Publicado em 30 de março de 2024 por Tribuna da Internet
Deu na CNN
(Agência Reuters)
A invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 desencadeou a crise mais profunda nas relações da Rússia com o Ocidente desde a crise dos mísseis cubanos de 1962, mas o presidente Vladimir Putin afirmou que a Rússia não tem planos para nenhum país da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e não atacará a Polônia, os Estados Bálticos ou a República Tcheca. Porém, se o ocidente fornecer caças F-16 à Ucrânia, eles serão abatidos pelas forças russas.
Falando aos pilotos da força aérea russa, Putin disse que a aliança militar liderada pelos EUA se expandiu para o leste, em direção à Rússia, desde a queda da União Soviética, em 1991, mas que Moscou não tem planos de atacar nenhum estado da Otan.
DISSE PUTIN – “Não temos intenções agressivas em relação a estes Estados”, disse Putin, segundo uma transcrição do Kremlin divulgada nesta quinta-feira (28).
“A ideia de que atacaremos outro país – a Polônia, os Estados Bálticos e os checos também estão assustados – é um completo disparate. É apenas uma baboseira.”
O Kremlin, que acusa os EUA de lutarem contra a Rússia apoiando a Ucrânia com dinheiro, armas e inteligência, afirma que as relações com Washington provavelmente nunca foram piores.
CAÇAS F-16 – Questionado sobre os caças F-16 que o ocidente prometeu enviar para a Ucrânia, Putin disse que tais aeronaves não mudariam a situação na Ucrânia.
“Se eles fornecerem F-16, e estiverem falando sobre isso e aparentemente treinando pilotos, isso não mudará a situação no campo de batalha”, disse Putin.
“E destruiremos as aeronaves assim como destruímos hoje tanques, veículos blindados e outros equipamentos, incluindo vários lançadores de foguetes”, disse Putin, acrescentando que o F-16 também poderia transportar armas nucleares.
ALVOS LEGÍTIMOS – “É claro que, se forem usados em aeroportos de terceiros países, vão se tornar para nós alvos legítimos, onde quer que estejam localizados”, disse Putin.
Os comentários de Putin seguiram-se a afirmações feitas no início do dia pelo ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, de que os F-16 deveriam chegar à Ucrânia nos próximos meses.
A Ucrânia, há mais de dois anos em guerra total contra a Rússia, tem solicitado caças F-16 há muitos meses. Bélgica, Dinamarca, Noruega e Holanda estão entre os países que se comprometeram a doar F-16. Uma coligação de países prometeu ajudar a treinar pilotos ucranianos na sua utilização.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A situação está complicada para a Ucrânia, porque a guerra ainda não abalou as finanças da Rússia, cujo PIB cresceu 3,6% em 2023, e a OCDE previa queda de 2,6% e o Banco Mundial queda de 0,2%. O pior é que o apoio financeiro do Ocidente à Ucrânia está diminuindo, ao invés de aumentar, e a situação tende a piorar por causa da guerra na Faixa de Gaza, que também consome recursos ocidentais. É grave a crise, portanto. (C.N.)