Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

sábado, julho 23, 2022

Se máquina do governo assegurasse votos, o poder não perderia eleições no mundo

Publicado em 23 de julho de 2022 por Tribuna da Internet

Charge do Zé Dassilva (nsctotal.com.br)

Pedro do Coutto

Na edição desta sexta-feira, na Folha de S. Paulo, Thiago Resende publica uma ampla reportagem sobre o aumento do Auxílio-Brasil estabelecido pelo presidente Bolsonaro e a sua importância na motivação do eleitorado. A reportagem focaliza o programa por vários ângulos, inclusive o aumento do benefício de R$ 400 para R$ 600 por mês, mas limitado a dezembro deste ano.

O aspecto que se destaca, a meu ver, é o que focaliza a procura de 350 mil famílias por mês para ingressarem no programa, número que vem se repetindo desde abril e que impede com que o governo atenda o número de famílias que partem em busca do auxílio tentando inscrever-se no cadastro único. É preciso considerar que 350 mil famílias correspondem,  no mínimo, a 1,4 milhão de pessoas, calculada por baixo pela média de quatro pessoas por família, média nacional, mas que a meu ver está abaixo da média das famílias pobres do país.

QUESTÃO SOCIAL –  A questão do Auxílio-Brasil  não vai se traduzir em votos capazes de alavancar a candidatura de Bolsonaro à reeleição. Parto do princípio de que se a distribuição de dinheiro garantisse a vitória nas urnas democráticas, o poder não perderia eleição no mundo e os exemplos se sucedem ininterruptamente. A questão do voto é profundamente social, basta ver o último levantamento do Datafolha. Abaixou a renda, subiu Lula, aumentou a renda, cresceu Bolsonaro, mas não entre as mulheres.

O tema sobre a influência do Auxilio-Brasil, do vale-caminhoneiro, do auxílio-taxista e da redução dos combustíveis foi muito bem debatido na noite de quinta-feira no programa Em pauta, da GloboNews, pelas jornalistas Eliane Cantanhêde e Flávia Oliveira. Concordo com o posicionamento de ambas. Existem diversas questões sobre o assunto, algumas delas já comentadas por mim nesta coluna, como o fato de que a oferta do auxílio aumenta a pressão da demanda e por isso enquanto pessoas são atendidas, outras que postulam o auxílio não vão ser incluídas no programa.

A liberação do crédito também não será fácil e cabe a Caixa Econômica Federal. Mas, agora, o problema é de tempo, pois as eleições se aproximam e a distribuição dos recursos começará em agosto. O problema essencial, entretanto, não é a concessão do benefício, e sim verificar se o benefício comprará a consciência e a disposição de votar das pessoas que se encontram em extrema pobreza. Pessoalmente, não creio nesse reflexo e aguardo o Datafolha terminar a sua pesquisa que ainda será divulgada para confrontar a minha opinião com a realidade dos fatos.

APOIO DE ANITTA – Na Folha de S. Paulo de ontem, dia 22, Júlia Barbon publica reportagem com base em pesquisa do Instituto Quaest, revelando que o apoio da cantora Anitta ao ex-presidente Lula nos últimos dez dias elevou fortemente a popularidade digital do candidato do PT que passou a se aproximar da exposição de Jair Bolsonaro. Para o Quaest, inclusive, enquanto Lula subia pela voz e imagem de Anitta, Bolsonaro perdia espaço em função de seu encontro com os embaixadores estrangeiros para criticar a Justiça Eleitoral brasileira tentando transferir seus conceitos para o plano internacional. A queda de Bolsonaro no período em análise foi de 73,7% para 65,9%. Lula saltou de 62,6% para 77,8% no índice IPD.

Lula ultrapassou Bolsonaro na pesquisa e os demais candidatos estão muito longe. Para se ter uma ideia, o terceiro, Ciro Gomes, está com um índice de 26,9 pontos. Simone Tebet não registrou nenhuma oscilação positiva. Portanto, é interessante verificar-se além da influência digital quanto à exposição de Lula, se o apoio de Anitta terá reflexo no voto popular.

ATITUDE RIDÍCULA –  Convocado a se manifestar sobre a posição legal do presidente Jair Bolsonaro com o discurso que fez aos embaixadores e representantes diplomáticos estrangeiros, o procurador Augusto Aras, numa atitude das mais ridículas da história, invés de emitir um parecer, tomou a iniciativa de divulgar um vídeo sobre a sua opinião a respeito das urnas eletrônicas após vários dias de silêncio absoluto.  

Aras, na minha opinião, perdeu as condições de permanecer no cargo, pois não demonstrou a coragem necessária para emitir um parecer indispensável.  A ação que tramita no Supremo Tribunal Federal, proposta por partidos da oposição, encaminhada ao PGR não indagava sobre a opinião pessoal do procurador.

FUGA  – Respondendo ao processo exibindo um vídeo gravado há vários dias para uma entrevista à imprensa, Augusto Aras fugiu da sua responsabilidade. Ele poderia dizer para servir a Bolsonaro que não  via crime no episódio. Poderia também devolver ao Supremo, dando a sua opinião e transferindo a decisão de abrir processo ou não contra Bolsonaro.

Mas não fez uma coisa coisa  ou outra. Tentou sair pelo escapismo. Incluiu-se, como escreveu Ruy Castro na Folha de S. Paulo, entre os comediantes da história do cinema. Mas a sua representação não se voltava principalmente para os espectadores da tela, mas para o cenário jurídico do Brasil.

Em destaque

Mauro Cid depõe e diz nada saber sobre plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

Publicado em 19 de novembro de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Cid prestou depoimento e corre o risco de perder...

Mais visitadas