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sábado, janeiro 02, 2021

Sem vacinas e sem seringas, o governo lança bordão da incompetência e da desfaçatez


Lançamento do Plano Nacional de Operacionalização da vacina contra a Covid-19 – Foto: Ministério da Saúde

Bolsonaro e seu ministro da Saúde não usam máscaras

Vicente Limongi Netto

O governo anuncia o bordão “Brasil imunizado”. Descarada pantomima bolsonarista. Na realidade, sem vacinas e sem seringas, o país dispõe de outros irretocáveis bordões: Brasil ultrajado, vilipendiado, atrasado, humilhado, castigado, rasgado, destrambelhado, desfigurado, desrespeitado, desatinado, desgraçado, achincalhado, desacreditado, desgovernado, desativado, desonrado, desarticulado e envergonhado.

É de pasmar. Não é piada nem notícia falsa. O governo do incompetente, inconsequente e calamitoso Bolsonaro anuncia que só conseguiu comprar inacreditáveis 2,8% de seringas e agulhas, para começar a vacinar milhões de brasileiros.

VEJAM O QUE ESCREVI – Nessa linha, recordo trecho do que escrevi dia 23, aqui, na “Tribuna da Internet”, saudando a chegada da vacina: “Não esqueça de trazer milhões de seringas. Você conhece a má fama do Brasil. Deixamos tudo para a última hora. A improvisação e o amadorismo estão em todas as partes. Sobretudo nos gabinetes dos graduados burocratas”.

Também escrevi a seguinte nota, em dezembro de 2019, e não mudo uma vírgula: “Discordo do colunista Ancelmo Gois (01/12) quando disse, tratando de cinema, que o então presidente Collor “praticamente acabou com a produção nacional”. Na verdade, Collor acabou com a Embrafilme, antro de picaretas, mesquinhos e gulosos patrulheiros, manjados cineastas e produtores interessados apenas em forrar o próprio bolso”.

E recentemente, escrevi o seguinte: “O técnico português Ricardo Sá Pinto foi demitido do Vasco porque deu mole. Prometeu que os atletas jogariam sempre duros contra os adversários, mas fracassou”.

FELIZ 2021, MAS… – Rogo para que 2021 traga mais realizações e menos desilusões. Mais amor, menos desamor. Mais ternura, menos amargura. Mais paixão, menos compaixão. Mais alegria, menos tristeza. Mais tolerância, menos impaciência. Mais solidariedade, menos rancor. Mais empatia, menos antipatia. Mais educação, menos estupidez. Mais vacinas, menos politicalha e torpeza. Mais abraços, menos despedidas. Mais compreensão, menos arrogância. Mais fé, menos pessimismo. Mais emprego, menos fome e miséria. Mais diálogo, menos deboche. Mais atitude, menos acomodação

No entanto, com o terrível aumento do desemprego e devido ao fim do auxílio emergencial, antevejo, com tristeza, que muitos brasileiros precisarão roubar mercados ou recorrer a latas de lixo, em busca de alimentos, como os norte-americanos na Grande Depressão do século passado. Um Ano Novo nada venturoso.

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