Publicado em 30 de outubro de 2024 por Tribuna da Internet
Tales Faria
do UOL
O líder da bancada do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), havia informado ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que a bancada dificilmente apoiaria o nome do deputado Hugo Motta para presidir a Câmara no ano que vem se houvesse acordo com o PL para votar o projeto de anistia aos golpista de 8 de janeiro de 2023.
A decisão de Lira de retirar o projeto da Comissão de Constituição e Justiça e criar uma comissão específica sobre o tema adia a possível votação do projeto e abre caminho para o PT apoiar Hugo Motta (Republicanos-PB), que é o candidato do presidente da Câmara à sua sucessão.
BOLSONARO INCLUÍDO – O projeto abre caminho não só para os que depredaram os prédios da Praça dos Três poderes, em Brasília, mas também aos articuladores e financiadores da tentativa de golpe que não estavam presentes, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, havia declarado em entrevista que pressionaria Lira pela aprovação do projeto.
O líder do partido na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), chegou a ventilar um acordo segundo o qual a bancada apoiaria Motta em troca da votação da anistia.
LIRA RECUA – Mas, diante da resistência do PT, Lira decidiu criar a comissão. Está convocada para esta quarta-feira uma reunião da bancada do PT para discutir agora o apoio ao deputado do Republicanos. Motta já contava com a simpatia da bancada, segundo Odair Cunha.
Agora, segundo outros nomes fortes na bancada, aumentam as chances de ser ungido pelo PT.
Lira já obteve a garantia do Palácio do Planalto de que apoiaria o nome que ele fechasse com a bancada do PT. O próprio Odair e a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), torciam pelo acordo com Hugo Motta.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Está cada vez mais claro o acordo entre PT e PL para anistiar Bolsonaro. É por isso que ele foi pessoalmente avisar Tarcísio de Freitas e dizer: “O candidato da direita sou eu”. Na Câmara, Lira aparentemente recuou, mas é uma manobra para avançar com mais apoio. E a política, que antes era suja, agora tornou-se imunda. (C.N.)