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segunda-feira, fevereiro 28, 2022

Deputado de RR perde mandato por quebra de decoro após 27 anos na Assembleia

Deputado de RR perde mandato por quebra de decoro após 27 anos na Assembleia
Foto: Caíque Rodrigues/g1 RR

O deputado Jalser Renier perdeu o mandato em uma sessão histórica na Assembleia Legislativa de Roraima na manhã desta segunda-feira de carnaval (28). Suspeito de liderar milícia e mandar sequestrar o jornalista Romano dos Anjos, a cassação dele foi aprovada por 18 dos 24 colegas de parlamento.

 

Segundo o G1, a cassação dele já havia sido aprovada na Comissão de Ética e de Constituição e Justiça. Ele foi o primeiro parlamentar no estado a perder o mandato por decisão dos deputados estaduais. Todo o processo foi marcado por confusão e xingamentos. Renier chegou a chamar o governador do estado de "agiotazinho safado" e o relator da cassação, Jorge Everton, de "mocinha" e "viadinho".

 

Do lado de fora, enquanto deputados cassavam Jalser Renier, a população acompanhou voto a voto em um telão instalado na frente da Assembleia Legislativa. A cada argumento favorável, manifestantes, a maioria vestidos com camisas "fora Jalser", vibravam eufóricos. Logo após a sessão, o suplente George Melo (DC) tomou posse do mandato que ficou vago com a cassação de Jalser.

 

A sessão que cassou Jalser Renier, o 'Menino de Ouro, foi presidida por Jânio Xingu, seu aliado político. Dos 24 deputados, 17 participaram da sessão extraordinária no plenário da Casa, dois participaram de forma virtual, e cinco faltaram ao ato histórico na política roraimense.

 

Durante vários momentos, Xingu foi vaiado pelo plenário lotado e, em resposta, pedia silêncio para "não prejudicar a votação". Em contrapartida, Jorge Everton e Soldado Sampaio, opositores de Jalser, foram ovacionados por defenderam publicamente a cassação do colega de parlamento. Depois de iniciada a sessão, Jorge Everton falou sobre o relatório que pedia a cassação e fez um apelo aos colegas para que o seguisse no voto contra Jalser Renier.

 

Após os 18 votos favoráveis, a perda de mandato foi declarada em leitura feita por Xingu e ele encerrou a sessão. Logo em seguida, foi aberto um novo ato para dar posse ao suplente e o nome de Jalser foi excluído do telão depois de pedido do deputado Gabriel Picanço.

 

Cassado, Jalser não poderá concorrer às eleições de 2022 e ficará inelegível, para qualquer cargo, nos oito anos seguintes ao término desta legislatura, conforme a lei complementar federal nº 64 de 1990.

Bahia Notícias


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