Promessa antes das eleições:
Depois da derrota das eleições:
O episódio envolvendo o Moto Fest 2024 em Jeremoabo é emblemático do uso político das festas e eventos, refletindo como a gestão pública pode ser manipulada para fins eleitorais. Antes das eleições, a propaganda massiva anunciava grandes bandas e uma programação grandiosa para o evento, como forma de atrair a população e reforçar o apoio ao sobrinho do prefeito, então candidato a prefeito. A expectativa era criar uma atmosfera de euforia e confiança, transmitindo a ideia de que a continuidade da gestão traria grandes benefícios e celebrações para o município.
No entanto, o resultado das urnas mostrou que a população optou por Tista de Deda, rejeitando a continuidade do grupo político do prefeito. Com a derrota, a promessa das "super bandas" para o Moto Fest rapidamente perdeu força. A mudança drástica na programação, agora com poucas atrações divulgadas e sem os nomes de peso que haviam sido prometidos, revela o verdadeiro caráter das promessas: estavam condicionadas ao êxito eleitoral e não a um compromisso genuíno com a população.
Essa mudança expõe o que se pode chamar de "o rei está nu" — uma expressão que indica a revelação de uma realidade desconfortável e até mesmo decepcionante. Sem a perspectiva de continuar no poder e com o fim do mandato se aproximando, o prefeito e seus assessores mostram não ter mais o "controle do cofre", ou seja, a disposição para manter o padrão alto prometido. A justificativa de redução na programação como medida de contenção de despesas, algo que não foi observado em anos anteriores de festas com altos gastos, soa como uma tentativa de camuflar o uso eleitoreiro das finanças públicas.
A situação reflete uma gestão que priorizou o espetáculo e a propaganda em detrimento do compromisso com a comunidade. A população de Jeremoabo, ao escolher uma nova liderança, deixou claro que não se deixaria levar por promessas vazias e eventos grandiosos de fachada. O declínio do Moto Fest 2024 ilustra bem essa quebra de expectativas e expõe a falta de planejamento e responsabilidade com os recursos públicos. Afinal, o "rei morto" é substituído, e o que fica são os verdadeiros desafios administrativos que terão que ser enfrentados pela nova gestão.