Rossetto. Ocupa, muito apropriadamente, o cargo de secretário Nacional de Movimentos Populares. Portanto, depois da invasão do Ministério da Fazenda, tivemos:1) Maranhão premiado com audiência no Planalto, sendo recebido por ninguém menos que Luiz Inácio Lula da Silva;2) o MLST ganhou a liberação de R$ 9 milhões por supostamente representar 35 mil famílias assentadas;3) Maranhão foi eleito para o comando do Partido dos Trabalhadores, um cargo na Executiva Nacional.Apesar da intimidade explícita, alguns deputados petistas, com ar grave, pediam nesta terça, por meio de discursos e entrevistas, que Maranhão fosse expulso do PT ou, pelo menos, tirado da Executiva Nacional.
O PT não sabia?Ora, o PT entregou a Secretaria Nacional de Movimentos Populares sem saber quem era Bruno Maranhão? O PT não sabia que o MLST e Maranhão vivem disputando com o MST de Stedile o campeonato brasileiro de invasões de terras, não raro nas mesmas fazendas produtivas? O PT não sabia que o MLST até já tem uma dissidência, o MLST de Luta, criada em 2000, o que levou Maranhão a radicalizar cada vez mais seus “ultrajes simbólicos”?
O PT sabia de tudo isso e muito mais, mas precisa do MLST para fermentar o estoque eleitoral, para exibir Lula sob todos os ângulos ao mesmo tempo. Lula e o PT, repetimos pela enésima vez, são a governança e a crise, são o problema e a solução. Eles estão por trás da baderna, mas se exibem como os melhores controladores da baderna. Quem quiser que compre essa!
Quanto à violência exibida na Câmara, não há nada que um toque de cinismo ao estilo presidencial não resolva. E o MLST, que entrou arrebentando um prédio público, sabe como fazer isso. De cara lavada, Bruno Maranhão dava entrevistas pisando em milhares de estilhaços de portas de vidro estouradas e posando de vítima da “ação truculenta” dos seguranças do Poder Legislativo.
Por falar em mentira, qual era mesmo uma das principais reivindicações do MLST? Que Lula revogue logo a medida provisória que proíbe a vistoria de terras invadidas e destinadas a assentamentos da reforma agrária. Pois então, vejam só como são as coisas: a MP virou lei faz tempo porque foi editada no governo FHC, mas jamais foi usada pelo governo Lula. Do que se queixa Bruno Maranhão? Do desconforto com a democracia, o regime que o deputado Miro Teixeira defende mal ao achar que o líder do MLST não passa de porta-voz de reivindicações populares.
Embustes dessa natureza têm preço.
[ruinogueira@primeiraleitura.com.br]

Alerta: educação não é mercadoria

Por: Erick da Silva

Alerta: educação não é mercadoria Erick da Silva Nos últimos dias, o conjunto do movimento estudantil esteve em alerta, surpreendido pela aprovação de um substitutivo ao Projeto de Lei 341/2003, no último dia 17 de maio, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O PL altera a atual legislação sobre a cobrança das mensalidades e permite às universidades particulares afastar o estudante que estiver com a mensalidade atrasada por 60 dias. Este substitutivo, que alteraria a lei de mensalidades, foi apresentado pelo deputado Colombo (PT/PR) e aprovado na CCJ em caráter conclusivo, o que o dispensaria de passar pelo plenário da Câmara, seguindo direto para votação no Senado. A UNE conseguiu barrar o caráter conclusivo do projeto, através de pressão sobre parlamentares para colher assinaturas para que o projeto fosse discutido no plenário da Câmara. Esta vitória tem um caráter apenas parcial, na medida em que o projeto será alvo de debates na Câmara e posteriormente no Senado. Devido a própria pauta já extensa de votações do legislativo, e ao fato de ser ano eleitoral, esta votação deverá ficar para 2007. O substitutivo era completamente descabido. Se aprovado, o estudante que atrasasse dois meses consecutivos ao pagamento das mensalidades poderia ser automaticamente desligado da instituição, não podendo mais freqüentar as salas de aula, realizar provas ou até mesmo utilizar a biblioteca. A perda do vínculo com a instituição de ensino, inclusive, quase que impossibilita que o estudante obtenha transferência para uma outra instituição e termine o seu semestre ou ano, podendo ver os seus estudos, forçadamente, interrompidos. Felizmente este ataque aos direitos dos estudantes foi momentaneamente barrado. No entanto, para além do debate de mérito sobre este projeto de lei em si, é fundamental que tenhamos clareza de quais os objetivos que se tinham ao propor estas mudanças. Este tipo de projeto tem um caráter marcadamente excludente e parte de uma visão em que o ensino superior privado deve ser voltado apenas para gerar lucro para os donos e mantenedoras das universidades. Não para educar melhor e formar futuros profissionais qualificados para exercer suas atividades e contribuírem, de alguma forma, para o desenvolvimento do país. Se, por um lado, até podemos (com dificuldade) vir a acreditar que um ou outro parlamentar tenha votado favoravelmente a mudanças como estas por puro “desconhecimento de causa” ou “ingenuidade”; por outro lado, fica evidente que o setor ligado às instituições privadas e ao mercado financeiro está extremamente articulado e conta com uma significativa parcela de apoio dentro da Câmara dos Deputados. Este opera exclusivamente para pautar seus interesses mercadológicos e buscar mecanismos e formas de ampliar a sua capacidade de lucro e não mudanças que visem minimamente à melhoria do ensino. Exercendo um forte lobby permanente sobre o parlamento para que atenda aos seus interesses. O caso específico do substitutivo ao Projeto de Lei 341/2003, o que o motiva é justamente este “espírito”. Se pegarmos os dados divulgados pelas próprias instituições de ensino privada, há muito tempo que uma parcela significativa dos estudantes matriculados nas instituições privadas têm entrado em situação de inadimplência. Em 2003, por exemplo, chegou-se a um número de mais de 30% dos estudantes estarem inadimplentes. Isso ocorre, principalmente, devido aos valores abusivos que estão sendo cobrados nas mensalidades. Para que não fique dúvida alguma quanto a isto, o DIEESE divulgou que de 1997 a 2005 as universidades privadas praticaram um aumento de 147,99% nas mensalidades, ou seja, quase que triplicaram o valor cobrado durante este período. Um aumento muito acima da inflação deste mesmo período. Este episódio deixa uma importante lição para o conjunto do movimento estudantil e demais lutadores ligados a área da educação: as mudanças e avanços na universidade brasileira só ocorrerão com muita mobilização e pressão social. E ter isto claro é fundamental, principalmente com o cenário (ainda que muito indefinido) que se desenha para 2007. Confirmando-se a reeleição de Lula, abre-se a “janela” para pautar, novamente, a Reforma Universitária (que o MEC esta encaminhando no Congresso), e com isso se reabrem as possibilidades de se avançar em um projeto que democratize o ensino superior por inteiro. Nas universidades privadas temos muito que avançar ainda. Há um conjunto de leis que, via de regra, dão ampla liberdade para as mantenedoras ou donos das instituições operarem abertamente, e quase que exclusivamente, visando a maximização de seus lucros e a secundarização da qualidade do ensino, que deveria ser a prioridade. E, se por uma lado, temos inúmeras leis (ou omissões destas) que garantem a “liberdade de mercado” para o ensino privado, do outro lado, o dos estudantes (ou consumidores, como gostam de colocar alguns defensores da lógica mercantil no ensino), infelizmente temos poucas leis que minimamente garantam os seus direitos, tais como qualidade no ensino, liberdade de organização estudantil, democracia e participação na gestão do ensino, etc. Resumindo, a UNE e os estudantes venceram apenas uma batalha neste episódio do projeto de lei, mas a verdadeira guerra ainda está para ser travada. E este é um duro desafio a ser encarado de frente pelo conjunto do movimento estudantil, e tendo o congresso que temos (atendendo muitas vezes mais aos interesses do mercado do que os do povo), só com muita mobilização e luta que conquistaremos qualquer mudança que atenda aos interesses dos estudantes e do conjunto da população.
Email:: erickdasilva@gmail.com URL:: http://subvertendo.blogspot.com
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Comentários
Educação é mercadoria!!!
Joaquim Pirama 07/06/2006 00:18
Educação pode não ser mercadoria, mas estão fazendo dela mercadoria. Há alguns anos os cursos superiores eram anuais, agora é semestral (logo será trimestral). Com isso as faculdades/universidades cobram a rematricula a cada seis meses. E ainda tem a mafia da DP. Dificil um aluno não ficar de "DP". Os professores passam o tempo todo falando 1 + 1 = 2 na prova pede para calcular 3 - 1. E falam que já ensinaram isso. Aja dinheiro para concluir um curso. Fazer a disciplina novamente tudo bem, agora pagar o mesmo valor... Muita coisa deve mudar: a cobrança da rematricula a cada seis meses; cobrar pela DP; cobrar prova; cobrar documentação. Realmente, fizeram da educação uma mercadoria!



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OUTRA VEZ! – GGrube

Por: Gerhard Grube


Mais uma vez, afronto às autoridades brasileiras constituídas.
Desta vez, feita pelo MLMST (Movimentação para a Libertação do Movimento dos Sem Terra). Violentamente, em uma demonstração contra as autoridades governamentais, depredaram patrimônio público, feriram gravemente um segurança do Congresso Nacional e também várias outras pessoas. Entre os manifestantes estavam muitos velhos e crianças, participando ativamente. Todos finalmente foram presos e serão indiciados criminalmente, em torno de umas quinhentas pessoas. Muitos foram filmados e com essa evidência, certamente não escaparão de serem julgados, nem da condenação. Não foi dito pela mídia qual foi o motivo da demonstração, nem o que causou o início da depredação. Apenas a ocorrência, que foi de forma bastante exaltada e violenta. Talvez não soubessem do que se tratava, tendo chegado lá, apenas depois do início do tumulto. O que é bem provável, pois a mídia NUNCA cobre as reivindicações sociais que são feitas por populares, a não ser quando há tumulto. E então, para “descer o cacete” no movimento. Naturalmente, em unanimidade, criticaram bastante este ato violento. Todos os entrevistados, autoridades e políticos também assim se manifestaram. Os comentários dos anunciadores, Bonner (o Simpson), Datena, Nascimento e os demais, foram todos cheios de indignação e de pesadas críticas ao MLMST. A rede globo aproveitou ainda, para misturar as coisas, e diversas vezes “enganou-se” dizendo MST em vez de MLMST, falando também sobre invasões que foram feitas pelo MST, e que nada tinham a ver com o acontecido no Congresso. Sem dúvida, é patrimônio público, e portanto de todos, que foi destruído. Sem dúvida é desrespeito às autoridades e à própria instituição nacional, um afronto à ordem das coisas e à segurança. Com certeza. Entretanto, os governantes dão de graça o patrimônio brasileiro a particulares, nacionais e estrangeiros. Milhões de vezes o prejuízo que foi causado no Congresso pelo MLMST. E, quando isso acontece a indignação dos apresentadores é inexistente. Defendem até. O patrimônio público só é importante quando é desperdiçado pelo “lado contrário”. Aí eles tem uma preocupação, que dá dó de ver. Políticos fazem homéricas roubalheiras e tramóias e isso não é afronta às instituições nacionais? E ainda querem ser respeitados? Políticos e juizes, olham estas coisas com os seus olhos, pensam com as suas cabeças e agem segundo seus interesses. Assim só podem condenar duramente a depredação feita pelo MLMST. E ser extremamente benevolentes com os próprios crimes e falcatruas (isto quando eles vem à tona). Mais uma vez, revolta. Desta vez, não feita por bandidos e criminosos, mas por um movimento que defende interesses sociais. Mas, pelo que fizeram, serão considerados criminosos. Quando o PCC fez as suas estrepolias, é claro, pensou-se: “São bandidos, nem poderia ser diferente”. Mas, agora, porque o acontecido? Defenderam todos que esta não é a forma de se proceder. Que não é assim que se faz para reivindicar do governo, o que quer que seja. Não pode ser desta maneira, atropelando as instituições, para que tudo não vire baderna e bagunça, totalmente. E ninguém discorda disso. Mas de que modo então? Fazendo requerimentos, abaixo assinados e solicitando audiências? Usando a força do voto? Ora, isso é sabido, em quinhentos anos não deu nenhum resultado. E se for esta a maneira de se conseguir as coisas, terão que esperar muito mais. Milhares de anos. Até que, possivelmente, os governantes tenham disposição e as verbas necessárias. Esta ocorrência será considerada pelo judiciário como ato de vandalismo. Juizes pensam com as suas cabeças, e com a de seus amigos. Os culpados serão pois punidos severamente e ponto final. O motivo, a origem, o porque, não interessa. São bandidos baderneiros. E ponto final. Aliás, note-se que o integrantes do MLTST não estavam armados! Tudo que usaram foi improvisado na hora. A presença de velhos, mulheres e menores indica que a sua intenção não era, pelo menos no início, a violência. Irritaram-se, indignaram-se, por algum motivo, que não foi dito pela mídia qual é, e as coisas aconteceram. Ainda bem que os seguranças do Congresso, também não estavam armados. Nem que o seu chefe tenha sido o coronel Ubiratan. O que aconteceu no Congresso, na verdade não foi nada, em comparação com o que aconteceu em São Paulo, recentemente. Mas, foi uma afronta ao governo, imperdoável pois. E a mídia, que NUNCA cobre as manifestações de reivindicações sociais, foi para lá filmar o quebra-quebra. E a iluminação estava ótima, tinham assim muita coisa para mostrar. E inflacionar, bombasticamente, a ocorrência.


Comentários
Correção
Gerhard Grube 07/06/2006 05:13
A sigla correta e MLST (Movimento de Libertação dos Sem-Terra), perdoem o lápis, isto é o lapso.



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terça-feira, junho 06, 2006

Invasão na Câmara causa tumulto e deixa 24 feridos

Por: portal da Câmara

Depredação, pânico e 24 pessoas feridas, uma delas em estado grave, foram o saldo deixado nesta terça-feira na Câmara pela invasão de cerca de 400 manifestantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), uma dissidência do MST. O Departamento de Polícia Legislativa (Depol) da Câmara deteve três dos manifestantes, entre eles um dos líderes do movimento, Bruno Maranhão. A prisão havia sido decretada pelo presidente Aldo Rebelo, logo após a invasão das dependências da Casa.Violência Depois de virarem um automóvel Fiat Uno no estacionamento do anexo 2, os manifestantes, munidos de paus e pedras, quebraram a porta de vidro do anexo e entraram na Câmara destruindo vários equipamentos; os postos informatizados de atendimento ao público; a exposição da EcoCâmara e a porta de vidro da Taquigrafia. Houve início de pânico entre os servidores e visitantes que estavam no local. O grupo ocupou o Salão Verde por pouco mais de uma hora, tentando uma audiência com o presidente Aldo Rebelo.FeridosOs feridos - servidores, funcionários terceirizados da recepção, policiais militares e do Depol, e sem-terra - foram atendidos no ambulatório do Departamento Médico. O caso mais grave é o do operador de Apoio Logístico do Depol, Normando Fernandes, que está internado em coma induzido em um hospital de Brasília em razão de afundamento craniano frontal esquerdo e edema cerebral. Reforma Agrária Na justificativa dos manifestantes, a violência foi um desdobramento da repressão policial que eles teriam sofrido na chegada ao Congresso Nacional. Nesta terça-feira, segundo o militante Bruno Maranhão, seria o fim de uma marcha para entregar uma carta com reivindicações aos presidentes da Câmara e do Senado. "Era um movimento pacífico, mas a polícia nos agrediu. Tivemos que reagir", afirmou Maranhão.Durante o tempo em que permaneceram no Salão Verde, os manifestantes pediram a revogação da MP 2183/01, editada ainda no Governo Fernando Henrique Cardoso. A medida estabelece que toda propriedade ocupada fica impedida de ser vistoriada para a reforma agrária. Para a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), havia pessoas infiltradas no grupo. "É claro que há gente infiltrada, pois esses manifestantes até agora não apresentaram uma liderança e sabem que aqui também há deputados com quem podem contar", afirmou.

segunda-feira, junho 05, 2006

Um recado à candidatura Alckmin

Por: Reinaldo Azevedo (Primeira Leitura)


Vamos lá. Deixe-me aqui provocar um pouco o desprezo dos especialistas em pesquisas: pelo menos metade dos brasileiros é contra Lula, a sua reeleição, a bandalheira em curso no país. Metade não cai nessa conversa de que sempre foi assim e reconhece que, ainda que a política não tenha sido conduzida por santos até a chegada do PT ao poder, cresceu enormemente o despudor. Metade ainda está, por uma questão de racionalidade comum, disposta a escolher o mal menor. E reconhece em Lula o mal maior.
De onde tiro essa metade? Daqueles dispostos a votar em Alckmin somados a indecisos e votos brancos e nulos. Aplique-se ali margem de erro, e se chega facilmente a essa conclusão. Sim, eu mesmo escrevi aqui, quando foram divulgados os números do Ibope, que essa fatia ainda sem candidato acaba se distribuindo entre Lula e Alckmin. Sim, tudo o mais constante, é mesmo verdade. Mas vou aqui raciocinar por hipótese e supor que tudo o mais não permanecerá constante.
Este texto é um recado à campanha de Alckmin. Os que sempre nos acusaram de tucanos podem perceber a nossa intimidade com o partido. Em vez de ligar para o “nosso” candidato, numa prova de proximidade, recorro a um texto público. Os petistas podem ficar tranqüilos: os tucanos não darão a menor bola. Sempre sabem “o que fazer”, como diria Lênin... Nelson de Sá, colunista da Folha, parece ter percebido. Ele nos chamava antes de “blog tucano”. Agora, de “blog de oposição”. Nada a opor.
Maioria silenciosaA única chance de as oposições vencerem as eleições é apelar àquilo de que parecem ter verdadeiro pavor: a maioria silenciosa. Numa democracia de massas, assaltada por variadas formas de “militantismo” (incluindo o do PCC), essa maioria se recolhe, engole as restrições que tem, se cala e fica à espera de um sinal, de alguma voz pública que a convoque para a batalha. Como diria São Paulo na 1ª Epístola aos Coríntios, essa gente espera distinguir claramente o som dos instrumentos para decidir que rumo tomar. E é justamente isso o que não vem.
No texto anterior, demonstrei como Lula, num único discurso, atacou severamente os tucanos e, querendo ou não, passou a mão na cabeça dos bandidos do PCC — em parte, para mitigar a vergonhosa omissão de seu governo nos assuntos de segurança —, santificando-o. Sobre os policiais mortos, não disse uma miserável palavra. Será que o homem comum, este que chamo de maioria silenciosa, que não é bandido, concorda com Lula? Estou certo de que não concorda.
Assim como o pobre rejeita a suposição de que é a miséria que está na origem da violência. O próprio Lula, aliás, deveria explicar, então, por que não é um bandido. Ou teria ele, por obra divina, escapado de um destino inexorável? Está certo que o procurador-geral da República acusa 40 de seus amigos de quadrilheiros, mas é uma quadrilha de outra natureza, como sabemos.
Ah, mas aí vem o grande temor de setores do tucanato de que uma campanha que enfoque tais aspectos, com clareza insofismável, seja confundida com “coisa da direita”, uma marca da qual fogem como o diabo da cruz, cedendo, assim, à patrulha politicamente correta.
Reportagens sem fundamento que tentaram vincular Alckmin ao Opus Dei, uma prelazia papal, foram rechaçadas de imediato, como se a organização estivesse ligada a alguma prática criminosa. Esses setores tucanos, sei, têm medo de certa mídia. Façam as contas e depois me digam: o que vocês acham que vai render mais artigos de jornal: a leitura sociológica que Lula fez do PCC ou a suposta (e falsa) ligação de Alckmin com o Opus Dei? Meçam o noticiário se tiverem tempo. Eu já sei a resposta. Para certo jornalismo, o PCC é muito menos perigoso. Afinal, seus membros sofreram muito quando tinham quatro ou cinco anos, como lembrou Lula.
Essas alas da oposição jamais teriam a coragem de comprar a briga contra as cotas universitárias, embora elas atendam a uma minoria organizada, que já é base eleitoral cativa do PT, e atentem contra os direitos da maioria. Oh, que horror! Isso seria considerado uma coisa “de direita”. E, afinal, no Brasil, somos todos, como sabemos, homens bons, honestos, virtuosos, bem-intencionados e de centro-esquerda.
O Bolsa Família, hoje, tornou-se um instrumento de caçar votos. Mas também isso não será dito porque, credo!, poderão dizer que os tucanos e pefelistas, se chegarem ao poder, tentarão acabar com esse benefício. É claro que não se trata de acabar, mas de fazer a devida crítica e de corrigir seus rumos. É bom lembrar que a maioria silenciosa não é atendida por bolsa nenhuma.
O MST, sob o governo Lula, passou a invadir terras produtivas, a depredar aparelhos da agroindústria e a chantagear abertamente as instituições. Nem mesmo existência jurídica tem. Mas também é outro confronto que não se quer comprar. Vai que digam que tucanos e pefelistas, porque combatem as utopias autoritárias do sr. Stedile, sejam partidos de direita... O governo de São Paulo, diga-se, em vez de chamar a polícia, fez acordos com cooperativas ligadas ao movimento no Pontal do Paranapanema. Não porque concordasse com ações criminosas. Mas porque cedia à chantagem de um movimento supostamente social. Também é preciso ficar atento à patrulha politicamente correta exercida pelo colunismo isento e progressista! Como sabemos, a suposição de que um político possa usar cilício é coisa muito mais grave do que a evidência de que ele rouba o Estado — ainda que em nome de uma causa.
Sabem por que a maioria é contra Lula, mas Lula tem o voto da maioria? Porque aqueles encarregados de chamar as coisas pelo nome evitam fazê-lo e evitam o confronto com as forças que têm de ser confrontadas. Não se pode vencer o PT cedendo a todas as chantagens dos aparelhos petistas. Sobretudo quando o chefe desse partido é um animal político raro — e é —, conseguindo encontrar um lugar no discurso que, ao mesmo tempo, o torna independente do partido e seu maior fator de coesão.
No que concerne à suruba dos gastos públicos, ao aparelhamento de Estado e às medidas populista-eleitoreiras do quarto ano de mandato, o PSDB e o PFL encontraram o caminho da crítica. Ocorre, senhores, que essa crítica fala aos já convertidos. Quem consegue entender essa fala e ver esses problemas já não vota em Lula — exceção feita àqueles que lucram com o Cassino do Chacrinha.
A maioria silenciosa é o povo. Aquele mesmo povo que, não faz tempo, diante de uma escolha entre o politicamente correto e a dura realidade dos fatos, disse um sonoro “não” à proibição da venda de armas legais. Porque entendeu que a questão era a proibição das armas ilegais, contra a qual o Estado nada fazia — como se viu no caso do PCC.
Sabem quem garantiu a vitória do “não”? A tal maioria silenciosa de que falo, o homem pobre, aquele que não é bandido, o que ainda não teve a vontade corrompida por partido, ONGs, pastorais disso e daquilo. Venceu-se uma poderosa máquina de publicidade, que juntou todas as pessoas supostamente bem-intencionadas do país. Teria sido até interessante se o “sim” tivesse vencido... Dada a explosão de terror promovida pelo PCC, o conjunto corresponderia a uma aula prática de política.
Que fique o recado. Quando o PSDB e o PFL se pegarem num beco sem saída para a campanha — é preciso antes cair a ficha —, a resposta é simples: basta descobrir o que pensa a maioria silenciosa. A maioria que é contra Lula. E sabem o que ela quer? Um pouco mais de decência, de verdade e de civilização. Ou se oferece isso a ela, ou Lula vai vencer, com o voto da maioria, ainda que seja o candidato das minorias.
A tassa do mundo é noçaE, bem, uns seis meses antes de o país chegar à suposta auto-suficiência de petróleo, dei aqui alguns toques às oposições sugerindo ações preventivas, já que a propaganda petista era certa — não, não incluíam explodir plataformas de petróleo. Eu falava de política. Lula, como o previsto, privatizou mais de 50 anos de história.
Agora, ele já está coçando os 19 dedos: “Nunca, ântis, nêsti paíz, a jente consegiu o héquissa. Foi precizo que o fílio de uma mulier que nasseu anaufabeta xegace ao puder”. O homem é um gênio num deserto. Governistas ganham e perdem eleições independentemente do resultado da Copa do Mundo, como sabemos. Mas "nunca antes neste país" o Brasil venceu com o PT no comando. Não é o caso de jogar urucubaca nos canarinhos só por causa disso. Afinal, apear Lula do poder é tarefa que cabe a outros jogadores — que, por enquanto, se negam a entrar no jogo e ficam só dando toquinho de lado.
[reinaldo@primeiraleitura.com.br]

Sergio Cavaliere desafia o Conselho de Justiça

Por: Helio Fernandes (Tribuna da Imprensa)



E quer eleger pelo voto os que estão no Órgão Especial sem voto
O Conselho de Justiça decidiu, foi criado para superintender (não quero dizer fiscalizar) o funcionamento da Justiça: os Tribunais de Justiça do Brasil todo têm 30 dias para eleger pelo voto direto metade dos membros dos Órgãos Especiais. O recurso surgiu do Estado do Rio.
O presidente Sergio Cavaliere e seu segundo, o poderoso Luiz Zveiter, resolveram não esperar os 30 dias. E por motivos mais do que óbvios decidiram acelerar a votação. Em vez de 30 dias, se fosse possível, 3 dias. Vai demorar uns dias a mais.
Engendraram, que palavra, uma fórmula mágica de eleger esses 11 membros do Órgão Especial pelo voto direto, e ao mesmo tempo deixar tudo como está.
A fórmula? Eleger pelo dito voto direto os 11 desembargadores que já estão lá. Por causa disso, os 160 desembargadores tiveram um terrível fim de semana, começando na sexta-feira. A cabala, a movimentação, o jogo de interesses, a "descoberta" de possíveis pontos fracos e até as amizades desses 160 desembargadores foram localizados, utilizados e até explorados, a palavra é exatamente essa.
Até juízes de primeira instância (que algum dia, é lógico, serão desembargadores). E magistrados de todas as categorias, principalmente mulheres, foram convocados, com missão específica: fazerem pressão especificamente sobre mulheres. Sejam mulheres magistradas, sejam mulheres de magistrados influindo e influenciando os maridos.
Diversos juízes, desembargadores e até a OAB do Rio trabalham intensamente para que o voto direto seja a ratificação do que já existe no Órgão Especial, sem eleição alguma. E como o maquiavelismo (?) é a vocação natural de alguns, estão cumprindo a primeira parte do plano, mas já têm pronta e está sendo trabalhada a segunda.
Seria o seguinte. Agora, pelo voto direto, seriam eleitos 11 desembargadores, com mandato de 2 anos. Terminados esses 2 anos, os mesmos desembargadores seriam elevados para os 12 lugares cativos dos desembargadores mais antigos. Como são 160 desembargadores, a cota dos que caem na "expulsória" absurda é muito grande. Mesmo se não desse para preencher as 12 vagas, preencheriam as que fossem possíveis. E novamente pelo voto direto (de cabresto ou manipulado?), como tentam fazer agora.
No final de 3 dias de intensa mobilização sobre os 160 desembargadores, euforia na cúpula do Tribunal: diziam que já haviam chegado aos 100 votos, mais do que suficiente para a vitória. Esses vão votar sem nenhuma dúvida. Outros, intransigentes, também votarão, contra. Com um terceiro grupo, indeciso, foram magnânimos e generosos: "Está bem, não precisa nos apoiar, basta não votar".
A ministra Ellen Gracie precisa intervir, como interviu na questão da liminar que tinha quase 1 mês e foi dada "em cima da hora". E o Conselho de Justiça tem enorme responsabilidade na questão: mostrar ao presidente do Tribunal de Justiça que a eleição pelo voto direto é para renovar e não para tripudiar ou conservar.
PS - Mas têm que agir rapidamente, com a mesma velocidade com que aqui trabalham pela ratificação do absurdo. Querem fazer a eleição dos 11 do Órgão Especial ainda esta semana. Precisam só definir a forma dessa eleição, imprimir as cédulas, publicar no Diário Oficial.
PS 2 - Esta semana a Justiça estará em causa, mais em espírito e em credibilidade do que propriamente na escolha. E com o silêncio de toda a imprensa, nunca um assunto foi tão exclusivo para um único repórter. É que os interesses são fabulosos, o comprometimento da comunicação, total.
Sergio Cavaliere
Comanda a batalha dos 11 do Órgão Especial. Já são chamados de "seleção do Cavaliere". Querem ver se fazem a "escolha" esta semana.
Serão os últimos dias de Pompéia. Mais 25 dias e estará terminado o prazo para registro de candidaturas. Todas. Para governadores e senadores dos 27 estados. A partir do final de junho, estará tudo consumado. Substituição, só por morte de candidatos, o que já aconteceu. Principalmente na Bahia e no Rio Grande do Sul. Sempre por causa de acidentes de avião. Nesse caso é permitida a troca, lógico.
Não falei em presidente ou em vices. Na sucessão presidencial, nenhuma alteração. Serão Lula e Alckmin, por enquanto na batalha das pesquisas totalmente a favor de Lula. No dia 1º de outubro, a batalha do voto.
Se o cidadão-contribuinte-eleitor confirmar a pesquisa, terá sido a eleição, ou melhor, reeeleição, mais fácil desde que implantado o voto direto.
Quanto aos vices, a escolha será mais prolongada. É o segundo cargo na escalada para o Poder, com dois fatores importantes.
1 - Vice não disputa eleição. Se ganhar leva tudo, se perder, pode jogar a culpa em cima do "cabeça de chapa". Até dizer com certa convicção: "Se eu fosse o candidato principal, não teria perdido".
2 - O vice no Brasil tem uma longa história de assumir. Desde os 2 primeiros marechais das Alagoas (que surrupiaram o Poder dos civis, Propagandistas da República e Abolicionistas), vigora a tradição.
Deodoro assumiu em 25 de fevereiro de 1891, em 3 de novembro do mesmo 1891 fechou o Congresso, o Supremo, prendeu civis e militares. Em 23 de novembro ainda desse prolongado 1891 foi substituído pelo também marechal Floriano Peixoto. Não renunciou, foi derrubado.
No momento é impossível dizer quem será o vice de Lula. Como ele é favoritíssimo nas pesquisas, a vontade de ser vice é enorme. Mas nessa variedade de opções, Lula tem que se preocupar mais com o perfil do que com o nome.
Lula começou o primeiro mandato num casamento perfeito com a opinião pública. Teve 53 milhões de votos declaradamente a favor. E outros 53 que não votaram nele, mas abençoaram a afirmação de que a esperança venceria o medo.
Como não venceu, começará o quase provável segundo mandato debaixo de tremenda desconfiança. E essa desconfiança vai crescer ou diminuir de acordo com o vice. Se for conservadoríssimo, prejudica o Lula.
Se for comunista, não favorece Lula, mas assusta a todos. Embora Aldo Rebelo não tenha nenhuma chance ou possibilidade, alimenta a idéia.
Idem, idem para José Sarney. Ameaçado de ser derrotado no Amapá, na disputa pelo quinto mandato de senador, trabalha intensamente para ser vice.
Com 76 anos, não assusta o presidente. Mas como escolher um cidadão que já foi vice e governou todos os 5 anos do mandato, com a morte do eleito?
O Estado do Rio está cheio de candidatos que sutilmente pretendiam abandonar a vida pública. Quer dizer: sem nenhuma chance, se candidataram ao Senado. Exemplo: Jandira Feghali e Ronaldo Cesar Coelho.
Agora, também apregoando candidaturas ao Senado, surgem Alfredo Sirkis e Carlos Minc. Prestaram bons serviços no Rio, não têm votos para o Senado. Pode surgir também Wladimir Palmeira. Ou desistirem todos desse Senado distante e se reelegerem onde estão.
Anthony Mateus não pode ser candidato a nada. Quer dizer: poderia ser presidenciável, não tem legenda. Mas não consigo entender Dona Rosinha voltando pra casa, quando pode se reeeleger com facilidade.
Ela é elegibilíssima pela Constituição. Só pode ficar inelegível por decisão do TSE ou STF. Sem ela, o PMDB pode perder. Para satisfação geral. O que me dizem: ela quer descanso, a volta mais alto em 2010. Mais alto?
Alckmin declarou: "Nos 3 estados do Sul, ganhamos no Paraná e Rio Grande, só temos alguma dúvida em relação a Santa Catarina". Ha! Ha! Ha!
Perde nos 3, sem a menor dúvida. Curiosidade: Requião e Rigotto riram. Os 3 são do PMDB, mas quem ficou furioso foi Luiz Henrique, de Santa Catarina. Na verdade, Alckmin pode perder nos 27 estados. Até em SP.
Dos chamados cardeais do PMDB, quem está mais satisfeito e até silencioso é Michel Temer. Tem alguma esperança de ser vice de Lula, pode ser vice de Serra. Se não "ganhar" nenhuma indicação, será presidente da Câmara em 2007.
Muita gente me pergunta: mas Temer não era porta-voz de Mateus? Eu lembro a todos: sempre deixei bem claro que era apenas habilidade.
Como nenhum "líder" do PMDB se dava com Mateus, assumiu essa condição. Mas sabendo desde logo que o PMDB não teria presidenciável. Não teve.
O presidente Lula, de camisa da seleção, não sei se foto melancólica ou demagógica. Quem sabe a mistura das duas coisas? Disse ao grande amigo, o corruptíssimo Ricardo Teixeira, "não assistirei nenhum jogo da seleção". Agora aparece com a camisa, até mesmo fazendo propaganda do patrocinador.
Foi o primeiro presidente da República nessa posição. Nem Juscelino, que era um populista nato, nem os generais de plantão da ditadura ousaram o gesto inesperado. Medici e João Figueiredo iam normalmente ao Maracanã, eram violentos e perseguidores, mas sem camisa.
O que pretende ou pretendia Lula com essa aparição inesperada? Incentivar a seleção de Parreira? Não precisa e não tem a menor influência.
Não é porque o presidente vestiu a camisa que irão jogar melhor ou pior. E a frase: "Tenho uma relação de amor com esses artistas".
E nas outras Copas, onde estava Lula? Mesmo antes de ser presidente, alguém viu Lula indo a algum jogo das eliminatórias, torcendo, revelando esse amor pelos "artistas?". Tudo demagogia.
Lula gostou muito do gol do Kaká. Mas reincidiu no exagero: "Ninguém ganha dessa seleção". A Nova Zelândia é que é ninguém.
XXX
A melhor charge de 2006, disparada, foi a do Chico Caruso, sexta-feira. Lula olhando carinhosamente para Quercia, e dizendo com ternura: "O Dia dos Namorados é lá em casa, Quercia". Bestial, pá.
XXX Maria Sharapova perdeu excelente oportunidade de se aproximar do título de Roland Garros. Enfrentando Safina, perdeu o primeiro set, numa tola dupla falta. No segundo, venceu facilmente, no terceiro fez 4/0 com 2 quebras.
Sacava em 5/2 para fechar e passar às quartas, perdeu 5 games seguidos, foi eliminada. Inacreditável. Só que estava mais bonita ainda, nos seus exuberantes 19 anos.
XXX Muita satisfação do repórter indo a São Paulo e falar e debater com alunos de jornalismo da PUC. Horas e horas ganhas em contato com jovens dos 4 anos de jornalismo.
Orientados pela dedicada professora Rachel, o que mais me impressionou: a curiosidade insaciável de todos, as perguntas relacionadas com os caminhos do jornalismo e do Brasil. Gosto muito de falar para estudantes, na verdade gosto mesmo do debate em qualquer nível. Mas essa experiência, magnífica.
XXX

Judiciário criou mais de 9 mil cargos em três anos

Por: Tribuna da Imprensa

BRASÍLIA - Dados oficiais mostram que em apenas três anos de governo Lula, o Judiciário federal criou 9.582 cargos e funções de confiança, 248% a mais do que nos oito anos da gestão Fernando Henrique, quando tinham sido aprovadas 2.747 vagas desse tipo. Conhecidos como comissionados, os 12.329 postos de chefia e assessoria criados desde 1995 custam aos cofres federais pelo menos R$ 275 milhões ao ano e ajudam a explicar por que a despesa de pessoal da Justiça dobrou em valores reais na última década.
Números coletados no "Diário Oficial" da União referentes às leis aprovadas pelo Congresso e sancionadas pela Presidência da República também indicam que foram criadas 16.630 vagas para servidores e juízes entre 2003 e 2005, ante 6.176 entre 1995 e 2002. O custo total dessa expansão chega a R$ 1,84 bilhão, ou 15% da folha salarial do Justiça federal e trabalhista, e é justificada pelos chefes do Poder como parte da reestruturação do sistema judiciário.
"Isso é verdade. O Judiciário mudou com a Constituição, principalmente nas instâncias de primeiro grau e trabalhistas, mas é preciso ver se os indicadores de eficiência melhoraram", afirma o economista Raul Velloso, especialista em finanças públicas. "O Judiciário deveria fazer o máximo ao menor custo possível para o contribuinte."
O que mais chama a atenção dos técnicos do governo, entretanto, é a proporção de chefias e assessorias criadas pelo Judiciário. No mesmo período em que foi aprovada a abertura dos 12.329 cargos e funções de confiança, foram liberadas 21.435 vagas para analista, técnico e auxiliar da Justiça, o que dá uma média de um chefe para cada dois servidores comuns. "É muito cacique para pouco índio", ironiza uma fonte da área econômica.
Entre os comissionados, há 1.118 novos cargos que podem ser ocupados por pessoas não concursadas, de fora da administração pública, que ganham entre R$ 5,3 mil e R$ 7,8 mil de salário básico, além de outros benefícios, como auxílio-alimentação de mais de R$ 500 por mês. Esse tipo de cargo de livre provimento também existe no Executivo, mas em menor número em termos proporcionais (4% do quadro da ativa) e está sujeito ao rodízio decorrente da alternância no poder.
No governo, boa parte deles é formada por pessoas de confiança que entram e saem com o ministro ou o presidente da República. Já no Judiciário, uma vez que um assessor é nomeado para um cargo desses, dificilmente é substituído, pois os juízes são vitalícios e tentam manter próximos de si as pessoas de confiança.
No Poder Legislativo, a situação é ainda mais grave do que no Judiciário. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, 76% dos servidores em atividade não são concursados, mas indicados pelos parlamentares. Atualmente, segundo a área de Recursos Humanos, há cerca de 11 mil pessoas nessa situação, espalhadas pelos gabinetes - mais de 34 por deputado. Nos dias em que as sessões da Câmara vão além das 19 horas, cada um desses secretários parlamentares ou assessores de "natureza especial" tem direito a receber um dia extra de salário. A única imposição que existe é que todos aguardem (ou se apresentem) até as 20h30 para bater o ponto.
No Senado, além da relação de comissionados por parlamentar ser igualmente alta, a média salarial também é mais elevada. Chega a R$ 15,5 mil por mês, quase o dobro da remuneração do presidente da República. Na Câmara, essa média é mais baixa pela quantidade de auxiliares de menor salário que trabalham nos gabinetes e por causa do plano de carreira, que é um pouco menos vantajoso do que no Senado.
No caso do Judiciário, a média salarial é de cerca de R$ 9,3 mil, mas a remuneração inicial do juiz é de R$ 19,9 mil mensais. Esse valor deverá subir para R$ 20,9 mil a partir de janeiro, com a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada.

Aliado de Alckmin critica tucano baiano

`Por Tribuna da Imprensa

SALVADOR - O deputado João Almeida (PSDB-BA) que vem sendo hostilizado pelos tucanos baianos por apoiar a aliança local do seu partido com o PFL voltou criticar a postura "personalista" do deputado Jutahy Júnior, presidente do PSDB baiano, que não admite a hipótese de união com os pefelistas. "Isso é no mínimo ridículo, pois ele afirma que não fecha um acordo por um problema pessoal com o senador Antonio Carlos Magalhães", disse Almeida para quem Jutahy está "remando contra a maré" e jogando em favor dos adversários.
Ele voltou a acusar o presidente do PSDB-BA de "autoritário e ditador" pelo fato dele ter tentado censurar sua participação no programa de televisão do partido na semana passada. Almeida precisou recorrer à Justiça para evitar a censura. "Ele (Jutahy) tem mostrado um completo descompromisso partidário com suas atitudes e acaba contribuindo para que o PSDB fique cada vez menor na Bahia" criticou.
A questão da aliança com o PFL só será definida na convenção do PSDB baiano cuja data ainda não foi marcada. "Acho que temos a maioria dos filiados que aprovam a aliança", disse Almeida, calculando que dos 17 prefeitos tucanos, 15 apóiam o governador Paulo Souto (PFL).
Conforme o deputado, a direção nacional do PSDB já avisou aos diretórios estaduais para refletirem bem sobre as alianças para não correrem o risco de intervenção no futuro.

Por: Tribuna da Imprensa

Tucano é barrado em forró

Por: Tribuna da Imprensa

RECIFE - Forró. Esse era o ritmo oficial do evento, mas bem que os versos cantados pelo músico Eduardo Dusek, na música "Barrados no Baile" - de autoria de Eduardo Dusek e Luiz Carlos Góes - serviriam como uma luva para ilustrar a saia-justa vivida pelo presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, na madrugada de ontem, durante a visita à festa que marca a abertura dos festejos de São João no município de Petrolina, no sertão pernambucano.
Sem a identificação necessária para o ingresso a uma área vip (uma marca luminosa carimbada na pele) e não sendo reconhecido pelos seguranças, Alckmin foi obrigado a aguardar, por cerca de cinco minutos, do lado de fora do cordão de isolamento, tempo suficiente para que seu anfitrião, o ex-prefeito da cidade, Guilherme Coelho (PFL), acionasse a coordenação do evento, garantindo a liberação da entrada do tucano.
Bem humorado, o pré-candidato minimizou o episódio e esquivou-se de comentários. "Que festa bonita", respondeu ele ao ser indagado sobre o assunto. Durante os cerca de 45 minutos em que esteve no Iate Clube de Petrolina, onde ocorreu o evento, Alckmin circulou entre os convidados, distribuiu abraços, apertos de mãos e posou, dezena de vezes, para fotos.
Ao ser convidado para "cair no forró", por um dos músicos da banda Pega Leve, o tucano desconversou: "não sou exatamente um pé-de-valsa. Sou do tempo do dois para cá e um para lá", afirmou entre risos. Pouco antes de ir ao Iate Clube, Alckmin jantou acompanhado por integrantes das cúpulas estaduais do PFL e PSDB. O encontro aconteceu no Bodódromo - uma espécie de centro gastronômico dedicado a restaurantes especializados no preparo de carne de bode.
Apesar do grande número de freqüentadores, poucos reconheceram o pré-candidato e apenas meia dúzia se aproximou para trocar algumas palavras. A desempregada Inalda Souza, 34, aproveitou um descuido da comitiva tucana e ao chegar próximo de Alckmin pediu esmola. Depois de abrir a carteira e verificar que não tinha dinheiro trocado, o ex-governador paulista pediu R$ 2,00 a um assessor e entregou à mulher, que estava com a filha, de 1 ano e três meses no colo.
Disposto a deixar de lado a imagem de "fidalgo", o tucano tratou de elogiar a culinária local e garantiu. "A comida nordestina é muito gostosa. Já conheço boa parte dos pratos porque sempre que posso dou um pulo lá no Centro de Tradições Nordestinas. Tenho sorte porque minha constituição não é de engordar", comentou Alckmin ao apontar como seus pratos típicos preferidos a galinha à cabidela (galinha ao molho pardo), tapioca e os doces de umbu e gergelim. "O que estou menos acostumado é a buchada. Mas não quer dizer que não gosto", completou.
No final de mais uma aventura gastronômica, Alckmin aproveitou o clima de Copa do Mundo e mandou um recado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "O time dele já está em campo há quatro anos. Está na hora de ir para o banco de reserva e dar lugar para uma outra equipe que quer mostrar trabalho", sentenciou

domingo, junho 04, 2006

De leis e da gravidade dos Fatos

Por: Marcos Loures

Sobhre a aprovação de lei que constata a Gravidade e Urgência da necessidade de verbas
Paulo Carniça era um conhecido açougueiro de uma pequena cidade da Zona da Mata Mineira, a mesma que elegera Francisco de tantas aventuras aqui descritas. Analfabeto funcional, mal sabendo assinar o nome, se elegera vereador na cidadezinha, no mesmo mandato onde Francisco era prefeito. Esse fato de ser semi-analfabeto o incomodava muito e, francamente, como era bem intencionado, resolveu se matricular no MOBRAL. A duras penas, recomeçando a estudar já com seus quase 50 anos, seu esforço era emocionante. As dificuldades de aprendizagem eram muitas, mas, depois de um ano, já conseguia ler algumas coisas. Uma delas chamou-lhe a atenção. Ao entrar na biblioteca municipal, reparara num livro de Física esquecido em um canto e o título logo despertou sua atenção; “A LEI DA GRAVIDADE, por Isaac Newton”. Imaginara logo que, pelo nome do autor, deveria ser um grande político estrangeiro, o que logo lhe despertou o desejo de se tornar conhecido. Pensou, pesou, analisou e, chamando seus assessores, depois de quase dois meses de muito trabalho, resolveu fazer um projeto de lei baseado no que entendera ser a lei de Newton. Entre risos contidos e reações de surpresa, Paulo apresentou sua lei numa sessão solene, onde se homenageava os Professores pelo seu dia, num outubro perdido no tempo. “A lei da Gravidade é de muita importância para a nossa e qualquer cidade. Por ela se define as gravidades dos assuntos e das urgências e perigos dos acontecimentos. Por exemplo: se houver uma enchente e tivermos que calçar uma rua, pela lei da gravidade, a gente desvia dinheiro do calçamento para ajudar as vítimas da enchente”. O comentário de um médico que assistia à sessão da Câmara foi definitivo. “AINDA BEM QUE O PAULO CARNIÇA NÃO ACHOU UM LIVRO DE GINECOLOGIA, IA SER DIFÍCIL TENTAR APROVAR A LEI DA GRAVIDEZ!”
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