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domingo, março 24, 2024

Além de destruir a Lava Jato, o STF desmontou o combate à corrupção

Publicado em 23 de março de 2024 por Tribuna da Internet

Charge do JCaesar | VEJA

Charge do JCaesar | VEJA

Carlos Alberto Sardenberg
O Globo

A Lava-Jato estaria completando dez anos se não tivesse sido abatida pelo Judiciário, incluindo, principalmente, o Supremo Tribunal Federal. Não apenas abateu a operação de Curitiba, mas afastou do cenário todo o sistema de combate à corrupção.

Formou-se uma ampla aliança de políticos dos velhos métodos, da direita à esquerda, com empresários, todos apanhados em corrupção, para interromper a Lava-Jato e, mais, eliminar seus efeitos. Condenações à prisão, multas, devolução de dinheiro, acordos de leniência, tudo isso vem sendo anulado. Ninguém foi absolvido. Simplesmente os processos foram anulados, com base no cipoal de formalidades da Justiça. Provas, mesmo evidentes, foram declaradas imprestáveis.

ALEGRIA E TRISTEZA – Esse pessoal, portanto, comemora uma morte. Mas há quem lamente. São aqueles — entre os quais me incluo — que observam nesse retrocesso a volta da velha política e do capitalismo dos amigos. Nesse regime, prosperam não as empresas mais produtivas, mas as que pagam as maiores propinas.

Falso, portanto, o argumento de que a Lava-Jato destruiu empresas e reduziu o PIB brasileiro. Primeiro, porque essas empresas estão de volta, com outro nome e provavelmente as mesmas práticas. Segundo, porque empresas que crescem com base na corrupção não criam valor.

Ao contrário, destroem valor e produtividade porque bloqueiam o surgimento de concorrentes eficientes. Mais fácil obter uma vantagem em Brasília do que gastar dinheiro e cérebros criando novas tecnologias e métodos.

TUDO DE VOLTA – Sobram exemplos dessa volta triunfante do capitalismo de amigos. Nenhum mais evidente que a retomada da Refinaria Abreu e Lima. Em 2005, foi lançada, por um custo de US$ 2,5 bilhões. Feito menos da metade, já custou US$ 20 bi. E quem seria candidato forte a retomar as obras? A Odebrecht, digo, a Novonor. Novo?

Nesse caso, não é propriamente um aniversário, mas uma comemoração de volta para aqueles velhos tempos. Vale para o PT e para o governo Lula — e sua narrativa de que tudo não passou de uma conspiração liderada pelos Estados Unidos para destruir as empreiteiras brasileiras e a Petrobras.

Para eles, as empresas não quebraram por terem cometido grossa — e confessada — corrupção e, no caso da estatal, uma gestão temerária nos governos petistas. Faziam tudo certo e foram atacadas. E tem quem acredite.


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