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sábado, dezembro 08, 2018

FGV lança um aplicativo que permite a cada um de nós medir a inflação pessoal


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Charge do Edra (Arquivo Google)
Pedro do Coutto
A partir desta sexta-feira entrou na rede da internet um aplicativo da Fundação Getúlio Vargas destinado a proporcionar a cada brasileiro ou brasileira uma maneira de avaliar os reflexos da inflação sobre suas vidas. Trata-se de um cálculo voltado a decifrar o índice de inflação pessoal no país. O tema foi destacado ontem pela reportagem de Vinicius Neder, edição de O Estado de São Paulo.
A meu ver, a iniciativa é importante porque os reflexos inflacionários não são iguais para todos os grupos da sociedade brasileira. Por exemplo, o item relativo aos preços da alimentação representa valores diferentes em relação às faixas de renda. Assim o prelo dos alimentos é algebricamente maior para as classes de renda menor.
BAIXA RENDA – Como a alimentação é um item obrigatório, a percentagem sobre os salários varia consideravelmente. É preciso não esquecer que 33% da mão de obra ativa do país estão contidos na faixa de um salário mínimo. Quanto mais alta for a renda, menor será o peso percentual dos produtos alimentícios.
O mesmo se refere em outra escala, à questão dos aluguéis. E também deve ser medido o peso do preço dos combustíveis, levando-se em conta paralelamente que os grupos mais pobres, é claro, não têm automóvel.  É muito inteligente a ideia da FGV. E como uma ideia leva à outra, devem ser considerados outros aspectos que envolvem as pesquisas  de preços conduzidas pelo IBGE. Não que haja controvérsia em relação aos índices entre uma e outra entidade. Mas é preciso ter atenção para o setor de aferição dos preços.
PREÇOS DIVERGEM – Os índices inflacionários tendem a ser menores se a base for a coletânea dos preços mínimos. Eles existem, especialmente no campo dos supermercados. Porém, se existe uma estratégia de compra para os consumidores, existe também uma outra para os vendedores. Pode-se praticar os preços mínimos. Hipoteticamente, basta percorrer três ou quatro supermercados a cada dia. Uma surpresa: onde está o feijão mais barato pode estar o arroz mais caro, assim como o tomate, batata, etc.
Entretanto, dificilmente alguém poderá percorrer três supermercados por dia. O pesquisador do IBGE pode, pois este é seu trabalho. Portanto, mergulhar nos preços mínimos é uma forma de jogar para baixo os índices reais do custo de vida.
Agora, com o aplicativo da FGV, será mais fácil chegar-se à conclusão real da dança dos preços.

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