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quarta-feira, junho 21, 2023

EUA cobram que Lula reconheça o que Biden fez para evitar um golpe no Brasil


Matéria do Financial Times mostra como os EUA atuaram

Nelson de Sá
Folha

Com a chamada na primeira página “A discreta campanha dos EUA para defender a eleição do Brasil”, o Financial Times publica que “o governo Biden pressionou políticos e generais a respeitar resultado em meio a especulações sobre tentativa de golpe”.

O jornal diz ter ouvido “seis ex e atuais autoridades dos EUA”, as segundas mantidas anônimas, e que “todas se esforçaram em sublinhar que a maior parte do crédito por salvar a democracia do Brasil pertence aos brasileiros, mas também foi resultado de campanha de pressão do governo dos EUA”.

RASGAR ACORDOS – O jornal menciona, de um brasileiro não identificado, que militares americanos teriam ameaçado “rasgar acordos com o Brasil, de treinamento a operações conjuntas”. E registra que “o Departamento de Estado e algumas autoridades brasileiras pediram a autoridades taiwanesas prioridade a semicondutores” para as urnas eletrônicas, história veiculada dias antes pelo site The Brazilian Report.

Grande parte do relato do FT cita “Tom Shannon, ex-alto funcionário do Departamento de Estado”, que é quem dá voz à cobrança ao presidente brasileiro, no relato do jornal:

“Para o governo Biden, as relações melhoraram, mas há atritos com o novo governo. Lula mostrou pouco reconhecimento da campanha dos EUA. Sua visita a Washington em fevereiro foi discreta e durou um dia. Em abril, ele levou grande delegação à China para três dias em duas cidades.

E LULA FOI ALÉM – Naquela viagem, Lula rejeitou as sanções dos EUA à empresa Huawei, criticou o apoio militar do Ocidente à Ucrânia e endossou a iniciativa de Pequim por alternativas ao dólar.

‘As pessoas aqui entendem que haverá diferenças’, diz Shannon. “Mas há um tom de raiva e ressentimento subjacente a tudo isso que realmente pegou as pessoas de surpresa… É como se ele não soubesse ou não quisesse reconhecer o que nós fizemos’.”

Um porta-voz de Lula insiste que ele falou em Washington sobre ‘a defesa da democracia e as ameaças da extrema direita’ e que uma viagem mais longa está sendo considerada.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Nessas brigas entre matriz e filial, é melhor a gente nem se meter. Mas o fato concreto é que a tensão está aumentando, como a aproximação de Lula a Putin e a Jinping. Para a filial aqui, a melhor política sempre foi a neutralidade. (C.N.)

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