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sábado, fevereiro 26, 2022

Antipetismo e antibolsonarismo devem ser decisivos no resultado da eleição presidencial

Publicado em 26 de fevereiro de 2022 por Tribuna da Internet

Nem Lula, nem Bolsonaro” | O Antagonista

Nas ruas, já começaram as manifestações pela terceira via

Tainá Andrade e Taísa Medeiros
Correio Braziliense

Pesquisas de intenção de voto mostram que as eleições de outubro serão marcadas pela polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nos levantamentos, e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Mas especialistas também ressaltam que o antipetismo e o antibolsonarismo serão decisivos no pleito deste ano.

Pesquisa Ipespe, divulgada em janeiro, mostrou que o chefe do Executivo é rejeitado por 64% dos entrevistados, e o petista, por 43%.

EXEMPLO DE 2018 – A vitória de Bolsonaro nas eleições de 2018 é creditada, principalmente, ao antipetismo, na esteira dos escândalos de corrupção que atingiram a imagem do partido.

Na Câmara, o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), acredita que, ao começar a propaganda política, a rejeição a Bolsonaro vai cair. “Quando entrar o horário eleitoral, ele vai crescer muito e rápido. Bolsonaro comprou uma briga com a imprensa, então, pague o preço que comprou. Não é mostrado tudo o que ele construiu em seu governo”, criticou.

“Quando as pessoas tomarem conhecimento do que ele realizou, vai reforçar o discurso dele contra a imprensa e vai ficar na cabeça do eleitor confirmado que não foi mostrado tudo o que ele construiu no seu governo”, apostou.

PERFIS DIFERENTES – Na avaliação do líder bolsonarista, as campanhas terão perfis diferentes. Enquanto Lula fará uma força-tarefa de mais “retaguarda”, ou seja, com menos mobilização de rua e preferência por eventos internos, Bolsonaro seguirá na estratégia utilizada no ano de ascensão, com exposição e mobilização mais agressiva.

“O bolsonarismo anda sozinho, sem patrocínio e com alto engajamento, tem um apoio muito aguerrido. Os petistas não têm tanto porque agora não têm mais a arrecadação sindical para patrocinar as mobilizações”, alfinetou.

Aliados de Bolsonaro comentam que o candidato que concorre à reeleição não será o mesmo do primeiro ano de mandato. Apesar de continuar com um jeito particular de trabalhar, Bolsonaro teria entendido que, em uma democracia, tem de governar com os partidos políticos. Então, ultimamente, está lidando melhor com os grupos e isso tende a diminuir sua rejeição até mesmo entre os parlamentares.

ESTRATÉGIA PETISTA – Líder do PT na Câmara, o deputado Reginaldo Lopes (MG) enfatiza que a melhor forma de lidar com a polarização ideológica é “evitar cair nas provocações de Bolsonaro”.

“Ele quer um Estado armado, um Estado miliciano, e nós queremos um Estado democrático. O governo dele já pregou o ódio, tudo por causa dessa ideologia fascista. Temos de superar com diálogo e debate de ideias”, defendeu.

O senador Humberto Costa (PT-PE) definiu a preparação do PT para a corrida eleitoral com postura otimista, apesar de saber que será complicado. “Há uma possibilidade de o presidente Lula vencer, mas sabemos que não vai ser fácil. O bolsonarismo, no momento em que observar que pode perder, vai radicalizar o discurso e as ações, e estamos nos preparando para isso”, ressaltou.

TERCEIRA VIA É POSSÍVEL? – Até agora, a terceira via, que prometia fazer frente aos dois candidatos, não tem causado impacto. Os postulantes à alternativa à polarização, como Ciro Gomes (PDT), Sergio Moro (Podemos), Simone Tebet (MDB), João Doria (PSDB) e Alessandro Vieira (Cidadania), não apresentam consideráveis mudanças nos levantamentos sobre intenção de voto.

Para David Fleischer, cientista político e professor de sistemas eleitorais na Universidade de Brasília (UnB), a terceira via ainda não aconteceu, mas é possível.

“Baseado nas pesquisas da semana passada, tudo indica que Lula será presidente, mas não sabemos. Ao longo do ano, nós vamos ter uma visão se é possível ter uma terceira via mais fácil, que passará Bolsonaro e disputará com Lula. Lá para junho, julho e agosto haverá uma visão melhor”, sustentou. “Porque a partir de agosto começarão os debates, e isso pode influenciar um pouco mais os eleitores.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 Como as pesquisas são claramente direcionadas, dependendo os interesses do “patrocinador”, nenhuma delas faz a indagação principal, para saber qual o percentual dos eleitores que não vota em Lula ou nBolsonaro, de jeito nenhum. Sem essa indicação, nenhuma pesquisa é confiável. (C.N.)


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