Deu na Folha
Carreatas pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), organizadas por movimentos de esquerda, voltaram a tomar as ruas de capitais neste domingo, dia 31.
O protesto foi convocado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que já haviam promovido uma rodada de carreatas no último dia 23, quando, segundo os organizadores, cerca de cem cidades registraram manifestações. Os protestos deste domingo também tiveram o apoio de partidos da oposição, como PT e PSOL.
“FORA BOLSONARO” – Em São Paulo, a carreata pelo “Fora, Bolsonaro” se concentrou às 9h, na na Praça Charles Miller, no Pacaembu, e partiu às 10h30 em direção à Assembleia Legislativa. Com buzinaço e andeiras vermelhas, os carros subiram a av. Angélica. Segundo os organizadores, cerca de 500 carros e 100 bicicletas e motos participaram na capital paulista —protesto menor do que o registrado na semana passada.
A carreata foi pensada para ser uma prévia da mobilização nacional marcada para 21 de fevereiro a favor do impeachment. Os carros foram recebidos com panelaços de apoio por onde passaram. O protesto também defendeu a vacinação gratuita para todos e o retorno do auxílio emergencial. A condução da pandemia pelo governo Bolsonaro, que minimiza a doença, é apontada como a principal razão para o impeachment.
Até o sábado, dia 30, os organizadores haviam contabilizado mais de 56 cidades com carreatas confirmadas. Em Brasília, os carros percorreram a Esplanada dos Ministérios e houve discursos em frente ao Congresso Nacional. Ali também foi feito um protesto teatral contra a atuação de Bolsonaro na pandemia e a falta de oxigênio.
CRISE – “A gente não vê outra saída para a solução da crise que não seja o impeachment de Bolsonaro”, diz o deputado distrital Fábio Felix (PSOL), que participou do ato.Também houve protesto pela manhã na zona sul do Rio de Janeiro. Com bandeiras e faixas, os manifestantes usavam bicicletas, motos e carros durante o ato. A carreata começou por volta das 11h, na Glória, passou pela orla de Copacabana e foi até o Aterro do Flamengo. Os veículos seguiram pelas ruas até pouco antes das 14h e fizeram vários buzinaços.
A mobilização é do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e tem caráter nacional: “Já é hora de dar um basta na política genocida do governo Bolsonaro e de seus lacaios neoliberais que abandonam a população à míngua em plena pandemia da COVID-19, fazendo ‘corpo mole’ para compra de insumos básicos hospitalares como oxigênio e vacinas”, disse um trecho da convocação do movimento nas redes sociais.
Segundo o sindicato, cerca de 2.000 carros participaram da manifestação na capital. Outras carretas da categoria petroleira também ocorreram, simultaneamente, em cidades do interior, Baixada Fluminense e região metropolitana do Rio neste domingo.