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domingo, agosto 29, 2021

Se não derem uma trava, o Brasil vai bater o recorde mundial em partidos políticos inúteis


Charge do Duke (O Tempo)

Francisco Moreno

Quando a chamada Viúva distribui dinheiro público com facilidade e sem fiscalização, logo aparecem muitos interessados. No caso dos partidos políticos, custa caro e dá um trabalho enorme até serem criados e passar a render, mas sempre vale a pena.

Aqui no Brasil, já existem 33 partidos em funcionamento e mais 77 aguardando registro, porque o Cartório que fornece o alvará de funcionamento tornou-se muito exigente nos últimos anos, devido ao excesso de demanda democrática.

COMPARAÇÃO – Para avaliar melhor o palpitante assunto, é melhor fazer uma comparação com países que não produzem a fruta. Nos Estados Unidos, não é difícil criar um partido, o problema é conseguir eleger algum representante. 

A política é dominada por dois partidos, Democrata e Republicano. Há uma série de partidos nanicos, inclusive o comunista, mas apenas um tem representante federal, o Partido Libertário, que elegeu um deputado nas últimas eleições.

No Reino Unido, nave-mãe dos americanos, a monarquia parlamentarista remonta ao século XIII, e a atividade política, como em todo parlamentarismo, é intensa. Mesmo assim, os britânicos não conseguiram atingir nosso alto nível de diversidade política e ideológica, pois em oito séculos só conseguiram organizar dois grandes partidos, Conservadores e Trabalhistas, e outros nove nanicos regionais. Deve ser falta de mão de obra, podíamos exportar algum know how, talvez Roberto Jefferson, Waldemar Costa Neto, Gilberto Kassab, Carlos Lupi etc.

OUTROS PAÍSES – A Alemanha, democracia representativa parlamentarista resultante da Constituição 1946, após a tragédia nazista finda em 45, possui hoje 15 partidos inscritos, embora só 8 tenham representação no Bundestag, talvez a insuficiência de recursos seja a causa dessa sub-representação partidária. Quem sabe, um empréstimo a fundo perdido, tipo Angola ou Cuba?

Na Argentina, os hermanitos se esforçaram e chegaram perto do nosso handicap político partidário, pois eles tem 23 legendas, não assustem não, é isso mesmo, são 23 partidos políticos em atividade e isso deve explicar sua pujante economia, que vive de sobressaltos, igual à brasileira.

Deixo de relacionar alguns países europeus para comparação, porque, diante de configurações provinciais mais centralizadas, podem ter maior representação parlamentar central que desqualifique a hegemonia brasileira.

ESCULHAMBAÇÃO POLÍTICA – A Espanha, por exemplo, tem um número enorme de partidos nacionais e regionais, formam coalizões, é uma confusão danada A França também é prodiga em partidos, para mostrar que, em matéria de esculhambação política, não estamos sozinhos neste mundo.

A grande diferença é que, no Brasil, os partidos recebem o Fundo Partidário, superior a R$ 1 bilhão/ano, e a cada dois anos, quando há eleição, recebem mais uma bolado, que em 2022 ainda não se sabe se será de R$ 5,7 bilhões ou R$ 3 bilhões. Nada mal, para um país que vive sempre endividado.

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