Deu na Folha
O ex-primeiro-ministro da Itália e atual comissário de Economia da União Europeia, Paolo Gentiloni, criticou neste sábado (2) o que chamou de “imagens vergonhosas do Brasil” em meio à pandemia de coronavírus. Embora não tenha deixado claro a que imagens estava se referindo, o comentário de Gentiloni ocorre em um momento em que o país registrou aglomerações durante as festividades de fim de ano, como as provocadas pelo presidente Jair Bolsonaro no litoral sul de São Paulo.
“Tenho visto imagens vergonhosas do Brasil. Média da última semana: 36 mil casos e 700 vítimas por dia pela pandemia”, escreveu o italiano em uma publicação no Twitter. Neste sábado, dia 2, o Brasil registrou 15.957 casos e 301 óbitos pelo coronavírus, de acordo com os dados obtidos pelo consórcio formado por Folha, Uol, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1. Os números, entretanto, podem estar subnotificados devido ao atraso na consolidação dos dados relacionado a feriados e fins de semana.
INFECTADOS – No total, o país registrou mais de 7,7 milhões de casos e 195 mil mortes pela Covid-19, números que o colocam como a terceira nação com mais infectados (atrás de EUA e Índia) e segunda com mais óbitos —os EUA seguem na liderança.Na última sexta-feira (1º), o presidente brasileiro fez um passeio de barco em Praia Grande, cidade vizinha a Guarujá, onde Bolsonaro passa as férias.
Vestindo uma camisa do Santos, o presidente decidiu saltar do barco e mergulhar no mar, acompanhado de seguranças. Bolsonaro nadou em direção à praia e, ainda dentro d’água, logo foi cercado por uma multidão sem máscara aos gritos de “mito”.
Dois dias antes, ele já havia ignorado mais uma vez as orientações de segurança para impedir a propagação do coronavírus ao se aproximar de simpatizantes, cumprimentar banhistas, pegar crianças no colo e posar para fotografias.
RISCO – “O povo aqui na praia. Fazemos isso, nos arriscamos também um pouco para ver o que acontece”, disse Bolsonaro aos presentes em uma fala transmitida ao vivo em suas redes sociais. “Alguns até reclamam, é direito deles, mas sempre estivemos ao lado da população que é a nossa obrigação.”
“Estou fazendo isso, repito, com alguns riscos algumas vezes, mas nos sentimentos reconfortados por estar buscando sempre fazer a coisa certa (…) O povo está aqui na praia, alguns vão falar que é aglomeração, mas temos que enfrentar por toda a vida.”