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domingo, maio 21, 2006

Meio homem, meio máquina

Por: Julio Wiziack (ISTOÉ)


Chips, próteses e órgãos artificiais já podem transformaro homem num ciborgue superpoderoso

A ciência está cada vez mais perto do homem do futuro. Braços, pernas, olhos, ouvidos e músculos artificiaisnunca estiveram tanto em evidência. A mais nova engenhocaé um nariz que identifica dez mil odores e o próximo passo, segundo os pesquisadores europeus do Future and Emerging Technologies (FET), será implantá-lo em seres humanos com o objetivo de aprimorar o seu olfato. As inovações não param aí. Especialistas americanos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) criaram um tecido que “pressente” os movimentos musculares. Na hora de realizar um salto, por exemplo, a roupa feita com ele pressiona ainda mais a musculatura para que o corpo ganhe um impulso adicional. O Exército americano comprou a idéia e quer que os uniformes de seus soldados incorporem essa inovação dentro de dois anos.
Também para o cérebro existe uma revolução em andamento. Quarenta drogas foram elaboradas para potencializar o aprendizado, além de elevar o grau de concentração. Implantes de chips na retina deixam uma pessoa com olhos de lince. Circuitos eletrônicos potentes no nervo auditivo o tornam sensível a sons antes inaudíveis. Os cientistas avançam na criação de órgãos e materiais artificiais para substituir veias, músculos, ossos e outros tecidos. Um grupo da Universidade do Novo México, nos EUA, criou um músculo artificial que se expande e se contrai, como a musculatura humana. O governo americano já deu aval para os peritos conectarem esses músculos sintéticos a tendões artificiais e usá-los no homem.
Essas inovações estão trazendo para a vida real algo que só era possível ver nas telas. No seriado O homem de seis milhões de dólares, o ator Lee Majors interpretava o coronel Steve Austin, que, após um acidente, implantou próteses eletrônicas para substituir as pernas, o braço direito e o olho esquerdo. Desde aquela época a ciência já sabia que está no intrincado funcionamento dos nervos a chave para unir biologia e eletrônica. Um levantamento da Fundação Nacional de Ciência dos EUA anuncia agora que essa revolução tecnológica está disponível para a criação de um “super-humano”. Para obtê-lo, o Conselho de Bioética dos EUA alertou o presidente George W. Bush sobre a importância das pesquisas com células-tronco. Na Inglaterra, na semana passada, uma mulher obteve autorização para manipular os seus genes e corrigir uma falha genética que aumentava o risco de seus filhos desenvolverem câncer. Nesse ritmo, será possível viver até os 200 anos.

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