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sábado, agosto 28, 2021

Família Bolsonaro deve ao país exibição de patrimônio impresso e auditável

 



Por Josias de Souza

Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, os filhos Zero Um, Zero Dois e Zero Três do presidente da República, já haviam demonstrado aos brasileiros que quem sai aos seus não endireita. A movimentação de Jair Renan, o Zero Quatro, consolida a impressão de que o Brasil é comandado pelo chefe de uma organização familiar.

Em condições normais, a mudança de Jair Renan, 23 anos, e sua mãe Ana Cristina Valle de um modesto apartamento de 70 metros quadrados, registrado em nome de Bolsonaro, para uma confortável mansão alugada no bairro mais chique de Brasília não seria da conta de ninguém. O problema é que a fonte de renda do Zero Quatro é desconhecida. E o valor de mercado do aluguel do imóvel elegante —coisa de R$ 15 mil— não combina com o salário líquido de R$ 6,2 mil que a segunda mulher de Bolsonaro recebe como assessora da Câmara.

Há um outro detalhe que coloca Jair Renan sob holofotes. Com acesso às maçanetas mais importantes da República, o Zero Quatro abriu as portas de ministros para empresas privadas. Essa atividade tem nome. Chama-se tráfico de influência. Para complicar, mãe, filho e o locador da casa elegante tratam o contrato de locação com uma transparência de copo de requeijão.

Em 2018, ano em que Bolsonaro se elegeu presidente, a Folha publicou reportagem sobre o patrimônio da primeira-família. Coisa de R$ 15 milhões em imóveis. Juntando os veículos, sobe para R$ 16,7 milhões. Impossível chegar a essa cifra apenas com o dinheiro que o pai e os filhos com mandato receberam como profissionais da política. E a coisa só piora, pois Flávio Bolsonaro adquiriu mansão brasiliense orçada em R$ 5,9 milhões neste ano de 2021.

Há um provérbio francês que diz que "um pai é um banqueiro concedido pela natureza." Bolsonaro, como pai, terceirizou a tarefa de banqueiro ao Estado. Transformou os filhos numa bancada parlamentar e espetou a conta da prosperidade familiar no déficit público. O presidente cobra transparência da Justiça Eleitoral. Mas a família Bolsonaro sonega ao país a exibição de um patrimônio impresso e auditável.

Blog do Josias de Souza

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