Nelson de Sá
Folha
No Wall Street Journal, fontes veem espiões chineses em Cuba; na Bloomberg, Casa Branca quer ‘novas ferramentas para segurança’ na região; citando fontes anônimas, o Financial Times manchetou que EUA e Taiwan irão conectar suas frotas de drones e trocar dados em tempo real, preparando-se para suposto “ataque chinês contra Taiwan”.
Também citando fontes anônimas, o Wall Street Journal manchetou que Cuba deverá sediar uma base chinesa de espionagem em “novo desafio geopolítico de Pequim contra os EUA”.
AMEAÇA CHINESA – A mensagem nos dois jornais é a mesma, de ameaça chinesa, seja onde for. A novidade é a segunda mensagem se voltar para a América Latina.
Dias antes, a Bloomberg noticiou que o diretor para a América Latina no Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Juan Gonzalez, “busca novas ferramentas” contra a China na região.
“Precisamos nos concentrar em promover a segurança da América Latina e do Caribe”, declarou ele, destacando, entre as ferramentas, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Na mesma Bloomberg, o brasileiro eleito presidente do BID em 2022, com apoio dos EUA, havia dito que iria “evitar amplificar publicamente os esforços dos EUA para combater a influência da China”.
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS – As exportações em maio, “predominantemente para a China”, levaram Robin Brooks, “o careca”, influente economista-chefe do Institute of International Finance, de Washington, a elogios ruidosos à economia brasileira em mídia social.
Começou há duas semanas, antes até de saírem os números: “O Brasil está a caminho de se tornar a Suíça da América Latina. Está emergindo um enorme superávit comercial. Isso vai dar ao Brasil estabilidade externa e uma moeda forte. O Brasil será a âncora da região”.
Diante do recorde: “Oh. Meu. Deus. Os crescentes superávits acabarão por transformar o Brasil num país superavitário em conta corrente. Maio é outro superávit monstro. Não há outro país no planeta que tenha passado por tamanha transformação”.
CASO ODEBRECHT – Ainda na agência Bloomberg, um banqueiro austríaco “acusado de canalizar propinas no caso Odebrecht”, preso em Londres após ser “atraído pela CIA”, perdeu ação contra sua extradição aos Estados Unidos.
Ele é “acusado de participar do esquema maciço de corrupção da Odebrecht, que viu centenas de milhões em subornos canalizados para autoridades para ganhar negócios em toda a América Latina”, diz a notícia da agência norte-americana.