Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

segunda-feira, agosto 30, 2021

Rompido com o Supremo, Bolsonaro conta com o Congresso, mas está sozinho

Publicado em 30 de agosto de 2021 por Tribuna da Internet

Bolsonaro fala em segunda dose contra a Covid para 2022

Em seu delírio, Jair  Bolsonaro sonha em governar sozinho

Carlos Newton

A História só se repete como farsa, afirmou o jornalista Karl Marx em seu ensaio sobre o golpe de Estado de “18 de Brumário do ano VIII” – data do esquisito calendário da Revolução Francesa, que corresponde a 9 de novembro de 1799, considerado o início da era napoleônica na França. Aqui no Brasil, a História também se repete como farsa, com a crise provocada pelo presidente Jair Bolsonaro, que reprisa, 50 anos depois, a tentativa de golpe de Jânio Quadros.

Em Goiânia, neste sábado, Bolsonaro fez uma declaração surpreendente, dizendo que “na Praça dos Três Poderes não somos três, somos dois. Executivo e Legislativo trabalham em harmonia”. Essa afirmação mostra que o presidente não lê jornal nem se informa, totalmente fora da realidade.

ESTÁ SOZINHO – De tanto provocar desavenças e insistir em erros, na verdade Bolsonaro conseguiu ficar sozinho, isolado no eixo Planalto-Alvorada. O Supremo virou-lhe as costas, solenemente, e o Congresso já desistiu de apoiá-lo.

Tanto o presidente da Câmara, Arthur Lira, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, têm dado repetidas entrevistas negando a possibilidade de aceitar um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder.

Mas o presidente insiste em confiar num apoio geral, amplo e irrestrito do Legislativo, sem perceber que o Centrão não gosta de aventuras e prefere se adaptar ao governo que estiver no poder.

APOIO DOS MILITARES – Aliás, nem mesmo os militares apoiam Bolsonaro incondicionalmente, por vários motivos, inclusive a forma leviana com que ele trata o general Hamilton Mourão, um ícone das Forças Armadas, que fez graves denúncias contra o governo petista quando ainda estava na ativa e ajudou expressivamente a eleger Bolsonaro.

Nesta semana, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco fará mais uma tentativa de reunir os três Poderes, para apaziguar os ânimos antes do Sete de Setembro. Mas é inútil, sem chance. Bolsonaro está completamente desequilibrado. Acredita que, se as manifestações forem um sucesso, poderá fazer o que bem entender e terá apoio das Forças Armadas. Ilusão à toa, diria o sábio e educado Johnny Alf.

APOIO AOS PROTESTOS – As manifestações do Sete de Setembro serão um sucesso, porque a infraestrutura da organização é perfeita, com transporte barato e até grátis, conforme já mostramos aqui na TI, alguns ônibus têm três refeições incluídas. Para quem mora no interior, é um programa e tanto, no feriadão.

A família Bolsonaro e o Planalto estão jogando todas as fichas para reunir multidões em Brasilia e São Paulo. Mas há elevado risco de quebra-quebra, por se tratar de uma manifestação negativa, cheia de ódio. E a temperatura pode explodir, se a fala de Bolsonaro for no sentido da radicalização política (e será).

INSUFLANDO AS MASSAS – O discurso de Bolsonaro no final da manhã ou início da tarde em Brasília vai ser assistido pelos militantes que estarão à tarde na Avenida Paulista, à espera do segundo pronunciamento do presidente. Assim, é em São Paulo que o clima estará mais perigoso.

Agências bancárias e lojas vão cobrir de tapumes suas vitrinas. O governo paulista estará nas ruas com suas forças de segurança máxima, porém ninguém sabe o que vai acontecer.

Nesse sentido, são irresponsáveis as declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira, de que “não haverá nada no Sete de Setembro”. Ele deveria ser mais cauteloso e dizer: “Vamos torcer para que não aconteça nada, porque numa situação assim todo cuidado é pouco”.

###
P.S. –
 É claro que Exército, Marinha e Aeronáutica estarão de prontidão, com suas tropas preparadas para entrar em cena e restabelecer a ordem, mas não pretendem se curvar aos delírios de poder que dominam a mente doentia de Jair Bolsonaro(C.N.)

Em destaque

Também se vê “com muita reserva” o voto dado pelo ministro Luiz Fux

Publicado em 29 de março de 2025 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Fux coloca em dúvida as nove delações de Mauro Cid ...

Mais visitadas