Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

quinta-feira, maio 06, 2010

Sob aplausos de Pirro

dora kramer


De imediato, aos olhos dos aposentados, podem ter ficado bem na foto. Ao restante na nação, no entanto, por mais que não pareça é Lula quem tira bom proveito


O que aconteceu no plenário da Câmara dos Depu­­­tados na noite de terça-feira nem merece o nome de “derrota política do governo Lula”. Tampouco a aprovação do reajuste de 7,7% para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo, contra o índice máximo de 7% aceito pelo governo, pode ser contabilizada como vitória da oposição.

Uma que os votos foram dados por deputados governistas e oposicionistas num conluio geral de demagogia; e outra que, ao fim e ao cabo, no frigir, o tal do ganho não ocorrerá. Ainda que o Senado só de picuinha mantenha o índice aprovado pela Câmara o presidente Luiz Inácio da Silva já anuncia que vetará.

E se porventura resolver não vetar, vai faturar. Do mesmo jeito que os deputados fizeram dando as costas às contas da Previdência alegadamente de frente para as urnas, alguns argumentando que o presidente é o primeiro a incentivar o gasto público, sem pejo de dar peso igual a coisas diferentes.

Na balbúrdia generalizada – do PSDB que já levou a sério o problema do déficit da Previdência e terá de levar de novo se voltar à Pre­­­sidência, aos parceiros PT/PMDB que “liberaram” as bancadas – todos parecem confiar no veto do presidente.

De imediato, aos olhos dos aposentados, podem ter ficado bem na foto. Ao restante na nação, no entanto, por mais que não pareça é Lula quem tira bom proveito.

Não serão sete décimos que elevarão a imagem do Congresso ao patamar de razoável recuperação.

O presidente, em contrapartida, amanheceu na quarta-feira de posse do discurso da responsabilidade e ainda com a vantagem de ganhar de graça uma chance de espicaçar o antecessor Fernando Henrique.

“O presidente Lula não vai repetir 1998 quando deixaram o câmbio valorizado quebrar o país nem 2002 quando não subiram os juros como deveriam e a inflação disparou. Tudo por conta dos anos elei­­­­to­­­rais”, disse o ministro das Rela­­­ções Institucionais, Alexandre Pa­­­dilha, ao preparar o caminho do veto.

A argumentação guarda resíduos de relação com a realidade da época e nenhum com a situação presente, mas, para efeito do efeito especial pretendido, muito me­­­lhor que a encomenda.

Segundo o ministro do Plane­­­ja­­­mento, o presidente Lula não deixará ao sucessor “seja quem for” nenhum problema na área fiscal (como se já não os houvesse a mancheias com a criação de despesas de custeio da máquina) nem terá re­­­ceio de resolver os “abacaxis” só porque estamos em véspera de eleições.

Bem, além de haver o Senado co­­­mo possibilidade de salvação, de certa forma esse é um discurso de magistrado, algo que cai bem ao presidente, cuja, digamos, dedicação excessiva e exclusiva à campanha eleitoral em determinados setores não é bem vista.

Um veto “corajoso”, ou ainda melhor, uma promessa de veto responsável sem que seja necessário concretizar o gesto, é uma chance e tanto, coisa de quem tem sorte e senso de oportunidade.

Vide bula

Os artífices da aliança PSDB, DEM, PV, PPS no Rio têm trabalho duro pela frente: zerar o passivo das idas e vindas dos entendimentos e administrar dificuldades decorrentes de uma coligação que apoia dois candidatos a presidente (José Serra e Marina Silva), nasceu sob a égide da divergência em torno das candidaturas ao Senado e abriga gente muito inquieta.

Por exemplo: fechado o suado acordo, o candidato ao governo do estado, Fernando Gabeira, comentou posição de apoio a Serra em hi­­­potético segundo turno sem Ma­­­rina e, ato contínuo, levou uma reprimenda pública de correligionários do PV.

Necessário se fez nota explicativa. A aliança vem sendo explicada há dois meses, sem ter sido ainda bem compreendida.

Cesar Maia, o candidato ao Senado na discórdia entre PV e um grupo do PSDB local, diz que o acor­­­do é “claríssimo”. Construído “na forma de duas retas paralelas: governador na direção de Marina. Senadores na direção de Serra. Entre estas paralelas os deputados estarão oscilando entre governador e senador e vice-versa, como em diagonais sucessivas, construindo uma espécie de rede”.

Fonte: Gazeta do Povo

Em destaque

Tragédia em Sergipe: Rodovia cede e causa a morte de três pessoas

  Tragédia em Sergipe: Rodovia cede e causa a morte de três pessoas domingo, 12/01/2025 - 18h40 Por Redação Foto: Divulgação Pelo menos três...

Mais visitadas