Publicado em 30 de outubro de 2024 por Tribuna da Internet Felipe Frazão
Estadão
Em uma escalada na crise diplomática, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, decidiu nesta quarta-feira, dia 30, convocar para consultas seu representante em Brasília, o embaixador Manuel Vicente Vadell. Maduro reagiu às declarações do ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na véspera expôs detalhes do que definiu como “mal-estar” na relação do petista com o chavista.
Além de chamar seu embaixador ao país, um gesto de repúdio na diplomacia, o regime venezuelano também fez outra manifestação de descontentamento ao convocar para uma reunião, na sede chancelaria em Caracas, o engarregado de negócios da embaixada brasileira, Breno Herman, o número dois na hierarquia, abaixo da embaixadora Glivânia Maria de Oliveira, que está de férias.
SEM COMENTÁRIOS – O diplomata brasileiro foi cobrado pelo chanceler venezuelano, Yván Gil. O Itamaraty informou que não vai comentar o caso.
“Convocamos, hoje, o encarregado de negócios da República Federativa do Brasil para manifestar a nossa mais firme rejeição às recorrentes declarações de ingerência e grosseiras de porta-vozes autorizados pelo governo brasileiro, em particular às oferecidas pelo assessor especial em Assuntos Externos, Celso Amorim, que se comportando mais como um mensageiro do imperialismo americano, dedicou-se de forma impertinente a emitir julgamentos de valor sobre processos que só pertencem aos venezuelanos e às suas instituições democráticas”, divulgou o regime de Maduro, em nota.
O estopim foi o veto brasileiro ao ingresso da Venezuela no Brics, exercido na semana passada, durante a Cúpula de Líderes realizada em Kazan, na Rússia.
“TRAIÇÃO” – Embora contasse com amplo apoio e patrocínio de russos, chineses e iranianos, Maduro passou pelo constrangimento de viajar até solo russo e ver a pretendida adesão ao Brics barrada pelo Brasil. Ele acusou o Itamaraty de traição.
Amorim confirmou à Câmara dos Deputados que a delegação brasileira discordou da adesão da Venezuela como país parceiro, uma nova categoria criada para qual foram convidados 13 países. O ex-ministro e principal conselheiro de Lula reputou a decisão do Brasil ao “mal-estar”.
Ele disse que o governo brasileiro discorda que o regime de Caracas possa colaborar com o Brics agora, execendo influência e demostrando peso político e econômico “no momento”.
DESPROPORCIONAL – Amorim também disse que foi “totalmente desproporcional” a reação de representantes do chavismo, entre eles o próprio Maduro, que acusam o governo Lula de inimizade “injustamente”.
O presidente brasileiro vem sendo classificado, em reiteradas declarações públicas de próceres do regime venezuelano, como agente “imperialista” e “cooptado” pela agência de inteligência dos Estados Unidos, a CIA.
Amigos de longa data, Lula e Maduro vivem sua pior fase na relação, desde o não reconhecimento alegada vitória do chavista nas eleições de 28 de julho. Sem demonstrar provas do resultado de votação, as atas eleitorais, os órgãos eleitorais venezuelanos, controlados pelo chavismo, proclamaram Maduro como reeleito contra o opositor Edmundo González, que se exilou na Espanha.
MUDANÇA RADICAL – Antes, o governo Lula havia sido entusiasta da reabilitação política de Maduro e atuara como incentivador dos Acordos de Barbados, assinados com a oposição e sob observação internacional, para levantamento de sanções e a realização de eleições justas, livres e transparentes – o que foi descumprido pelo regime.
Embora tenha dito que mantém com Maduro uma relação de “coleguismo”, Amorim afirmou aos deputados que houve uma “quebra de confiança”, que o regime não cumpriu suas promessas e que as eleições não foram transparentes.
Ele reiterou que o governo Lula não reconhece a reeleição de Maduro e que os dois presidentes não se falaram mais. Amorim disse que o “mal-estar” poderia vir a se dissolver a depender de ações por parte de Caracas e que o Brasil ainda pretendia exercer um papel de mediação na crise política do país vizinho. Ele evitou classificar o regime como ditadura – embora não tenha o definido como democracia – em nome da tentativa de manter interlocução.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Com isso, Maduro vai se livrando da dívida com o Brasil, de US$ 1,507 bilhão ao BNDES, US$ 722 milhões ao governo brasileiro e mais US$ 84 milhões a vencer, O total dá uns R$ 12,5 bilhões, fora a correção monetária. Detalhe: Maduro não ficou devendo à Odebrecht, porque o governo petista bancou, com recursos da Fazenda Nacional. (C.N.)
Felipe Frazão
Estadão
Em uma escalada na crise diplomática, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, decidiu nesta quarta-feira, dia 30, convocar para consultas seu representante em Brasília, o embaixador Manuel Vicente Vadell. Maduro reagiu às declarações do ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na véspera expôs detalhes do que definiu como “mal-estar” na relação do petista com o chavista.
Além de chamar seu embaixador ao país, um gesto de repúdio na diplomacia, o regime venezuelano também fez outra manifestação de descontentamento ao convocar para uma reunião, na sede chancelaria em Caracas, o engarregado de negócios da embaixada brasileira, Breno Herman, o número dois na hierarquia, abaixo da embaixadora Glivânia Maria de Oliveira, que está de férias.
SEM COMENTÁRIOS – O diplomata brasileiro foi cobrado pelo chanceler venezuelano, Yván Gil. O Itamaraty informou que não vai comentar o caso.
“Convocamos, hoje, o encarregado de negócios da República Federativa do Brasil para manifestar a nossa mais firme rejeição às recorrentes declarações de ingerência e grosseiras de porta-vozes autorizados pelo governo brasileiro, em particular às oferecidas pelo assessor especial em Assuntos Externos, Celso Amorim, que se comportando mais como um mensageiro do imperialismo americano, dedicou-se de forma impertinente a emitir julgamentos de valor sobre processos que só pertencem aos venezuelanos e às suas instituições democráticas”, divulgou o regime de Maduro, em nota.
O estopim foi o veto brasileiro ao ingresso da Venezuela no Brics, exercido na semana passada, durante a Cúpula de Líderes realizada em Kazan, na Rússia.
“TRAIÇÃO” – Embora contasse com amplo apoio e patrocínio de russos, chineses e iranianos, Maduro passou pelo constrangimento de viajar até solo russo e ver a pretendida adesão ao Brics barrada pelo Brasil. Ele acusou o Itamaraty de traição.
Amorim confirmou à Câmara dos Deputados que a delegação brasileira discordou da adesão da Venezuela como país parceiro, uma nova categoria criada para qual foram convidados 13 países. O ex-ministro e principal conselheiro de Lula reputou a decisão do Brasil ao “mal-estar”.
Ele disse que o governo brasileiro discorda que o regime de Caracas possa colaborar com o Brics agora, execendo influência e demostrando peso político e econômico “no momento”.
DESPROPORCIONAL – Amorim também disse que foi “totalmente desproporcional” a reação de representantes do chavismo, entre eles o próprio Maduro, que acusam o governo Lula de inimizade “injustamente”.
O presidente brasileiro vem sendo classificado, em reiteradas declarações públicas de próceres do regime venezuelano, como agente “imperialista” e “cooptado” pela agência de inteligência dos Estados Unidos, a CIA.
Amigos de longa data, Lula e Maduro vivem sua pior fase na relação, desde o não reconhecimento alegada vitória do chavista nas eleições de 28 de julho. Sem demonstrar provas do resultado de votação, as atas eleitorais, os órgãos eleitorais venezuelanos, controlados pelo chavismo, proclamaram Maduro como reeleito contra o opositor Edmundo González, que se exilou na Espanha.
MUDANÇA RADICAL – Antes, o governo Lula havia sido entusiasta da reabilitação política de Maduro e atuara como incentivador dos Acordos de Barbados, assinados com a oposição e sob observação internacional, para levantamento de sanções e a realização de eleições justas, livres e transparentes – o que foi descumprido pelo regime.
Embora tenha dito que mantém com Maduro uma relação de “coleguismo”, Amorim afirmou aos deputados que houve uma “quebra de confiança”, que o regime não cumpriu suas promessas e que as eleições não foram transparentes.
Ele reiterou que o governo Lula não reconhece a reeleição de Maduro e que os dois presidentes não se falaram mais. Amorim disse que o “mal-estar” poderia vir a se dissolver a depender de ações por parte de Caracas e que o Brasil ainda pretendia exercer um papel de mediação na crise política do país vizinho. Ele evitou classificar o regime como ditadura – embora não tenha o definido como democracia – em nome da tentativa de manter interlocução.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Com isso, Maduro vai se livrando da dívida com o Brasil, de US$ 1,507 bilhão ao BNDES, US$ 722 milhões ao governo brasileiro e mais US$ 84 milhões a vencer, O total dá uns R$ 12,5 bilhões, fora a correção monetária. Detalhe: Maduro não ficou devendo à Odebrecht, porque o governo petista bancou, com recursos da Fazenda Nacional. (C.N.)
Felipe Frazão
Estadão
Em uma escalada na crise diplomática, o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, decidiu nesta quarta-feira, dia 30, convocar para consultas seu representante em Brasília, o embaixador Manuel Vicente Vadell. Maduro reagiu às declarações do ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na véspera expôs detalhes do que definiu como “mal-estar” na relação do petista com o chavista.
Além de chamar seu embaixador ao país, um gesto de repúdio na diplomacia, o regime venezuelano também fez outra manifestação de descontentamento ao convocar para uma reunião, na sede chancelaria em Caracas, o engarregado de negócios da embaixada brasileira, Breno Herman, o número dois na hierarquia, abaixo da embaixadora Glivânia Maria de Oliveira, que está de férias.
SEM COMENTÁRIOS – O diplomata brasileiro foi cobrado pelo chanceler venezuelano, Yván Gil. O Itamaraty informou que não vai comentar o caso.
“Convocamos, hoje, o encarregado de negócios da República Federativa do Brasil para manifestar a nossa mais firme rejeição às recorrentes declarações de ingerência e grosseiras de porta-vozes autorizados pelo governo brasileiro, em particular às oferecidas pelo assessor especial em Assuntos Externos, Celso Amorim, que se comportando mais como um mensageiro do imperialismo americano, dedicou-se de forma impertinente a emitir julgamentos de valor sobre processos que só pertencem aos venezuelanos e às suas instituições democráticas”, divulgou o regime de Maduro, em nota.
O estopim foi o veto brasileiro ao ingresso da Venezuela no Brics, exercido na semana passada, durante a Cúpula de Líderes realizada em Kazan, na Rússia.
“TRAIÇÃO” – Embora contasse com amplo apoio e patrocínio de russos, chineses e iranianos, Maduro passou pelo constrangimento de viajar até solo russo e ver a pretendida adesão ao Brics barrada pelo Brasil. Ele acusou o Itamaraty de traição.
Amorim confirmou à Câmara dos Deputados que a delegação brasileira discordou da adesão da Venezuela como país parceiro, uma nova categoria criada para qual foram convidados 13 países. O ex-ministro e principal conselheiro de Lula reputou a decisão do Brasil ao “mal-estar”.
Ele disse que o governo brasileiro discorda que o regime de Caracas possa colaborar com o Brics agora, execendo influência e demostrando peso político e econômico “no momento”.
DESPROPORCIONAL – Amorim também disse que foi “totalmente desproporcional” a reação de representantes do chavismo, entre eles o próprio Maduro, que acusam o governo Lula de inimizade “injustamente”.
O presidente brasileiro vem sendo classificado, em reiteradas declarações públicas de próceres do regime venezuelano, como agente “imperialista” e “cooptado” pela agência de inteligência dos Estados Unidos, a CIA.
Amigos de longa data, Lula e Maduro vivem sua pior fase na relação, desde o não reconhecimento alegada vitória do chavista nas eleições de 28 de julho. Sem demonstrar provas do resultado de votação, as atas eleitorais, os órgãos eleitorais venezuelanos, controlados pelo chavismo, proclamaram Maduro como reeleito contra o opositor Edmundo González, que se exilou na Espanha.
MUDANÇA RADICAL – Antes, o governo Lula havia sido entusiasta da reabilitação política de Maduro e atuara como incentivador dos Acordos de Barbados, assinados com a oposição e sob observação internacional, para levantamento de sanções e a realização de eleições justas, livres e transparentes – o que foi descumprido pelo regime.
Embora tenha dito que mantém com Maduro uma relação de “coleguismo”, Amorim afirmou aos deputados que houve uma “quebra de confiança”, que o regime não cumpriu suas promessas e que as eleições não foram transparentes.
Ele reiterou que o governo Lula não reconhece a reeleição de Maduro e que os dois presidentes não se falaram mais. Amorim disse que o “mal-estar” poderia vir a se dissolver a depender de ações por parte de Caracas e que o Brasil ainda pretendia exercer um papel de mediação na crise política do país vizinho. Ele evitou classificar o regime como ditadura – embora não tenha o definido como democracia – em nome da tentativa de manter interlocução.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Com isso, Maduro vai se livrando da dívida com o Brasil, de US$ 1,507 bilhão ao BNDES, US$ 722 milhões ao governo brasileiro e mais US$ 84 milhões a vencer, O total dá uns R$ 12,5 bilhões, fora a correção monetária. Detalhe: Maduro não ficou devendo à Odebrecht, porque o governo petista bancou, com recursos da Fazenda Nacional. (C.N.)