A investigação também apontou que quatro assessores do deputado, pagos com verba da Câmara, trabalhavam na loja registrada no nome do filho do parlamentar
Por JORNAL DO BRASIL com Brasil 247
redacao@jb.com.br
Publicado em 25/10/2024 às 17:41
Alterado em 25/10/2024 às 17:41
A Polícia Federal (PF) cumpriu nesta sexta-feira (25) mandados de busca e apreensão contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), acusado de desviar recursos da cota parlamentar. De acordo com a coluna de Tácio Lorran, do Metrópoles, o valor supostamente desviado pode chegar a R$ 842 mil, conforme cruzamento de dados entre a apuração da PF e informações do Portal da Transparência da Câmara.
De acordo com a corporação, o deputado bolsonarista teria utilizado a cota parlamentar para pagar o aluguel da escola de inglês Gustavo Gayer Language e para manter o funcionamento de uma loja de roupas que está registrada no nome do filho, ambas localizadas em Goiânia.
“A análise dos dados extraídos das mídias eletrônicas apreendidas revelou indícios de que o deputado federal Gustavo Gayer teria utilizado espaço físico (Rua T-38, nº 147, QD 116,LT 11, Setor Bueno, Goiânia/GO) alugado com verbas de cota parlamentar, supostamente destinado ao funcionamento de Gabinete Parlamentar, para a operação da empresa loja Desfazueli e da escola de inglês Gayer Language Institute”, diz trecho da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Conforme informado pela coluna, Gayer gastou cerca de R$ 128,5 mil apenas em aluguel, com despesas mensais variando entre R$ 6 mil e R$ 7 mil. Outros custos incluem R$ 11,8 mil em IPTU, R$ 2,9 mil em internet, R$ 16,7 mil em energia elétrica, além de R$ 3 mil em serviços de vigilância. Todos os gastos supostamente foram pagos com recursos públicos.
A investigação também apontou que quatro assessores de Gayer, pagos com verba da Câmara, trabalhavam na loja Desfazueli: Joelson Pereira Martins, Bruno Amaral Machado, Amanda Oliveira Caixeta e Letícia Bruno de Araújo.
O nome do empreendimento, registrado no nome do filho do parlamentar, faz referência ao bordão "Faz o L" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e vende camisetas com frases como "Fora Lula" e "Eu não votei em ladrão".