Publicado em 1 de junho de 2022 por Tribuna da Internet
Bela Megale
O Globo
Os diretores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Jean Coelho (diretor-executivo) e Allan da Mota Rebello (diretor de inteligência), dispensados de seus postos após o assassinato de Genivaldo de Jesus dos Santos por asfixia numa ação do órgão, já estavam com o futuro garantido.
No dia 17 de maio, uma semana antes do ato de violência, que transformou uma viatura numa câmara de gás, os dois diretores da PRF já tinham sido designados para a função de oficial de ligação no Colégio Interamericano de Defesa, em Washington, nos Estados Unidos. O prazo da missão é de dois anos.
BELO SALÁRIO – Documentos que integram o processo de designação dos servidores, obtidos pela coluna, mostram que o salário de quem exerce essa função está previsto em cerca de US$ 11 mil, além de mais US$ 3,7 mil de auxílio-moradia. O valor total equivale a mais de R$ 69 mil mensais.
Coelho e Rabello foram designados às funções em Washington pelo diretor-geral da PRF, Silvanei Vasques. Dentro da corporação, a nomeação para postos internacionais é vista como um “prêmio”. Ambos integravam a cúpula do órgão responsável pelos agentes que asfixiaram Genivaldo.
Os primeiros passos para a viagem foram dados. Documentos do processo indicam que cada servidor deve receber cerca de US$ 17 mil de auxílio-mudança. A partida de Alan Rebello para Washington está prevista para 9 de junho e a de Jean Coelho para o dia 10 do mesmo mês. Procurado para falar sobre o caso, o Ministério da Justiça não respondeu aos questionamentos da coluna até o momento.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Oportuna matéria, enviada de Brasília por José Antonio Perez. Além dessas mordomias nos States, bancadas pelo cidadão-eleitor-contribuinte, como dizia Helio Fernandes, há ainda a solidariedade do presidente Jair Bolsonaro à Polícia Rodoviária após o cruel assassinato de Genivaldo de Jesus, ao pedir que não houvesse “generalização”. Seria melhor ter permanecido calado. (C.N.)