Publicado em 29 de outubro de 2024 por Tribuna da Internet
Roberto Nascimento
Uma coisa é unânime, entre gregos e troianos. Os dois maiores líderes nacionais, são Lula da Silva e Jair Bolsonaro, os outros estão na parte de baixo da tabela. Por enquanto, é claro.
O Brasil não é para principiantes. O alto índice de votos brancos e nulos, principalmente no segundo turno, é exemplo claro da insatisfação da sociedade com os políticos, magistrados e administradores públicos.
TUDO ERRADO – Há um clima de revolta contra as ações corporativas, a leniência com a corrupção nos três poderes, o orçamento secreto, com emendas de bancada e emendas PIX, além da roubalheira sem precedentes em governos estaduais, prefeituras, assembleias legislativas e câmaras municipais, enquanto o eleitor luta para sustentar a família e sofre com o péssimo atendimento público, sobretudo nas filas dos transportes e no terrível atendimento nas emergências e nos hospitais públicos lotados.
Tudo isso vem resultando no fortalecimento da direita e no sentimento antipetista, demonstrados no troco da sociedade nas urnas.
Pessoalmente, eu já começo a considerar e advogar a anistia para Bolsonaro disputar as eleições de 2026, como uma medida que se impõe, justificando a marca da sociedade brasileira de pacificação entre suas correntes políticas e libertando os manifestantes do 8 de Janeiro.
ATOS GOLPISTAS – Importante salientar que os inquéritos sobre os atos golpistas estão em fase de conclusão e quando forem entregues pela Polícia Federal ao relator Alexandre de Moraes para decisão, o plenário do Supremo se manifestará votando com o ministro ou não, porque a pressão pela anistia aumenta progressivamente.
Assim, mesmo na hipótese de uma nova condenação de Bolsonaro, o Congresso pode optar por uma anistia, ampla, geral e irrestrita.
O fato é que a decepção com a política é cada vez maior. Exemplo solar, o eleitor paulista disparou sua inconformidade com uma abstenção em massa. Mais de 3 milhões de paulistanos se abstiveram do direito ao voto, ultrapassando a votação do prefeito eleito, Ricardo Nunes, que somou 3 milhões e pouquinho.
HÁ CONTROVÉRSIAS – A alegria, o riso nervoso, os pulos, os abraços no comício da vitória, tudo isso não se coaduna com a rejeição do povo da maior metrópole do país ao prefeito eleito e ao adversário, Boulos, que perdeu para a rejeição, manchado pela alcunha de radical, colocada na testa dele pelos adversários devido a seu passado de invasões sociais de casas e apartamentos.
Em Porto Alegre, os gaúchos preferiram votar no candidato inoperante das inundações, um prefeito apático e mal gestor nas calamidades, do que na deputada Maria do Rosário, do PT, porque ela também é identificada como radical de esquerda.
O mesmo fenômeno ocorreu em outras grandes cidades, no segundo turno, porque está acontecendo uma aversão medonha à política, mais notadamente aos corruptos e radicais de esquerda. Os políticos sabem o que fizeram no verão passado, mas ignoraram que o povo poderia lembrar de tudo que eles têm aprontado.