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quinta-feira, julho 21, 2022

Gigantesca reação contrária a Bolsonaro bloqueia o projeto de golpe militar

Publicado em 21 de julho de 2022 por Tribuna da Internet

Charge do Amarildo (metropoles.com)

Pedro do Coutto

A gigantesca reação condenando a atitude do presidente Bolsonaro de convocar embaixadores e representantes diplomáticos para atacar o sistema eleitoral brasileiro está sendo proporcional ao completo absurdo praticado pelo presidente da República.

Nunca se viu ou poder-se-ia esperar um comportamento como esse, no fundo uma tentativa de internacionalizar um falso problema de um país democrático para uma esfera de nações que, por seu turno, excluiu o Reino Unido, a Argentina, o Chile e a China.

NAS CORDAS – O governo Jair Bolsonaro está vivendo o seu pior e também último momento. O Itamaraty assiste a uma iniciativa desse porte sem se recusar a ter uma participação que mancha o legado da Casa de Rio Branco. No O Globo, a reportagem é de Aguirre Talento, Mariana Muniz e André de Souza. Na Folha de S. Paulo, de Géssica Brandino e Paula Soprano. No Estado de S. Paulo, a matéria é de Pepita Ortega, Fausto Macedo e David Medeiros.

As manifestações foram maciças e gerais. Incluíram o presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Luiz Fux, 43 procuradores da República, magistrados, policiais federais, a OAB e diversas outras entidades de classe. A reação não poderia ter sido pior para Bolsonaro e para a sua candidatura, e tampouco poderia ser melhor para assegurar e blindar a democracia brasileira.

Para o presidente da OAB, Beto Simonetti, o presidente da República investiu contra um sistema confiável. Renata Gil, presidente da Associação dos Magistrados do Brasil, diz que Bolsonaro nunca conseguiu comprovar as suas ações. A Associação Nacional dos Procuradores sustenta que a disputa eleitoral não pode servir de instrumento para desacreditar as instituições do país. Para a Associação Nacional dos Procuradores da República, Bolsonaro tenta desestabilizar o país e desacreditar o processo eleitoral.

EUA REBATEM BOLSONARO –  Ampliando a onda de reações contrárias ao gesto inconcebível de Bolsonaro, Eliane Oliveira publica excelente matéria no O Globo, destacando a nota divulgada pela Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, na qual o país ressalta que o sistema eleitoral brasileiro é modelo para o mundo.

As eleições brasileiras, acentua o comunicado, conhecidas e testadas ao longo do tempo servem como exemplo para as nações do hemisfério e também do mundo. São uma garantia democrática e da livre vontade do eleitorado. Os cidadãos e as instituições brasileiras, acrescenta a nota, continuam a demonstrar seu profundo compromisso com a democracia.

O embaixador da Itália no Brasil, Francesco Azzarello, afirmou que o senso de responsabilidade deve prevalecer nas eleições do Brasil. Ele afirmou ainda que espera que a campanha eleitoral democrática, sem interferências, tenha por base, o princípio que deve destacar o senso de responsabilidade e da honestidade intelectual.

REPERCUSSÃO – Jussara Soares, Daniel Gullino e Alice Cravo, O Globo, focalizaram a posição do núcleo central de campanha de Bolsonaro, em Brasília, que reconheceu uma repercussão desastrosa do encontro de Bolsonaro com embaixadores de países estrangeiros no Palácio Alvorada. O ministro Ciro Nogueira fez parte desse núcleo.

Os integrantes do núcleo do Centrão reconhecem que não conseguem conter Jair Bolsonaro. E, portanto, agora, é preciso virar a página e buscar uma pauta positiva. A redução do preço da gasolina seria uma delas, embora a redução tenha sido de R$ 0,20 por litro.

CANDIDATURA DE TEBET –  Gustavo Schmitt e Sérgio Roxo, O Globo, revelam que o ex-presidente Michel Temer, atendendo uma reivindicação da ala lulista do MDB, solicitou ao seu presidente, Baleia Rossi, que adie a convenção do partido, inicialmente prevista para o dia 27.

Baleia Rossi está resistindo ao adiamento, mas a pressão do lulismo é grande, sobretudo a partir da manifestação de onze diretórios estaduais querendo firmar um acordo da legenda com a candidatura do ex-presidente da República.

CONCILIAÇÃO – Temer teve o seu nome sugerido como integrante do MDB para que atue como conciliador. Mas de qualquer forma, o partido está dividido entre Lula e Simone Tebet, o que é fatal para a senadora que apenas aparece com 2% das intenções de voto na pesquisa do Datafolha.

Na época das convenções, as divisões das legendas funcionam para a superação, como é natural que ocorra, das candidaturas que não ganham terreno junto ao eleitorado. É o caso de Simone Tebet.

DECEPÇÃO –  Na Folha de S. Paulo de ontem, Marianna Holanda e Júlia Chaib, confirmam e destacam a decepção do núcleo que comanda a campanha de Bolsonaro pelo ataque despropositado às urnas eletrônicas brasileiras, causando uma repercussão extremamente negativa também nos principais jornais dos EUA, Reino Unido, França e Portugal.

O núcleo central da campanha reconhece que sofreu uma freada e agora tenta buscar uma agenda positiva. Ocorre, porém, na minha opinião, que a reação contrária condenando o encontro com os embaixadores ainda não cessou e vai prosseguir nas emissoras de televisão. Como se constata, não poderia ser politicamente pior a situação, hoje, do presidente Jair Bolsonaro após a alvorada de terça-feira.

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