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sexta-feira, dezembro 10, 2010

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Para EUA, Dilma planejou assaltos na ditadura

Folha de S.Paulo

A diplomacia dos EUA afirmou em telegrama confidencial de 2005 que Dilma Rousseff, então recém-nomeada para a Casa Civil, "organizou três assaltos a bancos" e "planejou o legendário assalto popularmente conhecido como 'roubo ao cofre do Adhemar' " na ditadura. O telegrama foi obtido pela ONG WikiLeaks. Não menção à fonte da informação sobre a atuação atribuída à presidente eleita.

Dilma nega ter participado de ações armadas quando militou nos anos 60.

O processo sobre ela na Justiça Militar descreve de forma diferente sua atuação: "Chefiou greves, assessorou assaltos a bancos". Não é acusada de "organizar" ou "planejar" assaltos. Ela foi condenada por subversão. O embaixador dos EUA em Brasília, Thomas Shannon, disse: "O governo dos EUA não tem informação que confirme essas alegações. Ao contrário, nós temos uma longa e positiva relação com a presidente eleita".

Esse telegrama, redigido em 2005 pelo então embaixador americano no Brasil, John Danilovich, havia sido obtido em 2008 pelo jornal "Valor Econômico". Na época, não era certa a candidatura de Dilma.

Nos papéis que vazaram agora, há especulações sobre a personalidade da petista, as chances de ser eleita e sua saúde. No caso das ações armadas, há coincidência entre o que está no telegrama dos EUA e um trecho do livro "Mulheres que Foram à Luta Armada", do jornalista Luiz Maklouf Carvalho (1998). Não há até hoje, porém, evidências concretas sobre a participação de Dilma em ações armadas.

Em 2009, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, elogiou os relatos: "Gostei muito dos telegramas da embaixada que contêm perfis alentados sobre os candidatos a presidente em 2010 e sobre suas estratégias". E faz recomendações para futuros despachos: "Damos especial valor a informações sobre como são os estilos de operação desses líderes, seus comportamentos, motivações, pontos fortes e fracos, relacionamento com seus superiores, sensibilidades, visões de mundo, hobbies e proficiência em línguas estrangeiras."

Fonte: Agora

Motorista deverá ir a cartório para repassar multa

Folha de S.Paulo

Com a alegação de que é preciso fechar o cerco contra as fraudes da transferência de pontos de multas na carteira de motorista, o Denatran baixou normas mais rigorosas, que entrarão em vigor em outubro de 2011. A principal mudança é a obrigatoriedade de reconhecimento em cartório de documentos nos pedidos de transferência, feitos quando o infrator não é o dono do carro.

Hoje, basta preencher declaração assinada para que a pontuação seja assumida por outra pessoa que assume que estava dirigindo o veículo na hora da infração.

Há, porém, casos de fraude com uso de carteira de pessoas mortas ou de pessoas que esquecem documentos em locadoras, por exemplo, e herdam as multas sem ficar sabendo. No Brasil, ao somar 20 pontos o motorista perde a carteira. Quando a autenticação não for possível, é necessária a presença das duas pessoas envolvidas no órgão de trânsito --Detrans, Ciretrans etc--, para que o recurso seja encaminhado e aceito.

Para empresas com veículos conduzidos por funcionários, o rigor vai além --é preciso também autenticar em cartório a documentação em que o empregado/motorista se responsabiliza por infrações.

Um exemplo hipotético: o pai de São Paulo tem um carro que o filho, estudante, usa na Bahia; de lá, ele viajou para Alagoas e foi multado. Os dois terão de autenticar documentos em dois cartórios e fazer o recurso da transferência dos pontos em Alagoas.

Notificação

A nova resolução também prevê a notificação do infrator por edital publicado no "Diário Oficial", para garantir a penalidade, quando forem esgotadas as outras formas de notificar o autuado.

A necessidade de documento autenticado, para esses casos, é ilegal, na opinião do advogado especialista em trânsito e professor de direito Wemerson Santhomé, que vê a substituição da "indústria dos pontos" pela "indústria dos cartórios". "É algo que vai complicar ainda mais a vida do cidadão, seu direito de exercer a defesa."

Fonte: Agora

PF diz que candidatos foram beneficiados com compra de votos



Com informações do Uol

Após deflagrar uma operação de combates a crimes eleitorais nesta quinta-feira (9), para cumprir 13 mandados de condução coercitiva e 12 mandados de busca e apreensão de suspeitos de comprar votos nas últimas eleições nas cidades de Buerarema, Itabuna e Salvador, a Polícia Federal divulgou nota sobre a ação. Segundo a assessoria da PF de Ilhéus (BA), o deputado federal Jutahy Magalhães Júnior (PSDB) e a candidata Claudia Oliveira (PTdoB), seriam os beneficiados pela compra de votos. O deputado Jutahy Magalhães Júnior negou as acusações e afirmou ter feito uma campanha dentro da legalidade.

De acordo com a PF, as investigações sobre o suposto crime eleitoral começaram em setembro, quando os agentes tomaram conhecimento de que o ex-prefeito de Buerarema (450 km de Salvador), Orlando Filho, teria organizado um esquema para favorecer determinados candidatos.

Ainda de acordo com a nota, no dia do primeiro turno das eleições (3 de outubro), foram realizadas buscas na casa do ex-prefeito e em outros dois locais, onde os policiais teriam encontrado informações contendo o cadastramento dos eleitores e cerca de R$ 40 mil. Os candidatos supostamente beneficiados foram eleitos com “quase a mesma quantidade de votos no município de Buerarema, em número que muito se aproxima aos eleitores cadastrados nas listas apreendidas”.

As investigações também levou os policiais a um outro grupo, que contava com a participação do policial civil lotado em Salvador, André Araújo Feitosa, e teria a missão de comprar votos para os candidados Heraldo Rocha (DEM), que é deputado estadual e negou qualquer envolvimento com o crime, e Benito Gama (PTB), que foi candidato a deputado federal.

Fonte: Tribuna da Bahia

TRE determina cassação do prefeito de Paranaguá

Antônio More / Arquivo Gazeta do Povo / Prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná Prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná Justiça Eleitoral


José Baka Filho, reeleito em 2008, é acusado de realizar propaganda irregular durante o período eleitoral

09/12/2010 | 19:02 | Adriano Ribeiro atualizado em 09/12/2010 às 20:06

O prefeito de Paranaguá, José Baka Filho (PDT), foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR). Em julgamento realizado na tarde desta quinta-feira (9), a cassação foi determinada por 4 votos a 3. A votação estava empatada e a presidente do tribunal, desembargadora Regina Afonso Portes, realizou o voto de minerva.

Baka Filho teria realizado propaganda irregular durante o período que antecedeu as eleições municipais de 2008. Ele já era prefeito na época e foi reeleito depois do pleito daquele ano. “Na ação, nós o acusamos por abuso de poder econômico, político e também por uso irregular dos veículos de comunicação”, explica o advogado Luiz Gustavo de Andrade, que atua em favor do ex-deputado estadual e segundo colocado nas eleições, Mário Roque (PMDB). “A verba de propaganda em naquele ano passou de R$ 500 mil para R$ 3 milhões. Houve abuso”, alega Roque, candidato derrotado na disputa de 2008.

Baka Filho e o atual vice-prefeito, Fabiano Vicente Elias (PSDB) - que também foi cassado – vão recorrer da decisão junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os dois continuam no cargo até o tribunal em Brasília julgar o recurso. “Raras vezes, eu vi um julgamento com votação tão apertada e ficou claro que a situação é bastante polêmica”, disse o defensor de Baka Filho, o advogado Guilherme Gonçalves. “Estou seguro que algumas questões que levaram a essa decisão do tribunal regional contrariam decisões semelhante do TSE. Por isso, acredito que vamos reverter este posicionamento”, completou o advogado.

O prefeito Baka Filho também se defendeu das acusações que constam na ação judicial eleitoral. “É muito subjetivo considerar que tudo o que fiz antes da eleição foi um abuso e que influenciou no resultado da eleição”, opina. “Apesar de tudo isso, a população de Paranaguá pode ficar tranquila porque vamos continuar o trabalho na cidade”, complementou Baka.

Caso a cassação seja confirmada em instância superior, Mário Roque (PMDB) e o então candidato a vice, Arnaldo Maranhão (PMDB), assumem a prefeitura da cidade do Litoral paranaense. O julgamento do caso no TSE deve ocorrer somente no ano que vem.
Fonte: Gazeta do Povo

José Serra, no mesmo dia da segunda derrota presidencial, anunciou todo satisfeito: “Isto não é uma despedida, um adeus, e sim um até logo”. Aécio queria esperar, decidiu: “Minha hora é agora”.

Helio Fernandes

Com esse ministério trivialidade-inutilidade-interinidade, a oposição (ou seja lá o que representa a palavra num regime “presidencialista-pluripartidário”) despertou. Não era letargia, apenas silêncio, para não desfechar ou ratificar a crise interna do PSDB.

Mas Aécio, que só pretendia agir depois da posse de Dona Dilma, percebeu, foi aconselhado a quebrar o silêncio imediatamente, mostrar ao país, “o líder do PSDB sou eu, e com isso acumulo a liderança de toda a oposição”.

José Serra não tem charme, carisma, liderança, já conseguiu na vida pública (e logicamente particular) muito mais do que merecia. Foi tudo inesperadamente, até ele acreditou que poderia ser presidente da República, o que faltava no “currículo”.

Não enganou ninguém. Desde 2002, digo, “Serra jamais será presidente”. Lógico, era análise e não adivinhação. Embora não seja brilhante nem tenha passado (nem presente ou futuro) de analista-estrategista, o que Serra afirmou no dia da derrota final (e está no título destas notas) foi uma boa jogada e deu margem a várias interpretações.

Amigos e inimigos, correligionários e adversários identificaram como provocação. Até podia ser, mas pela primeira vez Serra fazia jogada inteligente (!), que confundiu até mesmo seu grande protetor, Fernando Henrique Cardoso, a quem deve tudo. (O resto veio com o exílio, no qual conquistou 300 títulos sem autenticidade e que nenhuma Universidade ou autoridade do Brasil reconhece).

Enquanto Serra “sofre” dependendo da longevidade, o ex-governador e agora senador de Minas, é atingido pelo mesmo “sofrimento”, só que na contramão. Todos dizem há anos: “Aécio é muito moço, pode esperar”. Mas na verdade já não é tão moço, já foi.

Governador de Minas aos 42 anos, reeeleito com 46, na certidão de nascimento está com 50 anos, mas na realidade eleitoral e política, tem 54. Pois a próxima eleição presidencial será em 2014. E para o “jovem” Aécio só restou essa disputa, não há nenhuma outra possibilidade.

Mas no Brasil político e eleitoral, existe uma figura que assusta todo e qualquer possível adversário. Seu nome? Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-governador de São Paulo já cumpriu a sua cota de derrotas para o mesmo vencedor. Sonha com o terceiro “enfrentamento”, em 2014, estaria com 72 anos, Lula com 69. Mas a diferença não estaria na idade e sim no destino.

Não é por acaso e sim por destinação, que alguém como Lula disputa cinco (5) vezes seguidas a presidência da República, três (3) vezes é derrotado, mas não é destruído. Continua, ganha duas vezes, tenta e não consegue outro mandato, mas deixará o governo (deixará também o Poder?) COGITADÍSSIMO para novo mandato, dependendo das circunstâncias.

Dá a impressão de estar se divertindo muito, ao contrário de Sarney e FHC, que vivem o último ciclo da amargura, ressentimento, no limite da depressão. Que já exibem, e não fortuitamente, que palavra.

Serra, bem ao contrário, não consegue definir “o que aconteceu comigo”, confissão que faz a amigos, entre os quais não inclui o ex-presidente FHC. O candidatíssimo Aécio Neves também não considera FHC e Serra grandes e visíveis amigos.

Isso é fácil de explicar e resumir, constatando as caminhadas do ex-governador de Minas, ao assumir publicamente que é candidato a presidente em 2014, sem ter a obsessão ou a necessidade de sair vencedor. Pode ter nova oportunidade em 2018, com 58 anos, idade que terá dentro de oito anos, e que todos já ultrapassaram agora.

Não estou fazendo divagações e sim analisando os fatos, nomes e circunstâncias que estão aí. Aécio foi a São Paulo, almoçou com FHC, conversou (no palácio) longamente com Alckmin, não procurou nem deu um simples telefonema para José Serra. Esquecimento? Descuido? Poderia mandar para Serra um simples “correio eletrônico” (detesto e-mail), que não precisa nem exige resposta, a não ser também dessa forma impessoal.

Depois, Aécio foi a Brasília, e com quem esteve longamente? Com o senador (vitorioso) Agripino Maia, líder do DEM. E já escolhido presidente do partido, contra a EXTINÇÃO desse DEM. E não foi por acaso que Aécio FORTALECEU a posição dos que querem manter o DEM, e não destruí-lo.

(Como fez o prefeito Kassab, que se aproveitou do DEM (para obter a legenda), do PSDB de Serra (para vencer), e agora trabalha para abandonar tudo e todos e se mudar para o PMDB. (Por isso, o prefeito de São Paulo esperava a visita de Aécio, ficou no mesmo vazio de José Serra).

***

PS – Puxa, Nossa Senhora, tanta coisa vai acontecer e já está acontecendo, esta é apenas “uma visitação” aos fatos.

PS2 – Mas haja o que houver, Aécio está respondendo ao discurso de Serra depois da derrota para Dilma.

PS3 – Aécio está deixando bem claro para Serra: “No que depender de mim e do PSDB, você não está dando adeus nem até logo. Sua saída da vida pública aconteceu sem DESPEDIDA e sem SAUDADE.

Helio Fernandes /Tribuna da Imprensa

Brasília posta em frangalhos

Carlos Chagas

Há que começar com a premissa de que todo mundo é inocente até que se lhe prove a culpa. Caso provada, a Justiça deve seguir o seu curso. A imagem de Brasília já se encontrava em frangalhos, depois da cassação do senador Luís Estevão e da renúncia do senador Joaquim Roriz, ambos por roubalheira. Sobreveio depois o maior de todos os escândalos, levando o governador José Roberto Arruda à prisão e deputados distritais a perderem seus mandatos por transformarem a coisa pública em cosa-nostra.�

Pois quando já se imaginava a possibilidade de uma penosa reconstrução, eis que outro representante da capital federal no Congresso é acusado de improbidade no exercício da importante função de relator do Orçamento da União para 2011. Suplente de Roriz, Gim Argello assumiu sua cadeira no Senado e passou a responder a processo junto ao Supremo Tribunal Federal, acusado de fraudar licitações quando presidente da Câmara Legislativa local. Mesmo assim, tornou-se a principal figura na condução da lei que sempre foi a causa maior da existência de todos os parlamentos.

O diabo é que acaba de renunciar, não ao Senado, por enquanto, mas à relatoria, forçado pela unanimidade de seus companheiros. É acusado de ter apresentado emendas pessoais ao Orçamento beneficiando entidades-fantasma, ONGs inexistentes ou sem endereço.

A ainda senadora Ideli Salvatti, cujo mandato não foi renovado, é a nova relatora, mas apenas até fevereiro, quando se inicia nova Legislatura, na qual Argelo dispõe de quatro anos. Ele pertence ao PTB, dizem que é amigo da presidente Dilma Rousseff, mas o PMDB já anuncia nova temporada de caça. A intenção do partido majoritário é de levar o senador a julgamento pelo Conselho de Ética, forçando-o à renúncia ou tendo a cassação como alternativa. Sua posição não é nada confortável, até porque o segundo suplente desse malfadado mandato de Joaquim Roriz é do PMDB…

Vale terminar como iniciamos: todo mundo é inocente até que se lhe prove a culpa. Mas se culpa tiver havido no comportamento de Gim Argelo, ele que se prepare.�

FISCALIZAÇÃO E INDEPENDÊNCIA

Na presença de dois presidentes da República, um que sai e uma que entra, tomou posse o novo presidente do Tribunal de Contas da União. Benjamim Zymler provou que vai ser carne de pescoço quando discursou. Com educação e firmeza, disse que aquela corte não irá retroceder na fiscalização das obras públicas. Continuará duro e com independência, exercendo suas funções na expectativa de que, em seu diálogo com o governo, estará contribuindo para o aprimoramento da democracia.

Há uma singularidade na carreira de Zymler: ele é oriundo do quadro de funcionários do TCU, em meio a colegas em maioria provenientes do Congresso. Sua formação é rígida e certamente sem a intenção de entrar em atrito com o governo, será objetivo na denúncia de eventuais obras públicas em desacordo com as normas da administração federal.

SUBMISSÃO

Submeteu-se o Banco Central aos objetivos da presidente Dilma Rousseff, de ver baixarem os juros. Na recente reunião do Copom foram mantidos os índices atuais, permanecendo a taxa Selig em 10.75%, contrariando as tendências do ainda presidente Henrique Meirelles, pela sua elevação. O fato de não ter havido aumento pode significar reduções, a partir do ano que vem. Pelo jeito, o perigo da volta da inflação não será combatido pela alta dos juros, fórmula, aliás, repudiada pelas maiores economias do planeta.

FÉRIAS

Nos tempos do presidente Mao, em viagem à China, este que vos escreve perguntou a um dos dirigentes do “bando dos quatro”, naquela época todo-poderoso, Yau-Wen-Yuan, porque os chineses não tinham direito a férias. Indignou-se o depois posto em desgraça responsável pela comunicação social do governo. Respondeu que todo trabalhador chinês tinha 53 dias de férias anuais. E explicou: aos domingos eles não trabalham …�

Não precisamos chegar a tanto, mas esta semana a Comissão de Constituição e Justiça do Senado debateu a questão das férias de 60 dias para os magistrados. Insurgiu-se o senador Demóstenes Torres, na presidência dos trabalhos, achando injustificável o privilégio da categoria. Por que o pedreiro, o motorista e o marceneiro, entre tantos outros trabalhadores, não dispunham dessa prerrogativa? Dividiram-se as opiniões, com os senadores que são advogados defendendo os dois meses para os juízes, porque também representariam igual período de descanso para os causídicos.

A questão é delicada, mas, convenhamos, se os magistrados andam sobrecarregados de processos para julgar, nem por isso as demais profissões devem ser consideradas mais amenas.

Fonte: Tribuna da Imprensa

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Manchetes dos jornais: Farra das emendas faz verba do Turismo aumentar 2.351%

O ESTADO DE S. PAULO

Farra das emendas faz verba do Turismo aumentar 2.351%
O esquema de pagamento de verbas federais a entidades de fachada - que derrubou o senador Gim Argello (PTB-DF) da relatoria do Orçamento de 2011 após denúncia do Estado - é um verdadeiro hit entre os parlamentares. O governo obteve sinais da farra, mas não conseguiu tampar o ralo. A previsão de gastos em promoção de eventos para divulgação de turismo interno em 2010, que originalmente era de R$ 32,6 milhões, saltou para R$ 798,8 milhões após receber 577 emendas de parlamentares.
O levantamento foi realizado pela ONG Contas Abertas. Houve um aumento de 2.351% no montante das emendas.
Coisa semelhante ocorreu com as verbas para outra ação, "fomento a projetos de arte e cultura". A proposta de R$ 116,9 milhões foi turbinada para R$ 391,5 milhões, um aumento de 235%, graças a 258 emendas.
"Houve uma verdadeira febre dos parlamentares para fazer emendas nessas ações", disse o fundador e secretário-geral da Contas Abertas, Gil Castello Branco. Ele suspeita que a causa não é o inconformismo dos parlamentares com o descaso do Executivo em relação ao turismo interno e às manifestações culturais. "Elas configuram um ralo por onde há uma corrupção bilionária relacionado a repasses de verbas via ONGs."

Hoje no Congresso em Foco: Ministério do Turismo quer R$ 68 milhões de volta

Na fila do TCU, mais de 50 mil convênios à espera de análise
O dinheiro do Orçamento federal que é gasto por meio de transferências ao setor privado, como ocorria no esquema do senador Gim Argello (PTB-DF), é mal fiscalizado pelo governo.
Os ministérios só repassam as verbas após assinado um convênio. A entidade que recebe a verba precisa prestar contas. Na prática, no entanto, nem toda a documentação que deveria comprovar os gastos é examinada.

Celso Russomanno também deu verba para instituto
Flagrado, o deputado Celso Russomano (PP-SP) mudou a destinação de emenda ao Orçamento no valor de R$ 1,1 milhão. O dinheiro iria para a entidade que preside, o Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (Inadec), como noticiou o site IG. No início da noite de ontem, o deputado remanejou metade dos recursos para o Instituto do Coração (Incor) e a outra metade para a Faculdade de Medicina da USP. "É melhor fechar (o Inadec) do que passar por uma coisa que não sou", defendeu-se.

Dilma anuncia mais dez novos ministros
De uma vez só a presidente eleita, Dilma Rousseff, anunciou ontem o convite a dez novos integrantes de seu ministério. Entre eles, os cinco apadrinhados pelo PMDB, o do PR, três nomes do PT, sendo duas mulheres, e uma sem filiação partidária, a jornalista Helena Chagas, futura ministra da Comunicação Social de governo.
São estes os ministros confirmados ontem à noite por Dilma, por intermédio de nota oficial: Maria do Rosário (PT), para a Secretaria de Direitos Humanos, o atual ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT), que será ministro das Comunicações, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN)) para o Ministério da Previdência, senador Edison Lobão (PMDB-MA), que retornará ao Ministério de Minas e Energia, deputado Pedro Novais (PMDB-MA), para o Ministério do Turismo, Wagner Rossi (PMDB-SP), que permanecerá à frente da Agricultura, senador Alfredo Nascimento (PR), que voltará ao comando do Ministério dos Transportes, ex-governador Moreira Franco (PMDB-RJ), na chefia da Secretaria de Assuntos Estratégicos e a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), que assumirá o Ministério da Pesca.

Corte no Orçamento foi jogo político
A necessidade de um corte de R$ 12 bilhões nas receitas da proposta de Orçamento de 2011, conforme anunciado ontem pelo Ministério do Planejamento, foi mais uma arrumação política para conter pressões por aumento de gastos no primeiro ano de mandato de Dilma Rousseff do que meramente uma correção de um "erro" de estimativa.
O presidente da Câmara e futuro vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), chegou a participar de reunião com a equipe econômica para decidir a melhor forma de divulgar a necessidade de ajustes na receitas e, em consequência, das despesas para 2011. Se ajustes não forem feitos, o próximo governo estará mais engessado para efetuar novos investimentos.

A Previdência, com rombo de R$ 100 bi, virou a ''pasta do bem''
Somados, os rombos da Previdência já estão na casa dos R$ 100 bilhões. Essa cratera contábil que o Tesouro tem de cobrir todo ano é a junção funesta do déficit do Regime Geral, o INSS dos trabalhadores do setor privado, que está na casa dos R$ 45 bilhões, com o déficit do Regime Próprio dos Servidores Públicos, em torno de R$ 50 bilhões.
Para uma política pública de tamanha importância para a seguridade social do País, e com tamanho desequilíbrio orçamentário, a presidente eleita, Dilma Rousseff, fez a pior das opções, independentemente do nome do político "premiado". O nome é o de menos porque o pior foi ter jogado o Ministério da Previdência na cesta das pastas a ratear na Esplanada.

Disputa entre Aécio e Serra chega ao DEM
A disputa entre tucanos do grupo do senador eleito Aécio Neves (MG) e a ala ligada ao candidato derrotado José Serra ultrapassou os limites do PSDB e chegou ao DEM. Para vencer a guerra interna com a ala comandada pelo prefeito Gilberto Kassab e o ex-presidente do partido Jorge Bornhausen, o grupo do atual presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), tenta se escudar em Aécio. Mas não houve confronto na reunião de ontem da Executiva Nacional.
Líder da ala serrista do DEM, Kassab desembarcou em Brasília disposto a enfrentar Maia no voto, na reunião dos dirigentes do partido. Maia manobrou para manter-se no comando por no mínimo mais três meses. Até lá, ninguém sai do partido. Nem Kassab.

Marta Suplicy: ''Irmandade Lula-Dilma não é como Maluf-Pitta''
A senadora eleita Marta Suplicy (PT-SP) criticou ontem, em entrevista ao Estado, a maneira como o aborto foi abordado na campanha, esquivou-se sobre pretensões ministeriais e disse que o PT paulista cometeu "erro" ao dar prioridade à candidatura de Netinho de Paula (PC do B) ao Senado. Leia os principais trechos da entrevista.
Como a sra. vai atuar nesse princípio de governo Dilma?
Com enorme apetite, muita vontade de trabalhar e ser o braço direito de Dilma no Senado.
Pretende voltar a tratar de direitos reprodutivos no Senado?
Eu pretendo sim, principalmente porque acredito que ninguém mais no Brasil hoje tem vontade de, daqui a quatro anos, passar pelo que nós passamos na última eleição - principalmente em relação ao aborto. Devemos caminhar, mas com uma visão muito mais ampla do que numa disputa eleitoral. Nós não temos educação sexual. Aqui em São Paulo, desde meu mandato, nunca mais tivemos. Nós não temos postos de saúde que acolham essa mulher com anticoncepção, não temos a pílula do dia seguinte respaldada e de fácil acesso. Temos uma situação onde a mulher está à deriva, o que é confirmado pelo número de abortos. Essa questão não pode mais ser colocada embaixo do tapete.
Por que na campanha a discussão do aborto tomou esse rumo?
Por uma manipulação da direita, que achou que levaria vantagem nessa discussão, e que acabou se dando mal.

Dilma rejeita plano de controle de mídia
A presidente eleita, Dilma Rousseff, deu mostras mais uma vez de que, se optar por enviar ao Congresso o projeto que cria o marco regulatório para as telecomunicações e a radiodifusão, o fará sem nenhuma previsão de controle da mídia. Por intermédio de um integrante da equipe de transição, Dilma reafirmou ontem à tarde ao Estado que, para ela, o único controle dos meios de comunicação deve ser feito pelo "controle remoto".
Cerca de seis horas antes da manifestação de Dilma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma reunião com o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins. Recebeu do auxiliar um esboço da proposta que cria uma agência de controle do conteúdo de rádios e TVs.

Em jantar, Lula fala de pedras no sapato entre PT e PMDB
O presidente Lula afirmou ontem, ao participar de um jantar organizado por peemedebistas em sua homenagem, que na relação entre PT e PMDB sempre haverá problemas. "São pedras no sapato, mas isso se resolve devagar, uma a uma." Fechado à imprensa, o jantar foi na casa do senador eleito Eunício Oliveira (PMDB-CE). A presidente eleita, Dilma Rousseff, não compareceu. Partes do discurso de Lula foram ouvidas por jornalistas do lado de fora da casa. Numa referência à aliança feita em seu governo e que se estenderá na gestão de Dilma Rousseff, Lula afirmou que com a junção de dois partidos importantes como o PMDB e o PT "a chance agora de dar certo é de 99,99% e de dar errado é nenhuma".

E-mail de Paulo Preto cita ''ingratos e incompetentes''
Mensagem atribuída ao ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza e enviada por e-mail a dirigentes tucanos classifica de "ingratos" e "incompetentes" integrantes do governo estadual e os envolvidos na eleição deste ano.
"De uma hora para outra, com a força de ambições e covardias, vi minha vida profissional de mais de 40 anos ser apresentada ao País de forma distorcida e mentirosa. Não guardo rancor, nem mágoas. Tenho a indignação dos que se sentem injustiçados", diz a mensagem, cujo título é "Esclarecimentos".
Souza, conhecido por Paulo Preto, tornou-se um personagem da disputa presidencial de 2010. Responsável por uma das maiores vitrines do PSDB em São Paulo, o Rodoanel, orçado em R$ 5 bilhões, o engenheiro foi acusado pela revista IstoÉ de ter sumido com R$ 4 milhões, que teriam sido arrecadados em nome do partido.

BC mantém juro, mas indica risco de alta em 2011
Na última reunião do governo Lula e de Henrique Meirelles na presidência do Banco Central, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve ontem o juro básico da economia em 10,75% ao ano.
Mesmo com a crescente pressão inflacionária, a taxa Selic terminará o ano no mesmo patamar visto desde junho. Por enquanto, o BC entende que é preciso esperar o efeito das recentes medidas de aperto do crédito para avaliar eventual mudança na política de juros.
Comunicado divulgado após a reunião mantém aberta a possibilidade que o governo de Dilma Rousseff pode começar a subir o juro logo no início de 2011.

FOLHA DE S. PAULO

Lula entrou e vai sair com o maior juro real do mundo
Na última reunião sob o comando de Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, o Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu manter a taxa básica de juros em 10,75% ao ano.
Com isso, apesar dos cortes feitos na Selic ao longo de oito anos, o presidente Lula terminará o governo deixando o Brasil com os maiores juros reais (descontada a inflação) do mundo. No início da gestão do petista, em 2003, o país já ocupava o topo desse ranking.
O nível dos juros reais no Brasil ante os de outros países contribui para atrair mais dólares e derrubar a cotação da moeda americana, cuja desvalorização o governo procura conter.
A presidente eleita, Dilma Rousseff, já manifestou o desejo de reduzir os juros. As previsões para 2011, porém, são de aumento, para tentar conter a inflação. O futuro presidente do BC, Alexandre Tombini, participou da reunião de ontem.
A taxa básica do BC é apenas referência; na prática, os juros da economia são bem maiores.

Dilma fecha a cota do PMDB e oficializa mais dez na equipe
A presidente eleita, Dilma Rousseff, oficializou ontem, por meio de nota, mais dez ministros de sua equipe, preenchendo 16 das 37 vagas no primeiro escalão.
Além de fechar os cinco nomes do PMDB, Dilma confirmou uma lista com três representantes do PT, um do PR, e a jornalista Helena Chagas para o lugar do ministro Franklin Martins (Secom).
Pelo PT, foram confirmados Paulo Bernardo (Comunicações), Ideli Salvatti (SC) na Pesca e Maria do Rosário (RS) na Secretaria de Direitos Humanos, como antecipou a Folha na semana passada.
Para contemplar o PR, o senador Alfredo Nascimento volta à pasta dos Transportes. Ele havia deixado o cargo para disputar o governo do Amazonas, mas perdeu.
Dilma Rousseff já havia formalizado seis ministros. Primeiro, tornou público os ministros da área econômica: Guido Mantega (Fazenda), Miriam Belchior (Planejamento) e Alexandre Tombini (Banco Central).
Depois, veio o núcleo político: Antonio Palocci (Casa Civil), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e José Eduardo Cardozo (Justiça).

Com Dilma, PMDB perde 37% da verba para investir
Definidos ontem os ministros do PMDB no próximo governo, o partido do vice-presidente eleito, Michel Temer, perde força e dinheiro no futuro governo Dilma Rousseff.
Com os novos ministérios, o PMDB terá 37% a menos de recursos para aplicar em investimentos, embora quase triplique o Orçamento total, que inclui despesas de caráter obrigatório, ou seja, com restrita margem de manobra por parte do ministro.
Ontem, Dilma oficializou os peemedebistas Wagner Rossi (Agricultura), Edison Lobão (Minas e Energia), Pedro Novais (Turismo), Garibaldi Alves (Previdência) e Moreira Franco (Secretaria de Assuntos Estratégicos).
No governo Lula, o PMDB controlou seis ministérios. Deles, três serão mantidos: Agricultura, Minas e Energia e Defesa, sendo que o último passa a ser considerado da cota da presidente eleita.

Gim Argello tem inquérito contra ele aberto no STF
No mesmo dia em que renunciou à relatoria do Orçamento de 2011, o senador Gim Argello (PTB-DF) teve um inquérito aberto contra ele no STF (Supremo Tribunal Federal). O processo, de autoria do Ministério Público, investiga supostos crimes previstos na lei de licitações.
O relator é o ministro Gilmar Mendes. Segundo o site do Supremo, o inquérito é consequência de uma petição, que deu entrada em novembro de 2008. Neste período, os autos do processo foram enviados para diligências da Polícia Federal.

Brasil 'cacarejou' vitória no clima, disse diplomata
Novos documentos do site WikiLeaks, obtidos pela Folha, mostram críticas dos diplomatas americanos à atitude brasileira nas negociações internacionais do clima.
Os telegramas foram escritos entre 2008 e 2010. Em um deles, o suposto protagonismo brasileiro na cúpula do clima de Copenhague, no final de 2009, é ironizado.
Segundo a diplomata Lisa Kubiske, "Lula cacarejou" suas conquistas ambientais e sua capacidade de costurar um acordo. Para os EUA, o Brasil teria assumido uma imagem exagerada de "herói" e "cavaleiro branco".
Os documentos mostram a estratégia dos EUA para atrair o apoio brasileiro para suas propostas. O país pretendia enfraquecer o Itamaraty em favor do MMA (Ministério do Meio Ambiente).
Isso porque se, por um lado, os diplomatas brasileiros eram contra a ideia de que países em desenvolvimento assumissem metas de redução de emissões de CO2, o MMA defendia que todas as nações dividissem a responsabilidade pelos cortes, ainda que levando em conta as limitações dos mais pobres.

Marta Suplicy: Quero ser o braço direito da presidente no Senado
Eleita para o Senado com mais de 8 milhões de votos, Marta Suplicy (PT-SP) quer ser o "braço direito" da presidente eleita, Dilma Rousseff, na Casa.
A ex-prefeita não esconde que deseja ser protagonista entre os 81 senadores e atuar na "interlocução" com aliados, principalmente o PMDB.
Em balanço das eleições, Marta disse que o PT errou ao avaliar que também poderia eleger Netinho de Paula (PC do B) ao Senado.
Ela ainda prometeu defender a criminalização da homofobia. A seguir, os principais trechos da entrevista.
Folha - Como a sra. avalia a eleição de Dilma Rousseff para a Presidência do Brasil?
Marta Suplicy - A escolha da Dilma foi um gol do presidente Lula. Não só por ela ser mulher, mas também por ser qualificada e parceira de todos os grandes projetos deste governo. Quem tem o privilégio de conviver com a Dilma sabe que se faz uma avaliação muito aquém do que ela é como pessoa e do que tem de competência.
Acredita que terá espaço no governo Dilma?
Olha, eu acho que o Senado é um espaço onde posso ter um protagonismo muito forte para a presidente. Eu quero ser o braço direito. E se isso me for permitido, e eu tiver a capacidade de exercer esse espaço, estarei mais do que satisfeita. Meu mandato é de oito anos. Não tenho nenhuma pressa para exercer outro cargo.v

Sob pressão, Jobim insiste em definição sobre caças da FAB
Apesar da decisão da presidente eleita, Dilma Rousseff, de jogar o anúncio sobre os novos caças da Aeronáutica para depois da posse, o ministro Nelson Jobim (Defesa) pressiona para que o processo seja concluído ainda no atual governo.
O comandante da FAB, Juniti Saito, relatou anteontem, durante almoço com os três comandantes militares, temor de que haja um apagão na defesa aérea brasileira caso o processo emperre.
O ministro respondeu que o adiamento não estava decidido e que ele e Dilma voltarão a discutir a questão, possivelmente amanhã.

Procuradora quer ouvir militar sobre mortes na ditadura
O Ministério Público Federal quer obrigar o militar reformado Maurício Lopes Lima, 75, a depor em juízo sobre ação chefiada por ele que resultou na morte de dois militantes da luta armada contra a ditadura, em 1970.
Ele admitiu, em entrevista publicada ontem pela Folha, ter comandado a operação que resultou na morte de Antônio dos Três Reis de Oliveira, 21, e Alceri Maria Gomes da Silva, 26, em São Paulo.
A procuradora Eugênia Augusta Gonzaga pretende usar o depoimento na ação que acusa o militar de praticar atos de violência contra 20 presos políticos.
Na versão de Lima sobre o episódio, os militantes teriam sido atingidos depois de Antônio disparar contra ele, mas a procuradora diz que o relato de uma cena de tiroteio pode ser apenas para se eximir de culpa pelas mortes.

Rendimento do FGTS é o pior desde a sua criação, em 1966
Pelo segundo ano consecutivo, os trabalhadores com registro em carteira terão pesadas perdas em suas contas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Neste ano, o rendimento das contas será de apenas 3,62% -o menor rendimento desde que o fundo foi criado, em 1966-, ante inflação de 5,63% pelo IPCA (índice usado na meta de inflação).
No ano passado, as contas do FGTS renderam 3,90%, ante inflação de 4,22% pelo mesmo índice. Para os dois cálculos, consideram-se os créditos feitos nas contas nos dias 10 de janeiro a 10 de dezembro de cada ano -nesse caso, o comparativo é com a inflação de dezembro de um ano a novembro do seguinte.


O GLOBO

Inflação já é a maior em 5 anos mas BC mantém juros
Pressionado pela alta de preços de alimentos, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, (IPCA) ficou em 0,83% em novembro, a maior taxa de inflação desde abril de 2005. No ano, o índice acumula alta de 5,25%, bem acima do centro da meta de 4,5%, fixada pelo governo para este ano. Apesar do aumento da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter os juros básicos em 10,75% ao ano. Foi a última reunião comandada por Henrique Meirelles à frente do BC. A manutenção dos juros só foi possível porque, na última sexta-feira, o próprio BC baixou um pacote de medidas de restrição ao crédito e de aumento de compulsórios bancários para frear o consumo e segurar a inflação. A medida foi elogiada porque evitou a alta de juros ontem.

Para 64% da população, corrupção aumentou
A proliferação de casos de desvio de recursos públicos e a frequência de escândalos levaram 64% dos brasileiros a acreditar que a corrupção aumentou nos últimos três anos. O país tem o 32º maior índice de cidadãos que observam o aumento da corrupção, numa lista com 86 nações. Senegal está no topo, com 88% da população convencidas de que a corrupção piorou, seguido da Romênia (87%) e da Venezuela (86%). Com o Brasil, estão Itália (65%), Lituânia (63%) e África do Sul (62%). Na média geral, seis entre cada dez pessoas avaliam que os desmandos aumentaram em seus países, segundo pesquisa Barômetro Global de Corrupção 2010, divulgada pela Transparência Internacional.
A pesquisa também revela que a população brasileira trata o Legislativo e os partidos políticos como instituições à venda, extremamente suscetíveis ao poder do dinheiro para o comércio de vantagens nas relações entre o público e o privado. Numa escala de cinco níveis, em que o nível 1 indica a inexistência de corrupção, e o 5, total suscetibilidade, casas legislativas e partidos atingem o patamar de 4,1 pontos. Em segundo lugar, a polícia aparece com 3,8 pontos.

Um Ministério mais político que técnico
Após almoçar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, a presidente eleita, Dilma Rousseff, anunciou ontem à noite mais dez ministros, somando agora 16 nomes confirmados, de um total de 37 pastas. A nova lista contempla o PMDB com cinco ministérios e tem mais três mulheres, levando a cota feminina para quatro pastas. Além dos dez nomes anunciados oficialmente pelo governo de transição, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, confirmou ontem que será mantido no cargo, mas na cota pessoal da presidente, e não na do PMDB.
Seguindo o modelo adotado por Dilma desde as primeiras nomeações, foram confirmados em nota divulgada no início da noite nove políticos e apenas um técnico: a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), no Ministério da Pesca e Aquicultura; a deputada Maria do Rosário (PT-RS), na Secretaria de Direitos Humanos; a jornalista Helena Chagas, na Secretaria de Comunicação Social (Secom); o atual ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT-PR), no Ministério das Comunicações; o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), no Ministério da Previdência Social; o senador Edison Lobão (PMDB-MA), no Ministério de Minas e Energia; o deputado Pedro Novais (PMDB-MA), no Ministério do Turismo; Wagner Rossi (PMDB-SP) será mantido no Ministério da Agricultura; o senador Alfredo Nascimento (PR-AM) voltará para o Ministério dos Transportes; e o ex-governador Moreira Franco (PMDB-RJ), na Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).

Orçamento vai incluir 26 obras suspeitas
Além de ter um terceiro relator em menos de três dias, com a substituição da senadora Ideli Salvatti (PT-SC) pela senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), a Comissão Mista de Orçamento deve analisar e votar hoje uma lista desidratada de obras irregulares. Das 32 obras federais listadas como suspeitas pelo Tribunal de Contas da União, apenas seis deverão permanecer na lista de obras com indícios de irregularidades graves. Diferentemente do ano passado, as obras da Petrobras estarão liberadas. As que permanecem na lista não poderão receber recursos do Orçamento da União até que as irregularidades sejam sanadas.
Todo ano, o TCU envia uma lista ao Congresso, e as obras vão sendo retiradas à medida em que os problemas são resolvidos. Para o Orçamento de 2010, a maior tensão foi a inclusão de quatro obras da Petrobras na lista. A princípio, o TCU recomendara a paralisação de 44 obras, e a Comissão de Orçamento aprovou apenas 24. Depois, o presidente Lula liberou as quatro obras da Petrobras.

Defesa de regras para a fiscalização
Empossado ontem presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), o ministro Benjamin Zymler defendeu a aprovação de lei com regras definitivas para fiscalização de irregularidades em obras públicas. A medida evitaria interferências do Planalto, que tentou, por meio de alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias, limitar poderes do TCU.
Discursando na presença do presidente Lula e de sua sucessora eleita, Dilma Rousseff, Zymler avisou que o trabalho de fiscalização não vai retroceder. Para ele, desde 1997 a LDO traz inovações a respeito, mas é hora de uma norma estável:
- É o momento de buscar uma mudança permanente, pela via Legislativa, contendo regras duradouras dessa parceria (com o governo), deixando para o passado os sobressaltos e as indefinições a cada votação de LDO.

Vaga no Senado vai sair cara
A presidente eleita, Dilma Rousseff, adiou para a semana que vem a definição da cota do PSB no seu Ministério. Está certo que o partido terá três pastas no primeiro escalão do governo, mas a escolha dos nomes não foi concluída. Principalmente porque o senador reeleito Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) resiste a aceitar um posto cobiçado por muitos em Brasília: o novo Ministério das Micro e Pequenas Empresas, que tem como principal atrativo o Sebrae.
A oferta a Valadares foi feita para levar ao Senado seu suplente do mandato conquistado em outubro, o presidente do PT, José Eduardo Dutra. A presidente eleita sinalizou que gostaria de ter o petista engrossando sua base aliada no Senado. Os outros dois ministérios do PSB serão o de Integração Nacional e o de Portos.
O terceiro ministério para o PSB só será formalizado se Valadares aceitar a pasta de Pequena e Microempresas.

PT pode conseguir a Saúde
O PT tanto esperneou que conseguiu ver ontem a nomeação de petistas com representatividade no Congresso para o primeiro escalão do governo Dilma, e ainda poderá levar o Ministério da Saúde. Para conter a rebelião petista, Dilma está inclinada a entregar a Saúde para o atual ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, nome de consenso na bancada.
Diante da insatisfação do PT, que reclama da falta de acesso às decisões da equipe de transição, Dilma formalizou ontem a nomeação de três novos ministros do partido - Paulo Bernardo (Comunicações), Ideli Salvatti (Pesca) e Maria do Rosário (Direitos Humanos). Os três são, respectivamente, do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

Uma manobra suja de bastidores
Uma visita do poderoso senador John Kerry, chefe da Comissão de Relações Exteriores do Senado americano, à China em maio de 2009 poderia explicar o fiasco da Conferência do Clima das Nações Unidas em Copenhague (COP-15) no ano passado. Segundo um telegrama da embaixada americana em Pequim, a visita teve como objetivo traçar "uma nova base de cooperação majoritária entre China e Estados Unidos na questão das mudanças climáticas". O recado de Washington era claro: os americanos poderiam entender "a resistência da China em aceitar os compromissos obrigatórios" da conferência.
A mensagem é um indício de que as duas nações mais poluidoras do planeta se uniram para bloquear as tentativas de países europeus para fechar um acordo sobre um pacote de medidas emergenciais para reduzir as emissões de gases e conter o aquecimento global do planeta.
Durante a conferência do ano passado, EUA e China apareceram como rivais nas negociações. De um lado, os EUA insistiam que Pequim devia se comprometer com mais reduções e ainda aceitar mecanismos de verificação externos para suas metas de corte. O governo chinês se opunha ao mecanismo e, por sua vez, acusava Washington de não fazer sua parte no trato, ou seja, anunciar metas mais ousadas de corte de gases estufa.

WikiLeaks: Ataque de hackers tira do ar sites 'inimigos'
A prisão de Julian Assange, o fundador da organização que revela segredos da diplomacia americana, desencadeou ontem uma onda de ataques no ciberespaço. Simpatizantes do WikiLeaks assumiram a autoria. Páginas de empresas como Visa e Mastercard, que cortaram crédito a Assange, saíram do ar, assim como a da Promotoria sueca, que emitiu o mandado de prisão contra ele.

Efeito Dilma: no Haiti, mulher é a mais votada
A ex-primeira-dama Mirlande Manigat, que diz ter se espelhado na presidente eleita Dilma Rousseff, chegou na frente no 1º turno das eleições presidenciais no Haiti. A rodada final poderá ter 3 candidatos para incluir um popular cantor cuja derrota causou violentos protestos.

Secretaria da... minha família
O governador eleito do Paraná, Beto Richa (PSDB), indicou a mulher para a Secretaria da Família e Desenvolvimento Social, e o irmão para a de Infraestrutura e Logística. Richa diz que não há nepotismo. O STF proíbe a contratação, sem concurso, de parentes de políticos em qualquer esfera da administração pública.

Comissão aprova descriminalização da ortotanásia
O projeto que descriminaliza e regulamenta a prática da ortotanásia - interrupção de procedimentos médicos artificiais para pacientes terminais - foi aprovado ontem na Comissão de Seguridade Social da Câmara. De autoria do senador Gerson Camata (PMDB-ES), o projeto já tinha passado no Senado, mas tratava apenas da descriminalização da prática, alterando o Código Penal. A proposta ainda terá que passar pela Comissão de Constituição e Justiça, pelo plenário da Câmara e voltar ao Senado, pois foi alterado.
A comissão aprovou o substitutivo do deputado José Linhares (PP-CE), que regulamenta a forma como deve ser feita a ortotanásia. O projeto deixa claro que ela só poderá ser adotada nos casos de pacientes irrecuperáveis, e se houver consentimento do paciente ou de seus familiares. Exige ainda o aval de uma junta médica especializada, composta pelo médico assistente, um médico de especialidade relacionada ao caso clínico do paciente e um psiquiatra.

Novo Código de Processo Penal causa polêmica
O presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Gabriel Wedy, criticou o projeto de reforma do Código de Processo Penal aprovado anteontem no Senado. Segundo ele, o projeto é um retrocesso e só favorecerá criminosos que podem contratar bons advogados para atrapalhar o andamento dos processos. O projeto, relatado pelo senador Renato Casagrande (PSB-ES), será agora apreciado na Câmara.
- Isso aí vai favorecer políticos corruptos e grandes traficantes - disse Wedy.
Pela proposta, um juiz só pode conduzir uma investigação até o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público. A partir daí, o processo terá de ser comandado por outro juiz. A duplicidade de juízes num mesmo processo tornaria a Justiça ainda mais lenta. Juízes poderão tomar decisões diferentes e provocar ainda mais controvérsias num processo.

Leia aqui: Reforma do processo penal divide juristas


CORREIO BRAZILIENSE

Saúde de Brasília em estado terminal
Com suspeita de meningite, Patrícia de Carvalho, 14 anos, passou 15 horas em busca de atendimento. A maratona terminou no Hospital Regional da Asa Norte, onde cehgou de ambulância. Nem assim a ajuda foi rápida. No colo da mãe, Maria do Socorro, teve que aguardar o médico. Socorro também é uma vítima do descaso. Há quatro meses ela espera para retirar um tumor da mama. A estimativa é que mais de 20 mil pessoas estejam na fila da cirurgia para diferentes especialidades.
Na série de reportagens sobre os problemas da cidade, o Correio mostra que a saúde pública é o principal deles. A falta de médicos e outros profissionais, de UTIs, de remédios e até de material básico de limpeza compõe o quadro caótico vivido por cerca de 1,8 milhão de brasilienses. E a situação piora a cada dia. Ontem, foram confirmadas mais três mortes pela bactéria KPC, elevando para 25 o número de falecimentos devido ao surto de infecção que tomou conta dos hospitais da cidade.

Orçamento - Ideli quer pente-fino no trabalho de Gim
A nova relatora do Orçamento de 2011, senadora Ideli Salvatti(PT-SC), pediu um levantamento dos recursos destinados a eventos culturais. A devassa ocorre um dia após Gim Argello (PTB-DF) renunciar à relatoria por suspeita de fraude. O Tribunal de Contas do DF analisa processo contra Ivo Borges, acusado de falha em licitação quando Gim presidiu a Câmara Legislativa.

Em tempo de paz
A 25 dias de passar o cargo a Dilma Rousseff, Lula abusou do discurso conciliador. Ele elogiou o trabalho do TCU durante a posse do seu novo presidente, Benjamin Zymler, que substitui Ubiratan Aguiar, minimizando as rusgas entre o governo e o tribunal em relação à fiscalização de obras. À noite, reforçou a importância da aliança do PT com o PMDB. Os peemedebistas reclamam da perda de poder no governo de Dilma. Ontem, mais 10 ministros foram anunciados.

Guerra suja na internet
Em protesto contra a prisão de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, hackers atacam as páginas de uma operadora de cartão de crédito e de um banco suíço. Essas empresas teriam retaliado o site que vazou dados secretos dos EUA.

VALOR ECONÔMICO

No PAC, ‘empenho forçado' de R$ 12 bi
Dos R$ 32 bilhões do Orçamento reservados para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2010, R$ 19,9 bilhões foram usados no pagamento de obras e serviços entre janeiro e o início de dezembro. Por causa dessa defasagem entre o montante disponível e o efetivamente utilizado, o portfólio de obras públicas registra atrasos na melhoria de portos, na ampliação de aeroportos, em ferrovias e na distribuição de energia elétrica, entre outros projetos.
Como a Fazenda orientou os demais ministérios para que seja contratado o total de R$ 32 bilhões ainda neste ano, dezembro será um mês de "empenhos forçados" da ordem de R$ 12 bilhões, com a contratação de obras e serviços de infraestrutura com compromisso de pagamento nos próximos anos. As autorizações para esses gastos serão publicadas no Diário Oficial até o dia 31.

Banco médio fora da alta do compulsório
O aumento do compulsório nos depósitos a prazo, anunciado na sexta-feira pelo Banco Central, poupou as bancos de médio porte. Embora a retenção dos recursos tenha subido de 15% para 20%, o limite de dedução, que contempla bancos com patrimônio líquido inferior a R$ 2 bilhões, foi ampliado de R$ 2 bilhões para RS 3 bilhões. Levantamento feito pelo Valor entre os bancos de médio porte e capital aberto em bolsa mostra que todos se incluem nesse intervalo de isenção, com patrimônio líquido médio inferior a R$ 2 bilhões.
"A nova franquia permite certo tempo para que o compulsório venha a provocar impacto", afirma Milto Bardini, vice-presidente do BicBanco, com patrimônio líquido médio de R$ 1,788 bilhão, o maior entre os bancos médios de capital aberto. Bardini faz as contas: como o banco tem hoje R$ 7 bilhões em depósitos, o recolhimento de 20% representaria, caso não houvesse dedução, R$ 1,4 bilhão. Com o novo patamar de R$ 3 bilhões, os depósitos precisariam exceder R$ 15 bilhões para haver recolhimento de compulsório.

Juro mantido no adeus de Meirelles
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu ontem, por unanimidade, manter inalterada a taxa de juros, em 10,75% ao ano. Após oito anos à frente do Banco Central, Henrique Meirelles conclui sua gestão com uma taxa real de juros de 6% ao ano (swap de 360 dias), uma das mais baixas dos últimos 20 anos.
A reunião de ontem foi singular. Na sala do Copom estavam presentes o presidente que sai, Henrique Meirelles, e o que assumirá o posto em janeiro, o atual diretor de Normas, Alexandre Tombini.

Conflitos políticos param o trem-bala da Argentina
Dois anos e sete meses depois da assinatura do contrato de execução das obras daquele que seria o primeiro trem-bala da América do Sul e "um salto para a modernidade", nada aconteceu. A modernidade foi parar na gaveta e nenhum dormente foi assentado. Restou o que já existia: uma antiga ligação ferroviária Buenos Aires-Rosário-Córdoba, de 710 quilômetros, cujo percurso dura 15 horas na ida e 17 horas na volta, com estações sujas e passageiros entediados.
O projeto argentino tinha custo estimado em US$ 4 bilhões - um quinto do que se pretende gastar na ligação Rio-São Paulo-Campinas - e o objetivo de unir as três maiores cidades do país em uma viagem, de ponta a ponta, de pouco menos de três horas. Cruzaria o pampa úmido, um território sem acidentes geográficos, e usaria a área já ocupada por outras linhas ferroviárias, sem a necessidade de túneis e desapropriações.

Leite com 'certificado' de origem
Uma nova tecnologia de rastreabilidade, desenvolvida no país ao longo de quase um ano e meio, vai permitir que o consumidor conheça a origem do leite de cada embalagem. É o resultado de uma parceria entre a empresa sueca de embalagens Tetra Pak e a cooperativa catarinense Aurora, que lançam hoje o primeiro leite longa vida com rastreabilidade no mundo. O consumidor poderá checar as informações sobre o produto no site da Aurora, basta informar o código impresso na caixa. A Aurora é a primeira cliente, mas a Tetra Pak negocia o sistema com outras empresas do país e no exterior.

Ceia reforçada
Frigoríficos e redes de varejo estimam que as vendas de carnes típicas do Natal devem crescer 25% neste final de ano, reforçadas pelo uso de marcas próprias (mais baratas) e produto "saborizado".
Fonte: Congressoemfoco

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Senado reduz prazo de saque do FGTS

Marcelle Souza e Gisele Lobato
do Agora

O Senado aprovou ontem a redução do prazo para sacar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) de contas paradas. A proposta é que o trabalhador possa retirar a grana do fundo após ficar um ano desempregado ou sem receber novos depósitos --atualmente, são três anos.

O projeto 153/2006 foi aprovado em caráter terminativo pela CAS (Comissão de Assuntos Sociais). Isso significa que, se nenhum senador pedir que o assunto seja analisado no plenário, o projeto irá para a Câmara dos Deputados. Se também passar na Casa, a proposta precisará de sanção presidencial para valer.

O projeto prevê também que o saque poderá ser feito no primeiro dia útil após o cumprimento do prazo de um ano. Atualmente, passados os três anos, o trabalhador tem que esperar o seu aniversário para retirar o dinheiro --o que pode prorrogar a espera por mais 11 meses.

Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora nesta quinta

Após MasterCard e PayPal, hackers derrubam acesso ao site do Visa em apoio ao WikiLeaks

Os ativistas anunciaram o ataque no Twitter por volta das 18h (Brasília) e derrubaram a página visa.com minutos depois. Por volta das 20h40, o site já estava acessível novamente

08/12/2010 | 21:20 | O Globo Online

Depois de derrubar os sites do PayPal e do MasterCard, o grupo de hackers que se autointitula Anonymous (anônimo) tirou do ar na noite desta quarta-feira o site do Visa, que, a exemplo das outras duas empresas, também havia bloqueado as doações ao WikiLeaks.

Os ativistas anunciaram o ataque no Twitter por volta das 18h (Brasília) e derrubaram a página visa.com minutos depois. Por volta das 20h40, o site já estava acessível novamente.

A ação contra os sites foi chamada de "Operation: Payback" ("Operação: Troco"). O grupo de ativistas publicou um manifesto em defesa do fundador do WikiLeaks, Julian Assnage, que está preso no Reino Unido.

Segundo o Visa, a decisão de suspender os pagamentos foi tomada enquanto são investigados os negócios da organização que vem vazando documentos secretos da diplomacia americana. A medida foi um forte golpe contra o site criado por Assange, que financia suas operações com doações feitas pela internet.

Outras empresas que cortaram suas relações com o WikiLeaks já foram alvos de ataques do Anonymous. O grupo surgiu no 4Chan, fórum de compartilhamento de imagens, onde se destacou com uma campanha contra a igreja da Cientologia. Depois, os ativistas passaram a invadir sites. Um deles foi o do PostFinance, unidade bancária do correio da Suíça que também parou de processar doações à organização de Assange.

Fonte: Gazeta do Povo

Governo alerta para novo vírus transmitido pelo mosquito da dengue

Chikungunya causa febre, dores nas articulações e tem baixa letalidade. Três primeiros casos foram identificados entre agosto e outubro deste ano

08/12/2010 | 17:29 | G1/Globo.comquarta-feira (8) o início da vigilância e do controle no Brasil da febre de chikungunya. A doença é causada por vírus, que assim como a dengue, é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Segundo o governo, nos meses de agosto, outubro e setembro, os primeiros três casos da doença foram registrados no Brasil. Dois em São Paulo e um no Rio de Janeiro, todos em pacientes que foram infectados em países da Ásia (Índia e Indonésia).

O coordenador do Programa de Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, afirmou que não há circulação do vírus nas Américas. A circulação é verificada apenas em países da África e do sudeste asiático. Originária da África, a doença só é transmitida pelo mosquito e registra baixos índices de letalidade (menos de 1%).

“Não há necessidade de alarme, nem preocupações. Tivemos três casos importados, os pacientes tiveram boa evolução e as medidas de prevenção e controle foram aplicadas de maneira oportuna. Dizer que o risco é zero é uma irresponsabilidade. Posso garantir que esses casos foram diagnosticados precocemente e imediatamente as medidas de vigilância foram adotadas”, afirmou o coordenador do Ministério da Saúde.

De acordo com o governo, após identificados os casos no Brasil, foram tomadas medidas de prevenção e combate ao mosquito da dengue. Segundo o coordenador do Ministério da Saúde, a vigilância foi intensificada e estão sendo fornecidas informações às sociedades médicas e à rede pública de saúde. Essas ações de combate utilizam a estrutura de controle da dengue que já existe no país.

“O nosso elo vulnerável é o mosquito Aedes aegypti que é comum para as duas doenças. Mas estamos falando de casos importados e de uma situação que ainda não tem transmissão da doença no país e esperamos que não tenha”, afirmou Coelho.

Diagnóstico

O coordenador do Ministério da Saúde afirmou que o diagnóstico da doença é feito de forma quase “artesanal”, porque não há kits comerciais e o vírus não circula no país. Segundo Coelho, o governo brasileiro aguarda o envio de amostras do vírus pela Organização Panamericana de Saúde, no entanto, a entrada do material no país depende de uma série de medidas de segurança, processo que pode levar até 3 meses.

“Esse vírus vai para um laboratório de segurança e, a partir daí, vamos produzir os antígenos e treinar todos os laboratórios estaduais públicos para que eles tenham capacidade de fazer o diagnóstico”, disse.

A chikungunya é caracterizada, principalmente, pelas dores nas articulações, que podem chegar a um grau crônico, em que esse sintoma permanece por mais de 6 meses. Em uma das línguas oficiais da Tanzânia, o nome da doença quer dizer “aqueles que se dobram”.
Foram registrados surtos da doença, em 2004, no sudeste asiático e, em 2006, na Índia, onde foram infectadas 1,3 milhão de pessoas, sem nenhuma morte registrada. O vírus que causa a chikungunya tem período de incubação de 3 a 7 dias.

Cinco dias após o início dos sintomas não há mais possibilidade de transmissão da doença para o mosquito. O tratamento é similar ao da dengue, com o uso de paracetamol, antiinflamatórios e até corticoides. O Ministério da Saúde aconselha a quem for viajar para África e sudeste da Ásia adotar medidas de prevenção, como uso de repelentes e mosquiteiros.

Fonte: Gazeta do Povo

Nepotismo “legal” persiste na gestão de Beto Richa

Antônio More/ Gazeta do Povo

Antônio More/ Gazeta do Povo / Beto Richa com a esposa, Fernanda: na prefeitura, ela já tinha cargo em comissão Beto Richa com a esposa, Fernanda: na prefeitura, ela já tinha cargo em comissão
Governo do Paraná


Governador eleito nomeia irmão e esposa para cargos públicos. Prática, usada por Requião, não é ilegal, mas é criticada



A escolha do secretariado pelo governador eleito Beto Richa (PSDB) trouxe à tona novamente a discussão sobre o nepotismo – a contratação de parentes de políticos para cargos públicos – na política paranaense. Ao anunciar os nomes de sua nova equipe, Beto Richa indicou seu irmão, José “Pepe” Richa Filho, como secretário de Estado de Infraes­­trutura e Logística. E também colocou sua esposa, Fernanda Richa, para comandar a pasta da Família e Assistência Social. Ambas as secretarias serão criadas especialmente para os novos titulares pelo novo governo e contemplam atribuições e recursos de outras secretarias que existem atualmente.

De acordo com a Súmula Vinculante n.° 13, do Supremo Tri­­bu­­­­­nal Federal (STF), publicada em agosto de 2008, as nomeações do irmão e da esposa de Beto Ri­­­cha não configuram legalmente nepotismo. De acordo com uma brecha na resolução do Supremo, cargos políticos, como os de secretários de Estado e ministros, são os únicos que podem ser ocupados por parentes do chefe do Exe­­cutivo sem realização de concurso.

Giulliano Gomes/Gazeta do Povo

Giulliano Gomes/Gazeta do Povo / Pepe Richa: irmão do governador comandará uma secretaria de Estado Ampliar imagem

Pepe Richa: irmão do governador comandará uma secretaria de Estado

Nomeação da esposa de Orlando Pessuti é controversa

Ao mesmo tempo em que o nepotismo volta à discussão no estado, o atual governador Or­­lando Pessuti (PMDB) está em viagem ao México, para representar o Paraná na Conferência da ONU para o Clima (COP-16), levando sua mulher, Regina Pessuti, na comitiva oficial patrocinada pelo governo do estado. “Ela é nossa assessora e também advogada especialista em Direito Ambiental”, justificou o governador horas antes do embarque. O nepotismo na nomeação da primeira-dama como assessora é alvo de controvérsia entre especialistas em Direito Administrativo.

Leia a matéria completa

Para especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo, entretanto, o caso toca numa antiga ferida aberta na vida pública brasileira. A prática do nepotismo é um costume “histórico” na administração pública e seria “eticamente condenável”, afirma o professor Luis Fernando Lopes Pereira, coordenador do curso de Direito da Universidade Federal do Paraná.

“O que mais causa espanto é que esta prática foi muito criticada durante o antigo governo [de Roberto Requião] e agora ela é revivida sem traumas”, avalia.

Brecha

Para o professor, a decisão do STF foi um grande passo para a moralização do setor público, mas sua abrangência limitada causa indignação. Para ele, o nepotismo é um fenômeno “visceral na política nacio­nal. “O caso da nomeação para cargos políticos é juridicamente possível, mas separado por um abismo de distância do princípio da moralidade”, analisa.

O cientista político Leonardo Barreto, da Universidade de Bra­­sília (UnB), entende que por mais que tenha amparo legal da decisão do Supremo, o nepotismo mexe com um dos traços mais tradicionais da política brasileira. “É a perspectiva patrimonialista de nomear parentes para fazer com que a família tome conta daquilo que é público”, afirma. “Acabar com a contratação de parentes é um tema amadurecido na cabeça da im­­prensa e do eleitor”, aponta.

Barreto diz acreditar que a prática deveria ser evitada para não ferir a imagem da administração perante os cidadãos administrados. ”Mesmo que os parentes nomeados tenham competência reconhecida, um novo governo precisa dar uma mensagem de valores morais para a população”, afirma.

O texto da súmula vinculante do STF – decisão que encerra en­­tendimento do tribunal sobre uma determinada questão constitucional, atingindo todos os casos semelhantes – proíbe o nepotismo no serviço público nos três Poderes; Executivo, Legislativo e Judiciário e também em órgãos e autarquias da administração direta e indireta.

Pelo texto da súmula, também ficou estabelecido o conceito que trata do nepotismo cruzado (quando autoridades contratam parentes de outras autoridades para driblar a relação direta de pa­­rentesco) e que envolve di­­reta­­mente os parentes de autoridades e pessoas que ocupam cargos de chefia ou confiança. A ordem vale para familiares até 3.º grau.

Colaboradores

Tanto Fernanda quanto Pepe Richa já colaboravam com status de cargos políticos durante a gestão de Beto como prefeito de Curitiba. Fernanda era presidente da Fundação de Ação Social (FAS) de Curitiba, entidade da qual se desincompatibilizou para poder ajudar o marido na campanha eleitoral.

Já o irmão mais velho do governador, Pepe Richa, foi se­­cretário municipal de Adminis­­tração durante as duas gestões do irmão. Antes havia sido diretor administrativo do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) durante a última gestão do governador Jaime Lerner.

Fonte: Gazeta do Povo

Vice-prefeito de Aurelino Leal denuncia atual gestor

Leidiane Brandão

Emissão de cheques sem fundos, inclusive, de contas referentes às verbas federais de saúde e educação; suspensão frequente do transporte escolar por falta de pagamento; atraso no pagamento de salários de funcionários; despesas inexistentes, como o pagamento referente ao fornecimento de carnes para a Delegacia de Polícia Civil da Cidade; entre outras irregularidades. Estas foram as denúncias feitas pelo vice-prefeito do município de Aurelino Leal, José Ricardo Carneiro, atribuídas ao atual prefeito da cidade, Domingos Marques dos Santos.

De acordo com José Ricardo, as denúncias contra o prefeito foram encaminhadas ao Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Tribunal de Contas do Município e a Câmara de Vereadores do Município. Segundo ele, todos os órgãos estão analisando as irregularidades e o município aguarda resposta.

“Do jeito que está não pode continuar”, ressaltou o vice-prefeito. O denunciante ainda disse temer pela sua vida, já que uma vez teria sofrido ameaças de morte.

Fonte: Tribuna da Bahia

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