Pedro Coutto
Reportagem de Gustavo Maia, edição desta sexta-feira, O Globo, revela que Hamilton Mourão demitiu o chefe de sua assessoria parlamentar, Ricardo Rosch Morato Filho, porque chegou a seu conhecimento que Morato em conversa com um parlamentar cujo nome ainda não surgiu, disse que deputados devem se preparar diante de possível impeachment de Jair Bolsonaro o que levaria Mourão a assumir a presidência da República.
As mensagens entre Morato e um assessor parlamentar foram denunciadas pelo site O Antagonista. A reportagem diz que os deputados devem estar preparados para esse desfecho do impeachment.
RUPTURA DOS MILITARES – O vice-presidente, acentua o repórter, tem reclamado da falta de diálogo com o presidente da República. Ao anunciar a demissão do assessor em férias, disse que teria agido sem seu consentimento e que não existe conspiração para a queda do presidente. O assessor nega e diz que seu celular foi hackeado.
Na minha opinião, entretanto, a divulgação da matéria causou impacto natural especialmente em face da hipótese de uma ruptura no governo, dividindo os militares que se encontram no Palácio do Planalto.
Além disso, em entrevista a Maria Cristina Fernandes, Valor, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga disse que Bolsonaro está perdendo também apoio empresarial em decorrência de suas atitudes desconcertantes que vêm revelando situações absurdas. Armínio acrescentou ser intolerável que crimes de responsabilidade do chefe do Executivo ocorram a toda hora.
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A ETERNIDADE DE MACHADO DE ASSIS
Em artigo na Folha, a ex-ministra Cláudia Costin, diretora de políticas educacionais da FGV, focalizou a importância das obras de Machado de Assis, que, além da arte, possuem enorme importância para ensinar aos leitores saber pensar, o que é essencial e mais importante na contribuição da arte que atravessa o tempo.
Cláudia Costin acrescentou que livros de Machado de Assis comprovam o que chamo de ser contemporâneo no futuro, já que ele atravessa com seu estilo todas as épocas.
Além disso, a ex-ministra assinala que a cultura artística no Brasil está perdendo espaço para o avanço dos algoritimos. Pessoalmente, tenho sentido essa tendência, no que me faz lembrar de que dificilmente surgirão intelectuais como Antonio Houaiss, Otto Maria Carpeaux, José Honório Rodrigues, José Lino Grunewald e José Murilo de Carvalho. Que fazer? Esperar que surjam novos intérpretes da cultura entre os quais se incluem Andre Basin, de Cahiers du Cinemá, Jean-Paul Sartre, de O Ser e o Nada, e André Malraux, da Condição Humana.