Matheus Leitão
Veja
Alexandre de Moraes manteve preso Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça e fiel escudeiro de Jair Bolsonaro. Fez ele muito bem em não soltar o golpista. Enquanto a defesa de Torres claramente vive em negacionismo, o magistrado acerta – mais uma vez – em golpear o extremismo de direita.
São gravíssimas as acusações e fortíssimos os indícios contra o ex-ministro, que é parte desse movimento que ressurgiu no Brasil.
IDENTIFICAR UM A UM – Para além da omissão nos atos terroristas de 8 de janeiro – o que já é quase imperdoável – o país precisa saber por completo a identidade dos envolvidos na chamada “minuta do golpe”.
Encontrado na casa de Anderson Torres, o documento tem potencial para dar a nós, brasileiros e brasileiras, uma compreensão maior do que é o bolsonarismo.
É preciso lembrar que Jair Bolsonaro muitas vezes era descrito por aliados como alguém impulsivo nas palavras, mas incapaz de cumprir suas ameaças. Ocorre que o ex-presidente passou a sua vida política defendendo o golpe, a violência contra a democracia, a tomada de poder pelas Forças Armadas.
O QUE DIZ A MINUTA? – O documento diz justamente o que o então presidente Jair Bolsonaro pretendia, ameaçava e proclamava.
Queria usar os militares para tomar uma corte superior, anular a eleição que ele perdeu e, por que não dizer, conseguir a sua perpetuação no poder.
Só o inquérito dirá se houve a participação de Bolsonaro. Por esse ponto de vista, a manutenção de Anderson Torres na cadeia é salutar. Imprescindível.